"Há um branqueamento de Salazar hoje em dia"
Cineasta venceu Grande Prémio do Festival du Cinema du Réel, em Paris, França, com o filme "48", sobre período da ditadura em Portugal. Obra foi exibida na 4.ª Mostra do Documentarismo Português, que terminou anteontem
terça-feira, 20 de abril de 2010
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10 comentários:
Não é apenas um branqueamento, é mais grave do que isso, porque fazem os mais novos acreditar que no tempo do Salazar é que era bom...
Eu tinha 20 anos quando se deu o 25 de Abril, por isso lembro-me bem da vergonha que era viver neste país até essa data. Infelizmente, os anos que se seguiram ao golpe de estado foram desperdiçados com a palhaçada do PREC. Em Espanha, pelo contrário, a passagem da ditadura para a democracia fez-se sem grandes convulsões, permitindo que "nuestros hermanos" recuperarassem mais depressa o atraso que os separava do resto da Europa. Nós, por cá, ainda estamos a pagar a factura da irresponsabilidade gonçalvista.
Caro Pedro Aroso, Já ouviu falar de uma coisa chamada "luta de classes" ? E olhe que não foi invenção dos "gonçalvistas". É como as bruxas, "que las hay, hay". Mas não vale a pena evocar Espanha para explicar o nosso atraso. Foi mais a "palhaçada" do Estado Novo a que se tem vindo a somar a "palhaçada" desta "diz que é uma espécie de democracia". São estas as facturas que estamos a pagar, com preço cada vez mais elevado. Saudações do anónimo.
É sempre um prazer debater ideias com pessoas bem educadas, mesmo quando se refugiam (inexplicavelmente) no anonimato.
Se tivesse lido com atenção o meu primeiro parágrafo, teria percebido que me assumo, e assumi sempre, como anti-salazarista e anti-fascista. E posso acrescentar que, em relação à luta de classes, considero-a um dos motores do desenvolvimento económico e social. O que se passou no nosso país durante o PREC foi uma coisa completamente diferente. O Partido Comunista, com sede em Moscovo, deu ordens à sua filial em Portugal para tomar o poder de assalto, recorrendo à ajuda dos grupelhos de extrema-esquerda. No entanto, subestimaram a força dos partidos democráticos entretanto formados, liderados por um grande democrata chamado Mário Soares. A resposta foi aquela que todos sabemos: levaram um valente cartão vermelho e nunca mais abriram o bico. O que resta do PCP faz parte do nosso folclore político e, como tal, acho que deve ser preservado.
O Sr. Pedro Aroso erra repetidamente na denominação de extrema-esquerda. Para o elucidar, que acho que já devia estar elucidado porque já várias vezes este assunto aqui veio, o PCP teve consigo a chamada FUR que incluia o MES,o PRP-BR, a LUAR, A LCI (ou já era PSR?, penso que não)e mais dois ou três, dos quais nem a UDP fazia parte. E os outros MRPP, OCMLP-FEC, PCP(ML) estavam frontalmente contra o assalto PCP ao poder, com maism veemência que muitos senhor3es do PS e do PSD que andavaqm a ver se não seria melhor irem estudar russo para chegarem ao Politburo depressa!
E deixe dizer-lhe, Sr. Aroso, que a historiografia da última década, com os documentos americanos cá fora, mostra que não é certo que os russos quisessem Portugal. O Cunhal é que procurava fazer passar isso para se arrogar em ter mais poder do que tinha e depois foi obrigado a dizer que o Brejnev era um mentiroso porque declarou que não o conhecia! Tudo isto está publicado e com proveniências credíveis. Os russos em 75 nem querial Portugal, nem sequer Angola, queriam era Helsínquia (Limitação da corrida ao nuclear) porque tinham percebido que a corrida aos armamentos seria o seu fim, como veio a ser.
Obrigado Sr. Machado, vejo que o senhor está muito bem informado.
Ó Dr. Pedro Aroso, está sempre a falar do PREC, mas o PREC foi uma coisa muito mansínha depois da PIDE e de 48 anos de ditadura. Quase não houve sangue depois de meio século de opressão! Só mesmo nós as mansas.
A vergonha é que se deixe branquear e não se conte a verdade crua aos miúdos para não caírem noutraS
Ao Manuel Machado, que creio não ter o prazer de conhecer, e que deu uma achega interessante e invulgar [mostra que é uma pessoa (bem) informada]: na sua lista de grupos que integravam a FUR falta a FSP – Frente Socialista Popular, fundada pelo recentemente falecido Manuel Serra, e que tão ditosos filhos deu à Pátria, como … o António Vitorino, o qual continua, aliás, a inserido na luta do trabalho contra o capital, só que desta vez do lado do capital. O anónimo do costume.
Tem razão o anónimo, faltou à lista da FUR a FSP do Manuel Serra que na altura pouco ou quase nada representaria ou teria!
Esse velho combatente, memória do assalto ao quartel de Beja em 1961 ou 62, faleceu? Como não se falou de nada? Nem o Prof. Pedro Baptista disse nada?
O 25 de Abril de 1974 autosustendeu-se com o PREC e com o sindicalismo ultracomunistoide, etc.etc e só voltou mas já comos cravos murchos no 25 de Novembro de 1975....Já depois de os seus carcereiros da copcon e similares terem garantido que nas ex-colónias se fixassem regimes ideológicos PrÓ soviéticos... A prova disso está no destino que deram aos arquivos da pide...que foram parar ás mão da KGB...
Ainda bem que se deu a devida importância histórica ao General Spinola...Só por isso salvou-se Abril hoje 25 de Abril de 2010...
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