Vem Maio! Vem com o teu primeiro dia, em memória do sangue de Filadélfia donde floriram as giestas e as multidões de todos os anos...
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Preços de alimentação vão subir 39% este ano na Europa
Bom, vamos lá emagrecer a sério, quem tiver por onde emagrecer. Afinal poupa-se no ginásio (pena o IVA baixo de que pouco se aproveita), reduz-se o risco de obesidade, doenças coronárias, diabetes, cancro, por aí fora. Vamo-nos tornar fulgrais. A velha ideia do Eça sobre a portucalense felicidade: uma azeitona, este céu azul, um sol sempre a brilhar, que mais precisariam os da ponta oeste? N.B.: não esquecer o chapéu. Pior que o sol em brasa será mesmo a economia... Só como nota final: alguém viu a nossa agricultura? Aquela que despudoradamente destruiram nesta última trintena? Aquela que nos iria permitir estar menos dependentes desta flutuações? Aquela que permitiria a subsistência ( ou ajudar à) de tantos milhares de portugueses nas horas dificéis do desemprego ou dos últimos anos? Quando se discutir a culpa, ainda estou curioso de saber qual vai ser o discurso. Como podem lavar as mãos ou assobiar para o lado face às milhares de toneladas de batata de qualidade que os pequenos produtores são forçados a enterrar quando nos oferecem só lixo importado e feito a martelo no lugar do tradicional e são tubérculo? É comam-nas fritas, que não se nota, só nas panças e nas nádegas! Se a obesidade evoluir para o cérebro, ajudar-nos-á a acreditar que não temos condições para produzir cereais, enfim, os cereais devem embirrar connosco ou coisa assim...
(JN) 30.04.2008 A alimentação vai ficar 39% mais cara, na Europa, avisou esta semana a Comissão Europeia. A inflação de preços já acelerou nos dois primeiros meses deste ano e, com base nos contratos de futuros sobre as principais culturas agrícolas, negociados sobretudo na Bolsa de Chicago, Bruxelas prevê que atinjam um pico de 54% na primeira metade deste ano, antes de estabilizarem.
A escalada dos preços dos alimentos a uma escala mundial começou em 2007. Só na segunda metade do ano passado, comparando com a mesma altura do ano anterior, os preços tinham aumentado 40%, em resultado do crescente consumo em mercados emergentes (como a China e a Índia), forte procura de certas culturas para a produção de biocombustíveis (ler ao lado) e fracas campanhas agrícolas em alguns países, bem como a imposição de tarifas aduaneiras por parte de países exportadores. A estas explicações, os especialistas juntam a especulação dos grandes fundos de investimento, que têm aplicado o seu dinheiro na compra de mercadorias agrícolas em grande escala, levando também ao aumento de preço.
Além da Comissão Europeia, outras organizações mundiais têm alertado para o agravamento sucessivo de preços na alimentação e ontem mesmo a ONU criou uma "célula de crise" (ler ao lado). O objectivo é propor soluções para um problema que já levou uma cadeia de supermercados norte-americana a racionar a venda de arroz.
A subida dos preços é uma má notícia para os consumidores, mas boa para quem produz cereais. Em Portugal, "infelizmente, são poucos e cada vez menos os produtores", afirmou João Machado, presidente da Confederação da Agricultura Portuguesa. Portugal sempre foi altamente deficitário no que toca à produção de cereais, mas João Machado diz que o cenário está a piorar, porque o actual Governo deixou de os considerar uma cultura estratégica. Em consequência, não pode receber apoios ao investimento do Quadro de Referência Nacional Estratégico (QREN) por exemplo. "Mais, o ministro tem afirmado publicamente que Portugal não tem condições para produzir cereais e tem incentivado os agricultores a reconverter as explorações para outras culturas", afirmou. É o caso da região de Beja, a mais propícia à produção de cereais e que hoje, assegurou, foi reconvertida para olival. "Isto não é uma indústria que muda a produção numa semana. Reconversões na agricultura demoram dez anos a dar resultado", afirmou.João Machado entende que as políticas "erráticas" de sucessivos governos têm levado ao actual estado de coisas e, perante os aumentos dos cereais, admite que, em breve, os produtores de biocombustíveis deixem de conseguir pagar matéria-prima.
Portugal não corre o risco de ficar sem cereais e sofrer algum tipo de racionamento, acredita o ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva. Em declarações à TSF, ontem, o responsável afirmou "Temos que estar tranquilos porque não vão faltar cereais para consumo". O país, disse, "não está sozinho, está no quadro de um mercado único muito grande, o maior do Mundo, que é a União Europeia". E o espaço comunitário, assegurou, terá este ano, e de novo, "mais produção do que as necessidades de consumo da União Europeia".Mas mesmo estando afastada a possibilidade de racionar o acesso à alimentação, Jaime Silva garantiu que o Governo vai acompanhar a evolução do preço do arroz. "Iremos acompanhar justamente para termos a certeza de que não há aumento especulativo como se pretendeu fazer crer que ia haver no caso do pão", disse, lembrando notícias do início deste ano que admitiam um aumento de 50% no preço do pão.
terça-feira, 29 de abril de 2008
O pai do monstro falou e disse... Com Manuela Ferreira Leite à frente do PSD, vamos ter um que diz mata, outra que dirá esfola. E a esquerda? A política da esquerda que o país precisa para o desenvolvimento económico, justiça social e coesão nacional, sem os tiques salazarentos de contabilista barato de subir os impostos e cortar nas despesas, onde está? Vamos fazê-la? Vamos fazer perceber que com desenvolvimento económico e crescimento há aumento da massa tributável e portanto das receitas? Vamos incentivar a competitividade interna e a mobilização nacional através do aumento da coesão pela regionalização? Para sermos um comboio com locomotiva e carruagens, para usar a metáfora "deles"?
(JN) 29.4. 2008 O presidente da República, Cavaco Silva, mostrou-se hoje preocupado com um eventual descontrolo do Orçamento português.
"Espero que o governo esteja atento a essa matéria e não se vá regredir novamente para a ordem dos 3,0 por cento do PIB de défice orçamental", considerou, à chegada a uma reunião de oito presidentes de Estados-membros da União Europeia (UE), na Áustria.
A Comissão Europeia decidiu segunda-feira, em Bruxelas, propor a saída de Portugal da lista de países com "défice excessivo" mas advertiu para a necessidade de Lisboa tomar medidas que evitem a deterioração do desequilíbrio das contas públicas em 2009.
O comissário europeu da Política Económica e Assuntos Monetários, Joaquin Almunia, considerou que a redução do défice em 2007 e 2008 foi feita de uma forma "sustentada". No entanto, pediu "mais ambição" quando for elaborado o projecto de orçamento para 2009, pois uma nova tendência de subida do défice deve ser evitada.
"Vamos ver o que o governo responde a esse pedido de ambição [da Comissão Europeia]... mas agora não podemos é regredir, temos de ter cuidado", disse Cavaco Silva. "Há agora o sentimento generalizado dos políticos portugueses de que Portugal não pode voltar a uma situação de descontrolo orçamental", acrescentou o presidente da República.
Sobre as perspectivas de crescimento da economia portuguesa e europeia, Cavaco Silva considerou que "as notícias não são felizes"mas que, apesar da crise, a economia europeia está a resistir melhor do que a economia norte-americana”. "Espero que Portugal manifeste uma capacidade de resistência melhor do que noutras ocasiões", acrescentou.
"Espero que o governo esteja atento a essa matéria e não se vá regredir novamente para a ordem dos 3,0 por cento do PIB de défice orçamental", considerou, à chegada a uma reunião de oito presidentes de Estados-membros da União Europeia (UE), na Áustria.
A Comissão Europeia decidiu segunda-feira, em Bruxelas, propor a saída de Portugal da lista de países com "défice excessivo" mas advertiu para a necessidade de Lisboa tomar medidas que evitem a deterioração do desequilíbrio das contas públicas em 2009.
O comissário europeu da Política Económica e Assuntos Monetários, Joaquin Almunia, considerou que a redução do défice em 2007 e 2008 foi feita de uma forma "sustentada". No entanto, pediu "mais ambição" quando for elaborado o projecto de orçamento para 2009, pois uma nova tendência de subida do défice deve ser evitada.
"Vamos ver o que o governo responde a esse pedido de ambição [da Comissão Europeia]... mas agora não podemos é regredir, temos de ter cuidado", disse Cavaco Silva. "Há agora o sentimento generalizado dos políticos portugueses de que Portugal não pode voltar a uma situação de descontrolo orçamental", acrescentou o presidente da República.
Sobre as perspectivas de crescimento da economia portuguesa e europeia, Cavaco Silva considerou que "as notícias não são felizes"mas que, apesar da crise, a economia europeia está a resistir melhor do que a economia norte-americana”. "Espero que Portugal manifeste uma capacidade de resistência melhor do que noutras ocasiões", acrescentou.
Lisboa e o resto do país
Texto de Raúl Brito copiado do "Vímara Peres".
