sábado, 13 de junho de 2009

DITO&FEITO
(Sol) 12/06/09

JOSÉ Sócrates recebeu, na noite eleitoral de domingo, um duche frio de insucesso partidário e um banho gelado de alternância democrática (evento político que pensava ter afastado do seu horizonte por muitos e bons anos). Não foram só as sondagens enviesadas a favor do voto socialista que iludiram o líder do PS. Sócrates sabia, de antemão, que as europeias eram as eleições mais convidativas para o voto de protesto de muitos eleitores descontentes. Mas continuava iludido quanto à sua imagem junto dos portugueses, convencido de que estes o viam num pedestal sem concorrentes à altura – e de que bastava a sua intervenção mediática na campanha, coadjuvada pela máquina endinheirada do PS, para controlar quaisquer danos eleitorais preocupantes. Viu-se o resultado: uma queda histórica do PS de 44,5% para 26,6% e a vitória do PSD com cinco pontos de vantagem. Como concluiu, certeiramente, João Cravinho: «O efeito Sócrates, só por si, já não chega».

UM PRIMEIRO-ministro cheio de si próprio e da sua maioria não remodelou um Governo cansado e gasto porque não compreendeu a amplitude do desgaste político e eleitoral provocado por ministros já fora de prazo. Não percebeu o efeito corrosivo dos descabidos dislates do Jamais! ou da papa Maizena, da frieza impositiva na política da Educação, da linha de orientação revanchista da dupla Alberto Costa/Ricardo Rodrigues contra as magistraturas na área da Justiça ou da incorrigível sobranceria que transpira em cada intervenção do omnipresente ministro Santos Silva. Como explicou, sucintamente, Manuel Alegre, o resultado das europeias, para o PS, «foi um voto de castigo, uma punição de políticas da governação e de um certo estilo». Agora, a três meses e meio das legislativas, é tarde para o primeiro-ministro remodelar, para mudar as caras, dar outra frescura e nova energia política ao Governo. Demasiado tarde.

SÓCRATES instigou a política do ‘quero, posso e mando’ numa maioria absoluta já com os piores tiques que esta potencia: autoritarismo, auto-suficiência, prepotência. Uma maioria partidária que não resistiu à tentação controleira sobre a informação e a comunicação social, que fomentou e cultivou a dependência (quando não a submissão) dos agentes económicos e do sector financeiro ao poder socialista.
O país e a democracia respiram melhor desde a noite de domingo.

9 comentários:

  1. As análises agora são todas fáceis.
    As sondagens acertaram em todos ou quase, menos no PS.
    Têm de rever procedimentos.
    Toda a gente bate em Sócrates. É fácil é barato, mas não dá milhões.
    O PS tem 4 meses para mostrar o que vale.
    E se for preciso e é, mudar políticas e políticos não há que ter medo.
    Reduzir os orçamentos de campanha, mesmo que o PS gaste à lagurdia, como já se nota pelos novos cartazes por todo o País.
    Manuela Ferreira Leite agora tem de vir ao terreno e apresentar propostas e programa. Aí que se vai ver.
    Tem de dizer se é neoliberal ou apenas consevadora de direita.
    Tem de dizer como quer o Estado.
    Tem de dizer se há ou não avaliação de professores e Estatuto da Carreira Docente.
    Tem de dizer como quer combater o desemprego e quais as medidas.
    Não basta criticar e ficar à espera que a crise passe ou que o PR dê uma ajudinha.
    Já não há Rangel que a salve. Agora vai ter de se bater com Sócrates em público.
    Estou curioso.

    ResponderEliminar
  2. Onde se diz PS é PSD, nos orçamentos de campanha.
    É um hábito do PSD acusar sempre o PS que gasta mais. Que nomeia mais gestores. Que ocupa os lugares todos.
    E vai ter de explicar quanto custa a venda de impostos ao City Group por ano aos contribuintes e por quantos anos.

    ResponderEliminar
  3. Sabiam que a Comissão Política Distrital do Porto foi convocada para o mesmo dia que a Comissão Política Nacional, ou seja para a próxima segunda-feira à noite?
    Que estão a fazer no Secretariado três pessoas do Porto: o Prof. Béria, O Eng. Técnico Lelo e o Dr. Carolos Lage? E para que existe o Presidente da FDPorto? Vai estar no Porto e faltar à CPN o que é inaceitável, ou vai estar na CPN e faltar a CPD do Porto o que será não menos inaceitável? E os outros membros da CPN também mebros da CPD Porto?
    O que anda esta gente a fazer? Onde chega a incompetência!
    É domingo, estamos na véspera das reuniões simultâneas convocadas há quase uma semana e ninguém toma qualquer medida?
    É normal que toda esta gente esteja a enterrar Partiodo tanto a nível distrital como nacional.
    Estes são os factos. o resto são fés, fezes.
    E como vimos domingo passado os factos não se coadunam com as fezes.Pelo menos aparentemente.

    ResponderEliminar
  4. Viva o movimento para a abdicação da Elisa ferreira a favor do manel dos Santos!

    ResponderEliminar
  5. Quem é o Manuel dos Santos? Também é independente?

    ResponderEliminar
  6. Este artigo vindo de quem vem até parece um elogio a Sócrates e ao PS.
    O senhor José António Lima, assim se chama este jornalista, que já foi do Expresso, não me recordo nestes últimos 4 anos que não tenha escrito outra coisa coisa que não seja contra o socialismo, o PS e José Socrates.
    E desde o 25 de Abril que é assim. Quando lhe dá na gana malha forte e feio na esquerda.
    Parece que não gostou muito do 25 de Abril.
    É pena que Pedro Baptista publique artigos deste democrata de aviário.

    ResponderEliminar
  7. Se bem percebi, para o Sr. José Silva só é democrata quem diz bem de Sócrates.

    ResponderEliminar
  8. Se o projectista pato-bravo ser for embora é uma enorme perda para o país, apenas comparável, dada a sua cada vez maior comunhão na forma e no estilo, à queda da cadeira do doutor do vimieiro.
    Ainda há uma esperança: suspender as eleições legislativas. O supremo interesse da Nação assim o exige. Faz-se noutros países!

    ResponderEliminar
  9. O anónimo continua não saber do que fala.
    Não sabe interpretar?
    Paciência. Já não estou para o aturar com os seus escrito bafientos e de asneirada.
    Trate-se homem.

    ResponderEliminar