Preços das casas na zona euro caíram em 2009, mas Portugal foi excepção
(Público) Hoje Portugal foi um dos quatro países da zona euro onde o preço das casas subiu durante o ano passado, contrariando a tendência geral de desvalorização dos activos imobiliários que se verifica desde o início da crise.
Os números foram ontem apresentados pelo Financial Times, que desde o ano 2000 mede a evolução dos preços do mercado imobiliário na maior parte dos países europeus. Segundo as contas deste jornal económico, o valor pago por uma habitação na zona euro caiu, em média, 4,6 por cento durante o ano de 2009.
Esta descida é a consequência de um cenário em que a conjuntura económica se deteriorou fortemente, tornando os potenciais compradores mais prudentes, e em que o acesso ao crédito se tornou mais difícil, com os bancos a serem mais exigentes na hora de conceder um empréstimo.
Estes dois factores contribuíram, sem qualquer surpresa, para que a subida de preços que se vinha a verificar em muitos países da zona euro fosse bruscamente interrompida e mesmo invertida durante o ano passado.
Foi precisamente nos países em que a alta de preços tinha sido mais forte durante a última década que as correcções foram agora mais acentuadas.
Entre os países da zona euro, a Irlanda foi o que registou uma maior quebra de preços, situada em 12,4 por cento. Este país, que assistiu durante décadas a um crescimento muito forte da sua economia, descobriu, com a crise financeira internacional, as fragilidades do seu modelo, que dependia em excesso do investimento estrangeiro e do desenvolvimento do sector imobiliário.
O mesmo aconteceu em Espanha. Depois de vários anos de subidas de preços acima de 10 por cento, o valor das habitações no país vizinho caiu, de acordo com o Financial Times, 7,4 por cento em 2009.
Em Portugal, o cenário é bastante diferente. As subidas de preços no sector imobiliário já tinham parado há bastante mais tempo. Depois de um período, no final dos anos 90, de fortes valorizações, a crise económica que se começou a desenhar a partir de 2002 fez com que os preços das casas ficassem praticamente estagnados, não acompanhando as subidas que se verificavam, por exemplo, em Espanha.
Isso explica que, agora, o sector resista relativamente melhor à crise em Portugal, com os preços das casas a subir, de acordo com os cálculos do Financial Times, 0,4 por cento durante o decorrer do ano passado. Com subidas na zona euro, ficaram também a Finlândia, o Luxemburgo e a Áustria.
Mesmo na Alemanha, onde os preços, mesmo em épocas de expansão do crédito, se mantiveram bastante estáveis, ocorreu agora uma descida de 1,8 por cento.
O Financial Times revela ainda que, os primeiros dados referentes a este ano, começam a apontar para uma queda de preços mais controlada na zona euro, mais um sinal de que a retoma económica pode estar a surgir. Sérgio Aníbal
(Público) Hoje Portugal foi um dos quatro países da zona euro onde o preço das casas subiu durante o ano passado, contrariando a tendência geral de desvalorização dos activos imobiliários que se verifica desde o início da crise.
Os números foram ontem apresentados pelo Financial Times, que desde o ano 2000 mede a evolução dos preços do mercado imobiliário na maior parte dos países europeus. Segundo as contas deste jornal económico, o valor pago por uma habitação na zona euro caiu, em média, 4,6 por cento durante o ano de 2009.
Esta descida é a consequência de um cenário em que a conjuntura económica se deteriorou fortemente, tornando os potenciais compradores mais prudentes, e em que o acesso ao crédito se tornou mais difícil, com os bancos a serem mais exigentes na hora de conceder um empréstimo.
Estes dois factores contribuíram, sem qualquer surpresa, para que a subida de preços que se vinha a verificar em muitos países da zona euro fosse bruscamente interrompida e mesmo invertida durante o ano passado.
Foi precisamente nos países em que a alta de preços tinha sido mais forte durante a última década que as correcções foram agora mais acentuadas.
Entre os países da zona euro, a Irlanda foi o que registou uma maior quebra de preços, situada em 12,4 por cento. Este país, que assistiu durante décadas a um crescimento muito forte da sua economia, descobriu, com a crise financeira internacional, as fragilidades do seu modelo, que dependia em excesso do investimento estrangeiro e do desenvolvimento do sector imobiliário.
O mesmo aconteceu em Espanha. Depois de vários anos de subidas de preços acima de 10 por cento, o valor das habitações no país vizinho caiu, de acordo com o Financial Times, 7,4 por cento em 2009.
Em Portugal, o cenário é bastante diferente. As subidas de preços no sector imobiliário já tinham parado há bastante mais tempo. Depois de um período, no final dos anos 90, de fortes valorizações, a crise económica que se começou a desenhar a partir de 2002 fez com que os preços das casas ficassem praticamente estagnados, não acompanhando as subidas que se verificavam, por exemplo, em Espanha.
Isso explica que, agora, o sector resista relativamente melhor à crise em Portugal, com os preços das casas a subir, de acordo com os cálculos do Financial Times, 0,4 por cento durante o decorrer do ano passado. Com subidas na zona euro, ficaram também a Finlândia, o Luxemburgo e a Áustria.
Mesmo na Alemanha, onde os preços, mesmo em épocas de expansão do crédito, se mantiveram bastante estáveis, ocorreu agora uma descida de 1,8 por cento.
O Financial Times revela ainda que, os primeiros dados referentes a este ano, começam a apontar para uma queda de preços mais controlada na zona euro, mais um sinal de que a retoma económica pode estar a surgir. Sérgio Aníbal
Sem comentários:
Enviar um comentário