Todos os dias somos bombardeados com notícias sobre grandes investimentos em Lisboa: são 140 milhões de euros para a construção da A16 que integra o IC30, entre Alcabideche(A5) e Ranholas (IC19),iniciando nova circular exterior, e o IC16, entre Lourel e a CREL; são 332 milhões de € para alargamento do IC19 de 2 para 3 vias, até, 2008, conclusão do último lanço da CRIL entre a Buraca e a Pontinha, até 2009 e conclusão do Eixo Norte-Sul até Abril de 2007(?); são 100 milhões de € para a reabilitação da frente do Tejo; são 300 milhões de € para a Estação do Metro de Santa Apolónia; são 500 milhões de € para obras no apeadeiro do Oriente; são 3000 milhões de € para o novo aeroporto de Lisboa; são 300 milhões de € para a nova travessia do Tejo; são 100 milhões de € para novas creches e rede pré-escolar da região de Lisboa;são 120 milhões de € para intervenções em 10 escolas de Lisboa; são 377 milhões de € para o Hospital de todos os Santos, etc, etc. Não contestamos a necessidade destes investimentos, pois sabemos que irão contribuir para a competitividade da cidade metropolitana de Lisboa e concomitantemente para a melhoria do rendimento e da qualidade de vida da população residente.Os investimentos são tantos que a nossa capital já é a cidade europeia com melhor rede de auto-estradas.É um feito sem dúvida mas questiono-me sobre,se não haveria no resto do País outros investimentos mais prioritários. Na verdade,será justo que a capital absorva tanto dinheiro, com prejuízo da coesão nacional? Será razoável e sustentável promover um único pólo de desenvolvimento no País, prejudicando intencionalmente o desenvolvimento de outras zonas de grande dinamismo como é a Região Norte? Claro que não. Mas, não chega,termos a consciência que o actual modelo de desenvolvimento nacional é uma aberração. É preciso combater esta mentalidade napoleónica que povoa o espírito dos nossos políticos e consciencializar o resto do País que não tem que ser obrigatoriamente assim.Há outras alternativas.Há um outro modelo de desenvolvimento onde todos têm a oportunidade e o direito de participar de perto no construção do seu País.Esse modelo é a Regionalização.Devolve a cada uma das regiões a possibilidade de decidir sobre o melhor caminho e entrega ao Estado as funções de soberania. Por alguma razão os nossos constituintes o consagraram na Constituição da República. Por razões bem diversas os directórios das actuais direcções partidárias tudo fazem para não cumprir este preceito constitucional.Até agora o centralismo tem vencido com os resultados que todos conhecemos: somos um dos países mais atrasados da Europa dos 27 e internamente apresentamos desigualdades gritantes entre regiões e no rendimento das pessoas. A força dos interesses do Terreiro Paço têm conseguido abafar as vozes contestatárias mas a falência do modelo actual e a consciencialização dos cidadãos permite pensar que é chegado o momento de se dar voz e expressão às regiões como forma de Portugal encontrar uma saída para a crise económico-social e moral em que estamos presentemente.
Bem-vindo, mas venha mesmo!
Com mais uma notícia "metida" nos jornais a dizer que anda a procurar apoios, é o momento de dizer, bem-vindo José Luís Carneiro, à campanha para a presidência da Federação Distrital do Porto! Teremos ocasião de terçar argumentos e de mostrarmos em que somos diferentes e em que pensamos divergente. Mas venha mesmo à luta, não esteja à espera que o Renato Sampaio vá para "outras funções", para ser o José Luís o candidato do "regime" e só o ser nessas condições. É o que se chama esperar sapatos de defunto, não é bonito. Desses "candidatos" há por aí muitos disponíveis... Até porque sabe que isso não vai acontecer, ou não sabe? E, já agora, até pode ir mostrando em que seria diferente do Renato, no que interessa mais: a relação com o poder central; a relação com as concelhias e as próximas autárquicas. Como nunca lhe ouvimos uma palavra crítica, diga lá, em que é diferente? Está a ver, até o estamos a judar...
PS quer Metro directo para Gondomar a passar por Valbom
Muito bem. Há mais de 11 anos que defendemos esta posição que parece evidente. Não tem sentido nenhum (a não ser o sentido do interesse de alguns terrenos que até se sabe de quem são) ir de S.Cosme de Gondomar para Campanhã ou para o Dragão através de Rio Tinto. Ligação directa por Valbom, correctíssimo, por todas as razões. Assim como ligação directa para Rio Tinto-Venda Nova. Ligação directa para a Luz é que será difícil, desculpem lá o Arménio, o Rio Fernandes e o Manuel dos Santos, porque as lâmpadas fundiram-se com os -23º de temperatura.
29.04.2008, Aníbal Rodrigues (Público)
Parlamentares socialistas visitaram ontem alguns pontos do percurso de 6,5 km que irá ser construído entre o Estádio do Dragão e Venda Nova
Os deputados do PS eleitos pelo círculo do Porto reivindicaram ontem a construção de uma linha de metro, em linha recta, entre Gondomar e Campanhã, passando por Valbom. Para já, o que existe é apenas um compromisso de estudar esta ligação, constante do memorando de entendimento, celebrado em Maio de 2007, entre o Governo, a Junta Metropolitana do Porto e a empresa Metro do Porto. "Não deixaremos de reivindicar a ligação entre Gondomar e Campanhã, passando por Valbom, que é mal servida de transportes públicos. É servida por uma empresa privada [Gondomarense] que tem um défice de qualidade", vincou a deputada socialista Isabel Santos, no final de uma visita, em autocarro, ao percurso que o metro fará entre o Estádio do Dragão e Venda Nova. O geógrafo Rio Fernandes também lançara um repto semelhante: "Em vez de se prolongar a linha de Rio Tinto, que vai até à Venda Nova, que se construa - e é isso que consta do protocolo - a ligação entre Campanhã e Gondomar, por Valbom.
" Uma posição que contraria o estudo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que defende o prolongamento, a partir da Venda Nova, a São Cosme e a Valbom. O troço Estádio do Dragão-Venda Nova encontra-se, nesta altura, numa fase de qualificação dos candidatos. A empreitada, numa extensão de 6564 metros, apresenta um preço de referência de 95 milhões de euros, prevendo-se que demore 620 dias a concluir. Estes cerca de 6,5 km incluem 980 metros em túnel, que passará sob o centro comercial Parque Nascente, cujas fundações já foram pensadas para receber esta obra de arte. O trajecto apresentará 10 estações, todas à superfície: Contumil, Nicolau Nasoni, S. João de Deus, Parque Nascente, Rio Tinto, Lourinha, Paço, Carreira, Venda Nova e Venda Nova B. Em Rio Tinto existem cerca de 60 mil habitantes e 3500 apartamentos à venda, segundo o presidente da respectiva junta de freguesia, Marco Martins. Com a chegada do metro, as previsões apontam para um aumento de 10 mil habitantes num período de seis anos. Ainda assim, e face ao número de habitações por transaccionar, Marco Martins apelou ao comedimento na construção e, "face à falta de equipamentos culturais e desportivos", pediu "mais investimentos" por parte da Câmara de Gondomar.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Governo cria Comissão para conhecer estado da saúde a Norte
Significará que vale a pena travar a batalha que temos vindo a travar? Em parte, acreditamos que sim. Uma Comissão para uma política regional, por que temos combatido e que deveria há muito estar implementada em todos os terrenos, se na Federação do Porto houvesse voz e fosse ouvida, em vez de uma mera caixa de ressonância a fazer ecoar aos sábados os ruídos da semana do Terreiro do Paço. Esperemos que não seja uma daquelas comichões à antigamente que se decidem nomear quando não se pretende fazer nada. Também não se percebe bem como é preciso uma comissão para conhecer o estado da assistência hospitalar na região. Se é preciso conhecer, é porque não se conhece. Mas devia conhecer-se e há muito, não será verdadíssima? Bom, será melhor tarde do que nunca. Aleluia: finalmente vão conhecer o Norte! Será assim?
(Portugal Diário) 29.04.2008 A ministra da Saúde decidiu criar uma comissão para elaborar um plano estratégico de Reordenamento da Rede Hospitalar na Área Metropolitana do Porto, que deverá concluir a sua tarefa em Janeiro de 2009, noticia a agência Lusa.
De acordo com o despacho publicado hoje em Diário da República, a comissão irá proceder à «avaliação das necessidades» de cuidados de saúde hospitalares nesta área metropolitana e elaborar do «diagnóstico da oferta hospitalar existente e da sua adequação, tanto em termos quantitativos, como em termos de perfil de produção/especialização de cada instituição e da sua inserção na rede hospitalar global, bem como com as redes de cuidados de saúde primários e continuados».
A comissão terá ainda que identificar as «necessidades, priorizadas, de investimento em novas instituições, atendendo aos trabalhos já desenvolvidos» e a apresentar «um plano coerente da estratégia de desenvolvimento hospitalar na dupla vertente dos investimentos a realizar em novas instituições e das medidas a desenvolver tendentes à adequação das instituições da rede já existentes, identificando e calendarizando as medidas e acções a desenvolver no curto e médio prazo, aos vários níveis».
O despacho lembra que está em fase de negociação final o concurso para o novo Hospital de Braga, em modelo de Parceria Público-Privada (PPP), que avançarão também, com este modelo, os novos hospitais de Vila Nova de Gaia e da Póvoa de Varzim/Vila do Conde e que se encontram em fase de concurso os novos hospitais de Lamego, Amarante, Centro Materno-Infantil e Centro de Reabilitação do Norte.
O diploma refere ainda que estão ainda «em fase avançada» os projectos de modernização do Centro Hospitalar do Nordeste, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Guimarães, Hospital de São João e Centro Hospitalar do Porto.
De acordo com o despacho publicado hoje em Diário da República, a comissão irá proceder à «avaliação das necessidades» de cuidados de saúde hospitalares nesta área metropolitana e elaborar do «diagnóstico da oferta hospitalar existente e da sua adequação, tanto em termos quantitativos, como em termos de perfil de produção/especialização de cada instituição e da sua inserção na rede hospitalar global, bem como com as redes de cuidados de saúde primários e continuados».
A comissão terá ainda que identificar as «necessidades, priorizadas, de investimento em novas instituições, atendendo aos trabalhos já desenvolvidos» e a apresentar «um plano coerente da estratégia de desenvolvimento hospitalar na dupla vertente dos investimentos a realizar em novas instituições e das medidas a desenvolver tendentes à adequação das instituições da rede já existentes, identificando e calendarizando as medidas e acções a desenvolver no curto e médio prazo, aos vários níveis».
O despacho lembra que está em fase de negociação final o concurso para o novo Hospital de Braga, em modelo de Parceria Público-Privada (PPP), que avançarão também, com este modelo, os novos hospitais de Vila Nova de Gaia e da Póvoa de Varzim/Vila do Conde e que se encontram em fase de concurso os novos hospitais de Lamego, Amarante, Centro Materno-Infantil e Centro de Reabilitação do Norte.
O diploma refere ainda que estão ainda «em fase avançada» os projectos de modernização do Centro Hospitalar do Nordeste, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Guimarães, Hospital de São João e Centro Hospitalar do Porto.
Sócrates salienta convergência com a Zona Euro
(JN) 29.4.2008
O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou para já fazer uma revisão em baixa do crescimento económico de Portugal para este ano e rejeitou a perspectiva de Bruxelas de que o défice orçamental poderá agravar-se em 2009.
A Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento económico português em 2008, prevendo uma desaceleração do nível de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9 por cento (2007) para 1,7 (2008) e 1,6 (2009).
Bruxelas advertiu também o executivo português para a possibilidade do défice orçamental "se deteriorar" em 2009 por causa da diminuição das receitas associadas à baixa da taxa de IVA.
"Não temos ainda nenhum elemento quantitativo que nos permita rever em baixa a nossa perspectiva de crescimento. Quando o tivermos olharemos de novo para a nossa previsão", declarou o primeiro-ministro após a inauguração do Nó de Alcântara.
José Sócrates afirmou também que as previsões da Comissão Europeia e do Governo "são coincidentes" em relação ao défice estimado para 2008: 2,2 por cento.
"A Comissão Europeia diz que para o ano, em 2009, o défice aumentará. Mas posso dizer que em 2009 o défice não aumentará, porque isso seria contrário à nossa política", frisou José Sócrates.
Bruxelas "confirma que a economia portuguesa está hoje em muito melhores condições do que há três anos atrás. Essa é a grande notícia destas previsões: vamos retomar este ano a convergência em termos de crescimento económico com a União Europeia", acrescentou o primeiro-ministro.
A Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento económico português em 2008, prevendo uma desaceleração do nível de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9 por cento (2007) para 1,7 (2008) e 1,6 (2009).
Bruxelas advertiu também o executivo português para a possibilidade do défice orçamental "se deteriorar" em 2009 por causa da diminuição das receitas associadas à baixa da taxa de IVA.
"Não temos ainda nenhum elemento quantitativo que nos permita rever em baixa a nossa perspectiva de crescimento. Quando o tivermos olharemos de novo para a nossa previsão", declarou o primeiro-ministro após a inauguração do Nó de Alcântara.
José Sócrates afirmou também que as previsões da Comissão Europeia e do Governo "são coincidentes" em relação ao défice estimado para 2008: 2,2 por cento.
"A Comissão Europeia diz que para o ano, em 2009, o défice aumentará. Mas posso dizer que em 2009 o défice não aumentará, porque isso seria contrário à nossa política", frisou José Sócrates.
Bruxelas "confirma que a economia portuguesa está hoje em muito melhores condições do que há três anos atrás. Essa é a grande notícia destas previsões: vamos retomar este ano a convergência em termos de crescimento económico com a União Europeia", acrescentou o primeiro-ministro.
Bruxelas diz que défice português deve subir de novo em 2009
Se assim for, será difícil justificar a bondade da política que dificultou o crescimento económico, como o Secretário-geral do PS reconheceu, na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, no passado sábado...
Se Ferreira Leite, a autora da política anti-défice através da subida de impostos, for a próxima presidente do PSD, vamos ter um debate sobre o défice do Centrão, na linha "agora canto eu e agora cantas tu", anexado pelo "vira o disco e toca o mesmo" da autoria do famoso Ti Tomás dos Petiscos.
(Portugal Diário) 29.04.2008 A Comissão Europeia estima que o défice português aumente dos 2,2%, em 2008, para 2,6%, já em 2009.
Segundo o relatório da Primavera divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia, prevê-se para 2009 um agravamento do défice devido ao impacto da redução da taxa de IVA de 21 para 20 por cento a partir do próximo dia 1 de Julho.
Bruxelas prevê, para este ano, um défice de 2,2%, em linha com as previsões do Executivo português. Mas as estimativas da instituição para 2009 opõem-se as previsões do Governo de Sócrates, já que este prevê para o próximo ano, uma redução do desequilíbrio das contas para 1,5% do PIB.
Recorde-se que o Executivo comunitário contava propor já em Maio a saída de Portugal da lista de países em «défice excessivo» (acima dos 3%).
A dívida pública também vai voltar a subir, já este ano.
Segundo o relatório da Primavera divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia, prevê-se para 2009 um agravamento do défice devido ao impacto da redução da taxa de IVA de 21 para 20 por cento a partir do próximo dia 1 de Julho.
Bruxelas prevê, para este ano, um défice de 2,2%, em linha com as previsões do Executivo português. Mas as estimativas da instituição para 2009 opõem-se as previsões do Governo de Sócrates, já que este prevê para o próximo ano, uma redução do desequilíbrio das contas para 1,5% do PIB.
Recorde-se que o Executivo comunitário contava propor já em Maio a saída de Portugal da lista de países em «défice excessivo» (acima dos 3%).
A dívida pública também vai voltar a subir, já este ano.
Portugal cresce em linha com a zona Euro este ano
São más notícias na medida em que vão ao arrepio da convergência. Para convergir e, sobretudo para convergir significativamente, Portugal teria de crescer muito mais do que isto. Mas só se fosse capaz de mobilizar a totalidade e a pluraridade dos recursos humanos e territoriais. Como se continua a fazer o contrário na modorra centralista, sem competitividade interna e com um país cada vez mais apertado em torno de si mesmo, ou seja da capital-aspirador, não há qualquer margem de manobra para fazer face ao efeito da diminuição da procura externa sobre as exportações. E o pior, ainda, são as previsões para 2009. É altura de reflectir sobre estes dados com muita atenção principalmente agora que, por via do PSD, a política do défice do PS e PSD vão estar a bater sobre si próprios.
( Portugal Diário) 29.4.2008
A Comissão Europeia reviu esta segunda-feira em baixa as previsões de crescimento para a economia portuguesa, este ano. Segundo Bruxelas, o PIB deverá subir 1,7%, este ano, abaixo dos 2% anteriormente previstos.
Este cálculo está em linha com a estimativa para a Zona Euro, já que Bruxelas também reviu em baixa as previsões para a economia dos quinze-estados membros para 1,7%, diz o relatório de Primavera divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia.
Se se verificarem estas estimativas, a economia portuguesa, este ano, vai crescer ao mesmo ritmo da Zona Euro.
Mas a economia portuguesa deverá voltar a abrandar já em 2009. O organismo avança com um novo abrandamento da economia portuguesa, com o PIB a crescer 1,6%, no próximo ano. No entanto, as estimativas apontam para um crescimento superior ao da Zona Euro (1,5%).
Assim sendo, a previsão de crescimento económico para Portugal avançada esta segunda-feira pela Comissão Europeia para 2008, de 1,7%, é mais optimista que os 1,3% apontados pelo FMI, mas está abaixo dos 2,2% esperados pelo Governo.
Este cálculo está em linha com a estimativa para a Zona Euro, já que Bruxelas também reviu em baixa as previsões para a economia dos quinze-estados membros para 1,7%, diz o relatório de Primavera divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia.
Se se verificarem estas estimativas, a economia portuguesa, este ano, vai crescer ao mesmo ritmo da Zona Euro.
Mas a economia portuguesa deverá voltar a abrandar já em 2009. O organismo avança com um novo abrandamento da economia portuguesa, com o PIB a crescer 1,6%, no próximo ano. No entanto, as estimativas apontam para um crescimento superior ao da Zona Euro (1,5%).
Assim sendo, a previsão de crescimento económico para Portugal avançada esta segunda-feira pela Comissão Europeia para 2008, de 1,7%, é mais optimista que os 1,3% apontados pelo FMI, mas está abaixo dos 2,2% esperados pelo Governo.
Taxas de crédito à habitação perto dos 6%
O pior de tudo, do que os ecrãs, ou do que os discursos, é a realidade quotidiana das pessoas...
Paula Cordeiro (DN) 29.04.2008
Quem for pedir um novo empréstimo para a compra de casa em Maio, provavelmente só conseguirá negociar uma taxa de juro perto de 6%. É que a Euribor a seis meses, o indexante utilizado nos empréstimos à habitação, quase não parou de subir longo do mês de Abril, devendo atingir um valor médio próximo de 4,8%, o mais alto desde Dezembro. No último ano, a prestação mensal de um empréstimo de 150 mil euros já se agravou quase 12%.Na sexta-feira, a Euribor a seis meses, o indexante mais usado nos empréstimos à habitação em Portugal, fixou-se nos 4,881%. A Euribor a três meses também subiu para 4,847% e a 12 meses alcançou os 4,964%, o máximo em sete anos e meio. Só na quarta-feira, último dia do mês, se ficará a conhecer o valor médio da Euribor em Abril, mas tudo indica que deverá ficar bem acima dos 4,60% atingidos pela Euribor a seis meses no mês passado.Com a falta de liquidez no mercado interbancário, motivada pela crise financeira internacional, e par de uma possível subida das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE) para travar as pressões inflacionistas na Europa, o preço do dinheiro transaccionado entre os bancos tem resultado numa subida das taxas Euribor.Mas não é só a subida destes indexantes que pesa mais na taxa final a pagar pelo consumidor. Perante a escassez de dinheiro, os bancos tornaram-se mais restritivos na concessão e apertaram os critérios. A negociação da margem financeira aplicada pelo banco, o conhecido spread, é uma tarefa mais difícil, que se traduz no pagamento de uma taxa mais elevada. Hoje em dia, dificilmente um cliente que for contrair um novo empréstimo conseguirá um spread abaixo dos 0,8 pontos percentuais, com a banca a fazer depender a negociação desta margem da subscrição de um conjunto de produtos e serviços bancários subscritos pelo cliente.Assim, dificilmente um cliente conseguirá negociar uma taxa de juro abaixo de 5,6 ou 5,8%, para um novo empréstimo. Se atendermos que, há um ano atrás, para as mesmas condições, um consumidor conseguia uma taxa de 4,8%, significa um aumento de 11,8% na prestação a pagar. Para um pedido de crédito de 150 mil euros, a prestação a pagar com uma taxa de 4,8% era de 787 euros por mês, contra um valor de 880 euros, quando aplicado um juro de 5,8%. Esta é uma situação que se conjuga (e resulta) num cada vez menor recurso ao crédito à compra de casa, que comprovam os números de 2007, face a um maior aperto financeiro por parte das famílias.
Quem for pedir um novo empréstimo para a compra de casa em Maio, provavelmente só conseguirá negociar uma taxa de juro perto de 6%. É que a Euribor a seis meses, o indexante utilizado nos empréstimos à habitação, quase não parou de subir longo do mês de Abril, devendo atingir um valor médio próximo de 4,8%, o mais alto desde Dezembro. No último ano, a prestação mensal de um empréstimo de 150 mil euros já se agravou quase 12%.Na sexta-feira, a Euribor a seis meses, o indexante mais usado nos empréstimos à habitação em Portugal, fixou-se nos 4,881%. A Euribor a três meses também subiu para 4,847% e a 12 meses alcançou os 4,964%, o máximo em sete anos e meio. Só na quarta-feira, último dia do mês, se ficará a conhecer o valor médio da Euribor em Abril, mas tudo indica que deverá ficar bem acima dos 4,60% atingidos pela Euribor a seis meses no mês passado.Com a falta de liquidez no mercado interbancário, motivada pela crise financeira internacional, e par de uma possível subida das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE) para travar as pressões inflacionistas na Europa, o preço do dinheiro transaccionado entre os bancos tem resultado numa subida das taxas Euribor.Mas não é só a subida destes indexantes que pesa mais na taxa final a pagar pelo consumidor. Perante a escassez de dinheiro, os bancos tornaram-se mais restritivos na concessão e apertaram os critérios. A negociação da margem financeira aplicada pelo banco, o conhecido spread, é uma tarefa mais difícil, que se traduz no pagamento de uma taxa mais elevada. Hoje em dia, dificilmente um cliente que for contrair um novo empréstimo conseguirá um spread abaixo dos 0,8 pontos percentuais, com a banca a fazer depender a negociação desta margem da subscrição de um conjunto de produtos e serviços bancários subscritos pelo cliente.Assim, dificilmente um cliente conseguirá negociar uma taxa de juro abaixo de 5,6 ou 5,8%, para um novo empréstimo. Se atendermos que, há um ano atrás, para as mesmas condições, um consumidor conseguia uma taxa de 4,8%, significa um aumento de 11,8% na prestação a pagar. Para um pedido de crédito de 150 mil euros, a prestação a pagar com uma taxa de 4,8% era de 787 euros por mês, contra um valor de 880 euros, quando aplicado um juro de 5,8%. Esta é uma situação que se conjuga (e resulta) num cada vez menor recurso ao crédito à compra de casa, que comprovam os números de 2007, face a um maior aperto financeiro por parte das famílias.
Alegre emocionado no regresso à Voz da Liberdade na Argélia
Ainda o perfume dos cravos...
LUSA (Diário de Notícias) 29.04.2008
LUSA (Diário de Notícias) 29.04.2008
O vice-presidente da Assembleia da República Manuel Alegre revisitou ontem, emocionado, as instalações de onde emitia a "Voz da Liberdade", durante o período em que esteve exilado na Argélia, antes do 25 de Abril de 1974. Manuel Alegre frisou ter trabalhado dez anos na rádio Argel "de forma absolutamente livre" e sublinhou que "não podemos separar a história da revolução portuguesa do papel desempenhado pela Argélia, que ajudou Portugal a instaurar a democracia, sem pedir nada em troca". No âmbito de uma visita oficial de três dias à Argélia, Manuel Alegre esteve nas instalações de onde transmitia a "Voz da Liberdade", declarando-se emocionado por voltar ao lugar onde afirmou ter trabalhado "com toda a liberdade", sem qualquer interferência das autoridades argelinas. "Não podemos separar a história da revolução portuguesa do papel desempenhado pela Argélia, que ajudou Portugal a instaurar a democracia e ajudou outros movimentos de libertação, sem pedir nada em troca, apenas com solidariedade para aqueles que se batiam pela liberdade", afirmou. Manuel Alegre frisou que "jamais houve da parte dos argelinos qualquer ingerência ou tentativa de orientar ou controlar as emissões", destacou, adiantando que os portugueses têm "uma dívida para com a Argélia e para com a rádio Argel". As emissões, que se faziam três vezes por semana e eram dirigidas a Portugal e às colónias africanas, foram compiladas num CD que foi oferecido a Alegre pelo director-geral da rádio, Azzedine Medjoubou, uma oferta que o vice-presidente do parlamento português considerou "preciosa". Manuel Alegre afirmou que Portugal e a Argélia podem desempenhar um papel essencial na aproximação dos povos a sul e a norte do Mediterrâneo, mantendo-o como uma "encruzilhada de contacto entre civilizações, como sempre foi". Ontem de manhã, num encontro com o chefe do governo argelino, Abdelaziz Belkhadem, Manuel Alegre reiterou o papel desempenhado pela Argélia na resistência portuguesa à ditadura e o carácter histórico das relações "indeléveis" entre os dois países, que considerou necessário reforçar. Esta não foi a primeira vez que Manuel Alegre regressa à Argélia, que já visitou nos anos 1990 com o então secretário-geral do Partido Socialista António Guterres. Foi esta deslocação à Argélia que o impediu de participar nas comemorações de 25 de Abril.
domingo, 27 de abril de 2008
A LINHA FERROVIÁRIA DO TUA E O FUNDAMENTALISMO DO BETÃO
Aí está ele, e em força, o império do betão. E nós socialistas que tanto o combatemos em Cavaco na campanha vitoriosa de 1995! (Foi no século passado, pois foi; ou é betão que rima com aldrabão?) O desprezo por tudo o que não seja a cidade onde se alimenta a autoproclamada classe política, evolui para cegueira, fazendo com que o país que, até agora, no dichote queirosiano, era a capital mais a paisagem, deixe de ser sequer paisagem fora do jardim alentejano, transformado em greens e ressorts, verdadeira razão de ser do Alqueva. Por este andar, não tardará e serão também capital de nada, a tal locomotiva sem carruagens a que já se promovem as inteligências da estratégia global. Mais valia entreterem-se e tentarem entreter o país com(ainda) mais uma ponte sobre o Tejo ou mais umas auto-estradas gratuitas na região de Lisboa que têm poucas. Afinal o volume de negócios em betão, para dinamizar a pobre da construção civil de obras públicas, tão maltratada ultimamente, (vejam só o caso da Mota-Engil que se tem sentido tão injustiçada), não seria muito diferente... E esses gloriosos deputados durienses e transmontanos não abrem boca? E, claro, os portuenses? E os geógrafos, esses grandes vultos da nossa prosa opinativa, tantas vezes certeiros nas análises? E a CCRN funcionaliza-se veneranda? Ou é mesmo assim? E será como o Ballet rose, no antigamente, que como uma dizia uma cantiga clandestina, ninguém via no jornal nem na TV? Estaremos mesmo sozinhos, com a nossa liberdade e responsabilidade? Bom, juntemo-nos os que pensam como nós. Atentemos em mais este artigo sobre o tema do Tua e concluamos o que tivermos a concluir... Tivemos o período de sugar do comércio com a Índia, depois foram os escravos e o oiro do Brasil, agora a Europa, os planos regionais e sobretudo os horizontais do QREN... E nem um olhar sobre nós próprios? Sobre, ao menos, a beleza das nossas serranias e pedras inóspitas, imagem que o Salazar tentou criar de nós próprios para justificar a pobreza provocada pela sua política de altos impostos, extorsão fiscal e estagnação económica (Também foi no século passado, não foi?). Será preciso ser muito inteligente para perceber o lugar de Portugal na Europa dos viajantes e do lazer cultural, dos que não ligam aos greens ou pelo menos não ligam só a isso?
Como é possível não se perceber o que está em causa? Como é possível deixar um tema destes, da natureza, do turismo, da vinicultura, nas mãos de economistas, engenheiros civis ou hidro-eléctricos sem sensibilidade e quejandos? Se a guerra é demasiado trágica para ser deixada nas mãos dos militares, aqui o caso é o mesmo com os megalómanos, ou meros negociantes, do betão.
Rui Rodrigues (Público) 21 de Abril de 2008
A barragem do Rio Tua pode ser um investimento interessante para a empresa que a vai explorar, a EDP, mas provocará, sem dúvida, uma perda irrecuperável do transporte público, da paisagem e da agricultura de Trás-os-Montes, que se tornará mais pobre e despovoada.
A barragem do Rio Tua pode ser um investimento interessante para a empresa que a vai explorar, a EDP, mas provocará, sem dúvida, uma perda irrecuperável do transporte público, da paisagem e da agricultura de Trás-os-Montes, que se tornará mais pobre e despovoada.
A linha de via estreita do Tua foi construída no final do século XIX e início do século XX, desde a foz do Rio Tua até Bragança, numa extensão total de cerca de 133,8 quilómetros (Km), tendo sido desactivado o troço de Mirandela a Bragança, de 81 Km, no ano de 1991. A construção da linha desde a Foz do Tua até Mirandela, sobretudo os vinte quilómetros iniciais, comparável a algumas vias nos Alpes, foi uma obra de muito difícil execução, tendo sido concluída em 1887. Durante vinte anos, Mirandela foi o fim da linha mas, a partir de 1905, chegou a Bragança o que, naquela época, representou uma grande melhoria da mobilidade para as populações daquela região. O encerramento do troço de Mirandela a Bragança foi envolvido em polémica, pois foram gastos 300 mil contos (1 milhão e meio de Euros) pouco tempo antes do seu fecho, em 1991. Ficou por explicar esta despesa, sobretudo pelo facto de uma capital de distrito de Portugal ter ficado sem via férrea. Na altura houve alguma contestação, que quase desapareceu, após várias promessas de substituição do comboio por autocarros nas povoações afectadas. Infelizmente, passados cerca de 18 meses, após o encerramento da via, também os autocarros foram suprimidos e as populações ficaram sem qualquer transporte público.O transporte de mercadorias que o comboio facultava foi outra das grandes perdas para aquela região. Esta é, aliás, uma das maiores queixas de algumas povoações. Para se ter uma ideia desta situação basta dizer que um construtor perto de Azibo (30 km a norte de Mirandela), para encomendar cimento, só pelo serviço do transporte de camião até ao Pocinho, paga cerca de 500 euros. Outro tipo de mercadorias, tais como adubos, cereais, cortiça etc., eram transportadas por via férrea. A perda deste modo causou graves danos na economia local e as consequências, hoje, são visíveis porque o abandono das estações ferroviárias, que existiam, provocaram desemprego e emigração e consequente despovoamento.
Recentemente foi anunciada a intenção da construção de uma barragem no Rio Tua, o que poderá representar o desaparecimento do único troço ainda em funcionamento da linha, com mais de 120 anos de existência. A linha ferroviária do Tua ficará praticamente toda submersa, se for aprovado o projecto da EDP para a construção da barragem, com uma cota de 195 metros. Mesmo que se opte pela cota mínima, os últimos 15 quilómetros da via do lado da Foz do Tua irão desaparecer. Para a EDP que a irá explorar, pelo período de 75 anos, este é um investimento interessante, porque a nova barragem terá uma capacidade de 324 megawatts, embora, neste caso, a energia eléctrica que vai ser produzida seja insignificante para colmatar as necessidades do País.
Uma das ideias que têm sido propostas, antes de se construir novas barragens, seria aumentar a potência das que já existem, o que permitirá, com baixos investimentos, obter maiores proveitos. Um dos problemas de Portugal é a baixa eficiência energética, devido aos grandes desperdícios que se verificam no nosso país. Esta deveria ser a maior aposta a cumprir nos próximos anos.
A nova barragem só iria criar postos de trabalho durante a sua construção. Terminada esta, o número de pessoas necessárias será quase nulo. Os grandes prejudicadas com este projecto são, sem dúvida, as populações locais, uma vez que o encerramento definitivo da linha do Tua vai eliminar um serviço público de transporte, no acesso ao Porto (via linha do Douro) e a Mirandela. Outra consequência consistiria na perda de rendimento para os agricultores, vinicultores e outros trabalhadores agrícolas na inundação das terras que são a sua única base de sustentação económica. O turismo seria afectado porque, actualmente, a linha do Tua atrai milhares de visitantes nacionais e estrangeiros.O turismo e agricultura da região são duas actividades não deslocalizáveis que a região não pode perder; caso contrário, toda aquela zona do país ficará mais pobre. Se a linha do Tua desaparecer, provavelmente vão ocorrer as mesmas consequências que se verificaram no troço encerrado entre Mirandela e Bragança, onde algumas promessas feitas às populações não foram cumpridas.A construção de uma barragem gera sempre impacte ambiental e cada caso é um caso, sendo este bastante digno de estudo e de ponderação.
Estão previstos alguns investimentos, em Espanha, que indirectamente irão beneficiar a região de Trás-os-Montes. Nos próximos anos, com a conclusão da nova rede ferroviária espanhola, vai ser possível ligar Madrid a Puebla de Sanábria, em 1 hora e 40 minutos e a capital espanhola a Salamanca, em 1 hora e 30 minutos. Está também prevista a reabertura do troço de Fuente de S. Estéban até Barca de Alva, que ligará a fronteira portuguesa a Salamanca. Se do lado português for reaberta a via desde Barca de Alva até ao Pocinho, a linha do Douro terá ainda maiores potencialidades turísticas. Quanto mais tráfego tiver a linha ferroviária do Rio Douro e melhor funcionar, maior beneficio resultará para a linha do Tua, que dela depende, e que já foi considerada, por revistas estrangeiras, como uma das cinco mais belas linhas turísticas da Europa. Em Portugal, existem poucos locais com aquela beleza, sendo difícil descrever, por palavras, os cerca de 54 quilómetros de via férrea, que separam Mirandela da foz do Tua, pois é uma experiência inesquecível, que fica na memória de qualquer visitante e com o desejo de um dia lá voltar. Para se ter uma ideia da beleza ao longo deste itinerário, podem-se ver as fotos no seguinte ‘site’: http://picasaweb.google.pt/rodrigues.rui1/LinhaDoTua03?authkey=rk1Bwb8VOgY
Necessárias muitas cores, muita pluraridade, muito debate e pensamento, muita liberdade e inteligência, para que a rosa se expresse em toda a sua beleza e perfumes, para que minimize os espinhos.Necessário muita água e sol, muita exposição, contacto com o mundo, visão, audição, emoção, para que a imagem da rosa perdure como objectivo futuro de um país e um mundo melhor, mesmo se não totalmente realizável de imediato.
Estudo: jovens votam menos e valorizam referendo
Um estudo de que se podem fazer leituras tão díspares e contraditórias que, sem se poder dizer que seja inútil, terá menos valia do que a propalada para retirar conclusões.
1ª - Há algum debate em Portugal sobre a proficuidade dos referendos entre nós, depois de três referendos sucessivos inválidos? Ou seja iniciativas rejeitadas pelo eleitorado. Não há! E por uma razão simples: o referendo de bloqueio à regionalização, que a impedirá sempre de se insituir em concreto, pois, como todos os refrendos entre nós, também esse, nunca será válido e, portanto, nunca permitirá o cumprimento da Consituição. Embora tivesse sido "metido" na Constituição!
2º - Há um "falhanço" do Ministério da Educação e dos governos em geral nestes 30 anos que levaram ao branqueamento do fascismo salazarista com cujo derrube toda a direita ainda hoje não convive, como se viu nos últimos dias; seria uma vergonha de incompetência se todos não percebêssemos que a hist´0oria do "falhanço" é outra, é a história duma promiscuidade e duma cumplicidade.
3º - A identidade esquerda-direita resulta, por um lado, da mistificação levada a cabo pela politologia institucional dominante, instalada nos institutos universitários e nos media, por outro de, toda a direita e alguma pretensa esquerda perceberem que a melhor forma de arrancar os direitos aos trabalhadores e fazer recuar a sociedade para os parâmetros anteriores ao 25 de Abril, ou mesmo para os oitocentistas, é arranjar um governo dito de "esquerda" para fazer toda a política que a direita não conseguiria fazer com o seu discurso sem enfrentar uma revolução. Por um outro lado, com a palhaçada do marketing político eleitoral na fase de degradação a que chegou, com esquerda e direita a tentar vender o Pepsodente da taxa arreganhada ao centro eleitoral, como não hão-de os jovens, e toda a gente, pensar o que pensam? Mas o eleiçoarismo vergonhoso em que vivemos ( e não é só cá) é um instrumento do carreirismo político. Fazer política de cidadania, por causas e convicções de esquerda é inteiramente o contrário. Esta demarcação, senão esta cisão, será inevitável a curto prazo em toda aq esquerda socialista e social-democrata europeia onde ainda não se realizou.
4º - Mas, independentemente do dito nos pontos anteriores, tanto em relação às traição dos governos ao 25 de Abril, co0mo em relação a mistificação da identidade esuerda-direita, a tentação da juventude para a direita é tão preocupante, quanto se sabe que tal fenómeno ocorreu antes de todos os golpes da dreita que implicaram sempre violência sistemática, arranque das liberdades fundamentais, ditadura e retrocesso de todos os itens civilizacionais. Ver 1924, 25, 26, não faltavam republicanos, fossem parlamentares, publicistas ou filósofos, a levantarem a questão do falhanço-traição da educação pública, mormente das universidades... E claro, não havia TV, nem os media tinham a força que têm. Digam-me: há alguma resista de esquerda neste nosso tão malfadado como querido Portugal? E vejam se tal deserto ocorre em algum país da Europa ou da América Latina que seja!
5º - Quanto aos uninominais é só perguntar: outra vez? Quantas vezes a A.R., ou seja a maioria PSD-PS já não brincou com os portugueses nessa matéria, chumbando alegremente os projectos um do outro, para que tudo ficasse na mesma? Por outro lado, já fomos mais a favor dos uninominais. Do ponto de vista da democracia aprofundada tem vantagens e desvantagens. Se corre com uma série de zeros que pululam na A.R.,a envergonhando e envergonhando o país, se obriga a que o eleito responda perante o eleitor com cara e nome, se permite que sejam as pessoas mais comprometidas com causa pública e por isso com mais visibilidade a serem eleitas, por outro lado, também permite melhor do que em qualquer outro sistema, que sejam os caciques locais, em particular os ricos, a criarem os seus sindicatos de votos dirigidos pelos famosíssimos "cabos". Não são cabos de guerra, nem cabos de vassoura, mas são os cabos de voto, com grande tradição no Século XIX e ainda na I República. Um debate para se fazer, mas alguém o tem feito com os dados concretos para lá de proclamações mais ou menos estriónicas de venda de novos placebos?
(JN) 27.04.2008
Os jovens tendem a alinhar-se ideologicamente mais à Direita que a generalidade da população, são os maiores apoiantes do referendo, votam com menos regularidade e tendem a ver outras formas de participação política como "mais eficazes" que o voto. Estas são algumas das conclusões do estudo sobre "Os jovens e a política" realizado pela Universidade Católica e a que Cavaco Silva aludiu, anteontem, durante as comemorações do 25 de Abril.Disponível no sítio da Presidência da República, o estudo revela que apenas 8,8% dos inquiridos se interessa muito pela política. Com uma nuance por sexos, é superior o número de homens que responde ter "muito" ou "bastante" interesse. Do total de entrevistados, 61% mostra-se favorável a uma alteração do sistema eleitoral que permita votar mais pelos candidatos e menos pelos partidos.O desconhecimento revelado em relação à vida política e que preocupa Cavaco Silva não é exclusivo dos jovens. Na faixa dos 30 aos 64 anos (a maior parte da população activa), apenas 32,6% dos inquiridos acerta no número de Estados membros da União Europeia, contra 48,5% que não acertam e 18,6% que não sabem ou não respondem. Outro dado que causa surpresa acima dos 65 anos, 39,9% não acertam em quem foi o primeiro presidente da República eleito após o 25 de Abril, a que se juntam mais 26,4% que assumem não saber. Elaborado com base numa amostra de 1949 entrevistas válidas, o estudo conclui que, apesar da tendência de identificação com a Direita, os jovens mostram maior "desalinhamento partidário". Tal como desconfiam da "utilidade" das categorias Esquerda e Direita.
sábado, 26 de abril de 2008
Em dia de homenagem aos "Capitães de Abril" esta é forte, pelo menos dá para pensar, ou será melhor não o fazer? Afinal o Vasco Lourenço é o que foi e o que é. E afinal o manifesto assinado de convocação da manifestação do 25 de Abril para Lisboa, com o Alegre, o Martins, o Vieira da Silva e o Perestrelo tinha sustentação crítica, pelo menos, confirma-se que não há fumo sem fogo.
Público (26.04.2008)
Declaração de Vasco Lourenço: "O Governo falhou. Propôs preservar os direitos adquiridos pelas pessoas e acabou por provocar o maior retrocesso no Estado social do pós-25 de Abril (...) Um Governo que cada vez mais se encontra a vacilar"
Ainda cheira a cravos... Só para que se saiba que cá andamos e, se tudo correr a preceito, cá andaremos mais uns tempos... Dias de solidariedade e de um pouco de descanso, de reganhar forças para os combates do futuro... Vale a pena travá-los, vale a pena vencer, vale a pena sentirmo-nos limpos com a nossa consciência, sabendo que fazemos o que podemos para melhorar as coisas, sabendo que não nos subjugamos ao hábito de encolher os ombros, de baixar a cabeça ou de balir com o rebanho... Cada homem uma consciência, uma capacidade criativa e crítica, uma liberdade, um voto, uma dignidade de ser cidadão. É legítimo que lutemos pelos nossos interesses e sejamos solidários com os que nos são mais próximos, por vezes é mesmo obrigatório e prioritário, mas é grandioso que o sejamos capazes de fazer ao serviço do país, ao serviço de todos, ao serviço de uma Causa que enobrece o nosso ser. Cada homem, nas condições que lhe dão, tem a dimensão que escolhe ter. E nada disso tem a ver com a dimensão da quinta, nem do automóvel, muito menos dos números da conta bancária...
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
VIVA O 25 DE ABRIL!
(Pedro Baptista, Crónica de hoje na Rádio Festival)
Amanhã,sexta-feira, é feriado nacional. Mas ser feriado nacional não pode apenas querer dizer que os desempregados se manterão na mesma angústia quotidiana de não terem trabalho, que os empregados poderão curtir uma soneca até ao meio-dia e outro tanto de uma sesta, ou que alguns privilegiados da nossa sociedade (e ainda bem para eles) terão viajado para uma passeata ou ido passar uns dias à casa de praia ou de campo propiciado pelo fim-de-semana prolongado.
Ora se há feriado não pode para isto ou, pelo menos, não pode ser só para isto.
Se há feriado é porque há efeméride a assinalar e, no caso, uma data que deve ser recordada e celebrada, para que os valores que simboliza perdurem na nossa sociedade e sejam reconhecidos e seguidos pelas novas gerações.
Os feriados têm pois, além do efeito recreativo, um objectivo educativo.
Ora esta noite e amanhã, celebramos nem mais nem menos do que o 25 de Abril.
Não no sentido de dizermos que vivemos no melhor dos mundos, mas no de enaltecer os símbolos que expressaram os anseios e os valores afirmados com a revolução que acabou com uma das mais sórdidas ditaduras do Século XX.
O que vamos celebrar na próxima sexta-feira, os que o fazem por gosto mais os que por lá se misturam um pouco a contragosto, são os valores afirmados com a revolução militar do 25 de Abril de 1974 que depressa se transformou na revolução popular de Abril.
E esses valores, se alguns se mantêm defendidos na actual situação, outros têm vindo, de ano para ano, a serem ameaçados, já que, muitos outros, jazem enterrados.
A liberdade, entendida com a responsabilidade, ajuda a democracia a resolver os problemas económicos e sociais mas, no entanto, não há democracia que se aguente se não responder às necessidades do crescimento económico e sobretudo se não promover a coesão e a solidariedade sociais.
Com uma situação económica difícil e perspectivas pouco animadoras, o 25 de Abril que vamos comemorar depois de amanhã tem de ser um dia em que não só se proclame o apego à liberdade e à democracia políticas, mas urgentemente a resolução dos problemas mais instantes da sociedade portuguesa: o desemprego e a estagnação económica com incidência sobretudo na nossa região, as crescentes assimetrias regionais que estão a destruir a produtividade do país e a coesão nacional em favor da rapina centralista, a crise da educação longe de enfrentar os complexos desafios do nosso tempo, a crispação social que parece poder vir a ter expressões explosivas de um momento para o outro e, sobretudo, as tentativas por parte dos sectores ligados ao patronato para procurarem arrancar ainda mais os direitos aos trabalhadores.
Ora o 25 foi feito exactamente para o contrário. São pois os valores contrários, os da liberdade, do direito ao trabalho, de uma educação eficaz, da segurança social, da assistência na velhice, do serviço nacional de saúde, são esses valores que vamos celebrar.
É neste sentido que proferimos altissonante : Viva o 25 de Abril!
Ora se há feriado não pode para isto ou, pelo menos, não pode ser só para isto.
Se há feriado é porque há efeméride a assinalar e, no caso, uma data que deve ser recordada e celebrada, para que os valores que simboliza perdurem na nossa sociedade e sejam reconhecidos e seguidos pelas novas gerações.
Os feriados têm pois, além do efeito recreativo, um objectivo educativo.
Ora esta noite e amanhã, celebramos nem mais nem menos do que o 25 de Abril.
Não no sentido de dizermos que vivemos no melhor dos mundos, mas no de enaltecer os símbolos que expressaram os anseios e os valores afirmados com a revolução que acabou com uma das mais sórdidas ditaduras do Século XX.
O que vamos celebrar na próxima sexta-feira, os que o fazem por gosto mais os que por lá se misturam um pouco a contragosto, são os valores afirmados com a revolução militar do 25 de Abril de 1974 que depressa se transformou na revolução popular de Abril.
E esses valores, se alguns se mantêm defendidos na actual situação, outros têm vindo, de ano para ano, a serem ameaçados, já que, muitos outros, jazem enterrados.
A liberdade, entendida com a responsabilidade, ajuda a democracia a resolver os problemas económicos e sociais mas, no entanto, não há democracia que se aguente se não responder às necessidades do crescimento económico e sobretudo se não promover a coesão e a solidariedade sociais.
Com uma situação económica difícil e perspectivas pouco animadoras, o 25 de Abril que vamos comemorar depois de amanhã tem de ser um dia em que não só se proclame o apego à liberdade e à democracia políticas, mas urgentemente a resolução dos problemas mais instantes da sociedade portuguesa: o desemprego e a estagnação económica com incidência sobretudo na nossa região, as crescentes assimetrias regionais que estão a destruir a produtividade do país e a coesão nacional em favor da rapina centralista, a crise da educação longe de enfrentar os complexos desafios do nosso tempo, a crispação social que parece poder vir a ter expressões explosivas de um momento para o outro e, sobretudo, as tentativas por parte dos sectores ligados ao patronato para procurarem arrancar ainda mais os direitos aos trabalhadores.
Ora o 25 foi feito exactamente para o contrário. São pois os valores contrários, os da liberdade, do direito ao trabalho, de uma educação eficaz, da segurança social, da assistência na velhice, do serviço nacional de saúde, são esses valores que vamos celebrar.
É neste sentido que proferimos altissonante : Viva o 25 de Abril!
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Ministério da Cultura diz que não recebeu nenhum projecto para o Bolhão
(Público) 23.04.2008, Margarida Gomes
Dois meses depois de o Bloco de Esquerda (BE) ter questionado o ministro da Cultura, António Pinto Ribeiro, sobre o polémico projecto de reconversão do Mercado do Bolhão, apresentando pelo promotor holandês TramCrone, o Ministério da Cultura informou ontem que não deu entrada nos "serviços centrais ou periféricos" do ministério "nenhum projecto" relativo ao Bolhão. Os ministério informa ainda que, por se tratar de um edifício "em vias de classificação como imóvel de interesse público", qualquer projecto "será analisado pela Direcção Regional de Cultura do Norte no âmbito da leio nº 1107/2001 de 8 de Setembro que estabelece as bases da política e do regime estabelecidas nas cartas internacionais de defensa e salvaguarda do património, nomeadamente no que concerne à preservação das suas características arquitectónicas e à sua função". A resposta do Ministério da Cultura está relacionada com um requerimento que o deputado do BE, João Semedo, enviou, no dia 15 de Fevereiro, ao ministro da Cultura, questionando-o sobre as medidas a "tomar para assegurar que o projecto em causa esteja de acordo com os conceitos arquitectónicos internacionalmente reconhecidos para a reabilitação do património". "Pretende ou não o Ministério da Cultura intervir no sentido de garantir a protecção que a lei e o relevo patrimonial e cultural do Mercado do Bolhão impõem?", questionava o documento, no qual o deputado do BE perguntava ainda ao ministro da Cultura se tinha conhecimento do projecto do promotor TramCrone relativamente ao Mercado do Bolhão. Um requeimando idêntico foi apresentado esta semana pelos deputados comunistas Jorge Machado e Honório Novo, eleitos pelo círculo do Porto na Assembleia da República. Os parlamentares advertem para a importância de preservar um edifício que é "o símbolo social e cultural da cidade" e, tal como o BE, querem saber se o ministério tutelado por António Pinto Ribeiro tem conhecimento oficial do projecto já apresentado à Câmara do Porto, que concessionou ao promotor holandês a gestão daquele espaço pelo período de 50 anos.
Dois meses depois de o Bloco de Esquerda (BE) ter questionado o ministro da Cultura, António Pinto Ribeiro, sobre o polémico projecto de reconversão do Mercado do Bolhão, apresentando pelo promotor holandês TramCrone, o Ministério da Cultura informou ontem que não deu entrada nos "serviços centrais ou periféricos" do ministério "nenhum projecto" relativo ao Bolhão. Os ministério informa ainda que, por se tratar de um edifício "em vias de classificação como imóvel de interesse público", qualquer projecto "será analisado pela Direcção Regional de Cultura do Norte no âmbito da leio nº 1107/2001 de 8 de Setembro que estabelece as bases da política e do regime estabelecidas nas cartas internacionais de defensa e salvaguarda do património, nomeadamente no que concerne à preservação das suas características arquitectónicas e à sua função". A resposta do Ministério da Cultura está relacionada com um requerimento que o deputado do BE, João Semedo, enviou, no dia 15 de Fevereiro, ao ministro da Cultura, questionando-o sobre as medidas a "tomar para assegurar que o projecto em causa esteja de acordo com os conceitos arquitectónicos internacionalmente reconhecidos para a reabilitação do património". "Pretende ou não o Ministério da Cultura intervir no sentido de garantir a protecção que a lei e o relevo patrimonial e cultural do Mercado do Bolhão impõem?", questionava o documento, no qual o deputado do BE perguntava ainda ao ministro da Cultura se tinha conhecimento do projecto do promotor TramCrone relativamente ao Mercado do Bolhão. Um requeimando idêntico foi apresentado esta semana pelos deputados comunistas Jorge Machado e Honório Novo, eleitos pelo círculo do Porto na Assembleia da República. Os parlamentares advertem para a importância de preservar um edifício que é "o símbolo social e cultural da cidade" e, tal como o BE, querem saber se o ministério tutelado por António Pinto Ribeiro tem conhecimento oficial do projecto já apresentado à Câmara do Porto, que concessionou ao promotor holandês a gestão daquele espaço pelo período de 50 anos.
A próxima sexta-feira não é só um feriado, é o 25 de Abril. As efemérides republicanas, democráticas e socialistas são para ser assinaladas enquanto tal, são os símbolos, ou se quiserem os ícones, da sociedade onde pretendemos estar. Expressam os seus valores. Um pouco diferente de ser um belo dia para fazer pouco, sob a égide de comemorações institucionais distanciadas da população, que pouco ou nada têm a ver com o fervor popular ou com a mensagem educativa que justifica o feriado comemorativo. Estamos com as comemorações populares e institucionais que, a gosto de muitos ou a contragosto de alguns, por toda a parte se realizam, apelando a que todos os socialistas que reafirmem nesta comemorações os seus valores de esquerda e rechassem as tentativas de nos fazer voltar a práticas que, com novas roupagens, são de... antes do 25 de Abril de 1974, senão mesmo de antes do 5 de Outubro de 1910.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Exigido ao Governo mais apoio à região
(JN) 22.04.2008 A Assembleia da República recomendou ao Governo que equacione o reforço dos incentivos às empresas para a contratação de desempregados de longa duração, designadamente os de idade mais avançada e que utilize fundos europeus do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para fomentar as políticas de emprego e de formação profissional no Vale do Ave. A recomendação da Assembleia da República, aprovada no início deste mês, foi publicada ontem em "Diário da República". Os deputados apelam ao Governo para que haja particular atenção com uma região bastante afectada pelo desemprego. Entre outras matérias ligadas ao incremento da formação profissional e o auxílio ao empreendedorismo, a Assembleia solicita ao Governo que incentive novos projectos de investimento que potenciem a diversificação na região, historicamente ligada ao sector têxtil. Nesse contexto, os deputados destacam a importância de "projectos no domínio do desenvolvimento do mundo rural e do sector do turismo na região".De acordo com os deputados, os processos de "reestruturação industrial" também devem ser promovidos e acompanhados pela Administração Central.
Crise económica cria apreensão em Sócrates
Mas afinal se "não se pode passar para fora" " a dimensão da crise" que "teria um efeito desastroso" de "depressão colectiva", quem passa para fora estas notícias da reunião do Grupo Parlamentar? Seremos nós?
Alexandra Marques (JN) 22.o4.2008 O primeiro-ministro está muito preocupado com as consequências para Portugal da conjuntura económica externa que tende a agravar-se em 2009, ano em que se realizam três eleições europeias, autárquicas e legislativas. Por isso pediu aos deputados do PS que, apesar de estarem por dentro das verdadeiras dificuldades que o país terá de enfrentar, que não as deixem transparecer para fora.
Foi na reunião com a bancada parlamentar, na passada quinta-feira, que José Sócrates mostrou a sua apreensão pelo rumo que a economia ocidental está a tomar. Ciente de que o Governo não tem forma de travar a gravidade da crise internacional, Sócrates lembrou aos socialistas de que, em 2005 quando o Governo tomou posse, o barril de petróleo custava 60 dólares e agora ultrapassa os 100 dólares. Num discurso de dramatização em que se mostrou expectante em relação ao futuro, o secretário-geral afirmou que nos últimos três anos foram ganhas batalhas muito duras, mas que o pior pode ainda estar para vir. Contudo, terá dado a entender, que a apenas um ano de um ciclo eleitoral tão consecutivo e com as sondagens a não darem garantias sobre uma eventual repetição da maioria absoluta, os socialistas não podem deixar transparecer esse estado de espírito. "Não se pode passar a ideia de desânimo para fora" foi, segundo um dos presentes, a mensagem de Sócrates, alegando que falar aos portugueses sobre a verdadeira dimensão da crise causaria uma depressão colectiva, com o mesmo efeito desastroso do "discurso da tanga" de Durão Barroso no início do seu mandato, em 2002.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Esperemos que os cravos não sejam considerados anti-socialistas por alguns que estão cá como outrora os outros estavam na União Nacional: para serem bons chefes de família e ver se pingava algum do tacho, mesmo que pequenito. Quando a coisa aperta, vá lá ser-se juiz de tais juízes! Enfim dêem uma volta pala paisagem, alegrem-se com as pastagens e com o balir uníssono dos mansos rebanhos e vivamos - como dizia o Outro - "vivamos como habitualmente". Não era?
Porto quase sem cinema
Dentro em pouco, o Porto, como qualquer aldeola, poderá deixar de ter cinema alternativo, por inépcia da Câmara que se recusa a perceber que tem a ver com o assunto. A Câmara é que autoriza ou não as mudanças de ramo. E se isso de "cinema alternativo" é muito nebuloso para Rui Rio e para o seu vereador da cultura ( há? quem é?), mesmo em relação ao mais comercial-xunga o Porto poderá ficar apenas com as salas junto ao Dragão, uma vez que todas as da Baixa feneceram com as grandes políticas de revitalização desta coligação de direita no poder camarário. Olhem o que seria se não fosse a centralidade do Dragão que, por sua vez, nunca existiria se Rui Rio estivesse à frente da cidade há mais tempo!
A verdade é que, se acabarem as 4 salas da Medeia na Boavista como abaixo é noticiado pelo JN, onde os portuenses podem ver cinema de qualidade, na maioria de origem europeia, o Porto que ainda há pouco era um centro de cultura mundialmente conhecido e pólo de atracção do turismo cultural, poderá passar para o nível das cidades mais desertificadas culturalmente, feitas as contas, ao nível do terceiro-mundo.
É claro que o cinema alternativo, como toda a cultura, ao contrário dos espectáculos meramente comerciais como os do La Féria que deviam pagar e bem pago a utilização dos espaços públicos que têm praticamente de borla, tem de ser apoiado pelas instâncias estatais centrais, regionais (se as houvesse) e municipais, caso contrário não consegue sustentar-se, nem no Porto, nem em Paris, nem em parte nenhuma, toda a gente sabe porquê!
Esperemos que o PS e os outros partidos da Oposição levantem a questão na Câmara e Assembleia Municiapal e a forcem a proibir a injustificada mudança de ramo que afastará, aliás, do centro comercial uma boa parte de clientes que lá vão fazer o circuito cinema-livraria- restaurante.
Esperemos também que os outros comerciantes do centro percebam o que está em jogo e se mexem, senão será mais um Centro a afundar-se nas ruas da amargura.
Carla Soares (JN) 21.04.2008
Salas de cinema do "shopping" Cidade do Porto, ao Bom Sucesso, poderão fechar muito em breve.
Quem frequenta as salas de cinema do "Cidade do Porto", na Boavista, garante que não encontra outro local com os mesmos filmes alternativos de qualidade. Enquanto os clientes, habituais ou esporádicos, se mostram preocupados perante o pré-anúncio de encerramento, dentro de um mês, os comerciantes apelam a uma renovação do cinema que traga mais gente ao "shopping" ou, então, à sua substituição por uma loja atractiva naquele último piso.Eram vários os filmes à escolha para passar a tarde de domingo. Das quatro salas, a primeira era a mais concorrida, com 19 pessoas na sessão das 14,30 horas. "Nós controlamos a noite", de James Gray, foi a escolha. Um policial, em competição no Festival de Cannes, que "fala" das ruas e da noite de Brooklyn. Na sala 2, estavam 13 pessoas a assistir a "Uma segunda juventude", de Francis Ford Coppola.A escolha de Fernanda Lopes, 50 anos, foi "Corações", do francês Alain Resnais. Foi vê-lo sozinha. O marido e o filho preferiram o policial. São de Santa Maria da Feira e deslocaram-se ao Bom Sucesso por causa dos "filmes alternativos e com qualidade", que "não existem noutros sítios". Além disso, consideram que é mais "sossegado". Opinião semelhante manifestaram António Silva Pereira, de 51 anos, que comprou bilhetes para si, o filho Miguel, de 21, e Joana, de 20. "Corações" chamou-lhes a atenção. São de Castelo de Paiva e começaram há três anos a frequentar, quase todos os fins-de-semana, o "Cidade do Porto". Joana estuda perto, na Faculdade de Letras. E em cartaz estão filmes alternativos "difíceis" de encontrar em outros cinemas, justificaram, sugerindo que reduzir o número de salas poderia ser rentável. Além disso, acrescentou Joana, "é mais calmo, porque não se come nas salas". Face às notícias de fecho, que a Medeia Filmes não comenta, a gerente de uma cafetaria notou "que as condições não são as melhores". "A imagem do cinema devia ser renovada", disse, contando "que a maioria das pessoas já não vem" ao local. Sugere tornar o cinema mais atractivo e comercial ou substituí-lo por uma loja que chame clientela àquele piso.
Salas de cinema do "shopping" Cidade do Porto, ao Bom Sucesso, poderão fechar muito em breve.
Quem frequenta as salas de cinema do "Cidade do Porto", na Boavista, garante que não encontra outro local com os mesmos filmes alternativos de qualidade. Enquanto os clientes, habituais ou esporádicos, se mostram preocupados perante o pré-anúncio de encerramento, dentro de um mês, os comerciantes apelam a uma renovação do cinema que traga mais gente ao "shopping" ou, então, à sua substituição por uma loja atractiva naquele último piso.Eram vários os filmes à escolha para passar a tarde de domingo. Das quatro salas, a primeira era a mais concorrida, com 19 pessoas na sessão das 14,30 horas. "Nós controlamos a noite", de James Gray, foi a escolha. Um policial, em competição no Festival de Cannes, que "fala" das ruas e da noite de Brooklyn. Na sala 2, estavam 13 pessoas a assistir a "Uma segunda juventude", de Francis Ford Coppola.A escolha de Fernanda Lopes, 50 anos, foi "Corações", do francês Alain Resnais. Foi vê-lo sozinha. O marido e o filho preferiram o policial. São de Santa Maria da Feira e deslocaram-se ao Bom Sucesso por causa dos "filmes alternativos e com qualidade", que "não existem noutros sítios". Além disso, consideram que é mais "sossegado". Opinião semelhante manifestaram António Silva Pereira, de 51 anos, que comprou bilhetes para si, o filho Miguel, de 21, e Joana, de 20. "Corações" chamou-lhes a atenção. São de Castelo de Paiva e começaram há três anos a frequentar, quase todos os fins-de-semana, o "Cidade do Porto". Joana estuda perto, na Faculdade de Letras. E em cartaz estão filmes alternativos "difíceis" de encontrar em outros cinemas, justificaram, sugerindo que reduzir o número de salas poderia ser rentável. Além disso, acrescentou Joana, "é mais calmo, porque não se come nas salas". Face às notícias de fecho, que a Medeia Filmes não comenta, a gerente de uma cafetaria notou "que as condições não são as melhores". "A imagem do cinema devia ser renovada", disse, contando "que a maioria das pessoas já não vem" ao local. Sugere tornar o cinema mais atractivo e comercial ou substituí-lo por uma loja que chame clientela àquele piso.
Analistas são "cavalo de Tróia" do Pentágono
E não foi assim que apareceram por cá os plumitivos defensores da invasão norte-americana ao Iraque, "analistas" militares e "analistas" políticos? Ao toque do vil sonante em notas verdes? Nomeamente entre os do "Público"? Quem não tinha percebido?
(Público) 21.04.2008
Maior parte dos analistas militares pagos pelas principais televisões têm interesses comerciais nas questões que estão a comentar
O Pentágono tem usado analistas militares que aparecem regularmente nas estações de televisão a comentar a guerra ao terrorismo para fazer passar informação favorável à administração, noticiou ontem o New York Times. Os analistas, supostamente independentes, têm sido transformados numa espécie de "cavalo de Tróia" dos media. E a maior parte tem ligações a empresas com interesses nas mesmas decisões políticas que estão a comentar. O NYT teve acesso a oito mil páginas de mensagens de e-mail, transcrições e registos descrevendo vários anos de reuniões privadas, viagens ao Iraque e a Guantánamo, e extensas listas de tópicos sobre as operações do Pentágono. "Estes registos revelam uma relação simbiótica onde as habituais linhas que separam o Governo do jornalismo foram obliteradas". Os analistas têm acesso a encontros restritos com os mais altos responsáveis militares, "incluindo os que têm uma influência significativa em questões de contratação ou de orçamentos". "Em troca, repetem os principais tópicos da administração, às vezes mesmo ultrapassando suspeitas de que a informação é falsa ou exagerada. Alguns analistas reconhecem ter posto de lado as suas dúvidas com medo de pôr em risco o seu acesso" a estas fontes. "A Administração Bush tem usado o seu controlo ao acesso e à informação num esforço de transformar os analistas numa espécie de cavalo de Tróia mediático - um instrumento destinado a moldar a cobertura do terrorismo dentro das principais estações de televisão e rádio".
Maior parte dos analistas militares pagos pelas principais televisões têm interesses comerciais nas questões que estão a comentar
O Pentágono tem usado analistas militares que aparecem regularmente nas estações de televisão a comentar a guerra ao terrorismo para fazer passar informação favorável à administração, noticiou ontem o New York Times. Os analistas, supostamente independentes, têm sido transformados numa espécie de "cavalo de Tróia" dos media. E a maior parte tem ligações a empresas com interesses nas mesmas decisões políticas que estão a comentar. O NYT teve acesso a oito mil páginas de mensagens de e-mail, transcrições e registos descrevendo vários anos de reuniões privadas, viagens ao Iraque e a Guantánamo, e extensas listas de tópicos sobre as operações do Pentágono. "Estes registos revelam uma relação simbiótica onde as habituais linhas que separam o Governo do jornalismo foram obliteradas". Os analistas têm acesso a encontros restritos com os mais altos responsáveis militares, "incluindo os que têm uma influência significativa em questões de contratação ou de orçamentos". "Em troca, repetem os principais tópicos da administração, às vezes mesmo ultrapassando suspeitas de que a informação é falsa ou exagerada. Alguns analistas reconhecem ter posto de lado as suas dúvidas com medo de pôr em risco o seu acesso" a estas fontes. "A Administração Bush tem usado o seu controlo ao acesso e à informação num esforço de transformar os analistas numa espécie de cavalo de Tróia mediático - um instrumento destinado a moldar a cobertura do terrorismo dentro das principais estações de televisão e rádio".
"Na gíria do Pentágono, os analistas militares são referidos como "força de multiplicação de mensagens" ou "substitutos" que passam as mensagens da administração aos americanos "sob a forma das suas próprias opiniões", cita o jornal. São também considerados uma força de reacção rápida quando a cobertura mediática se torna demasiado crítica.
O extenso artigo do diário começa com o exemplo de uma visita a Guantánamo, organizada no Verão de 2005, na sequência de duras críticas às violações aos direitos humanos no centro de interrogações - a Amnistia Internacional tinha acabado de se referir a Guantánamo como "o Gulag dos nossos tempos". "Colocaram um grupo de [uma dezena de] oficiais na reserva num dos jactos normalmente usados pelo vice-presidente Dick Cheney e levaram-nos para uma bem orquestrada ronda a Guantánamo", escreve o NYT. "Os resultados foram rápidos. Os analistas foram para a televisão e para a rádio atacar a Amnistia Internacional, criticando os pe-didos para o encerramento das instalações e assegurando que todos os detidos eram bem tratados".
Don Meyer, que trabalhou nas Relações Públicas do Pentágono, afirmou que em 2002 foi tomada uma decisão estratégica para tornar os analistas no principal meio público de defesa da guerra. "Não é como se nos pagassem 500 dólares para falar na história. É mais subtil do que isso", comentou um dos analistas. Estes briefings do Pentágono permitem a muitos dos analistas um acesso a informações sobre contratos comerciais que de outra forma não teriam. John C. Garrett, comentador na Fox News TV e Radio, é um desses casos. Faz lobby pela Patton Boggs que ajuda as empresas a fazer negócios com o Pentágono, incluindo no Iraque. Admitiu ter usado estas informações em proveito dos seus clientes. Também se sabe, por mensagens de e-mail, que se mostrou disponível para ajudar os chefes militares: "Digam-me se têm alguns pontos específicos quequerem ver comentados ou que pre-feriam minimizar", escreveu em Janeiro de 2007. 8 mil páginas de e-mails, transcrições e registos provam uma relação promíscua entre os comentadores e o Pentágono.
Livro de Frederico Martins Mendes
Parabéns ao Frederico, grande jornalista, grande director e grande amigo, cuja ausência se sente no panorama mediático tripeiro. É certo que um livro de memórias deste tipo, mesmo com a circunspecção característica do Frederico, será do maior interesse para os portuenses.
"É um ajuste de contas com os obstáculos das minhas memórias". A frase é do jornalista e ex-director do JN Frederico Martins Mendes e surgiu no meio da apresentação do seu livro "Memórias de Notícias do Jornal", ontem ao fim da tarde, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos. O autor da obra que custa 30 euros e já está à venda sublinha que a ideia foi crescendo ao longo dos anos e o livro surgiu após "uma vida a percorrer o Mundo, a escrever crónicas, entrevistas, reportagens. "É o roteiro de um sofrimento épico da minha odisseia", declarou. O livro, com ilustrações de José Rodrigues, foi apresentado pelo jornalista e historiador Germano Silva, também ele ex-redactor do JN, que recordou episódios do Porto divididos com o autor do livro. O lançamento integrou-se na iniciativa da Câmara de Matosinhos "Literatura em viagem".
Congresso PS-Açores
Duas mensagens significativas em apoio de Carlos César, um homem que tem sabido compatibilizar o socialismo democrático com a afirmação regionalizadora e a firmeza face ao centralismo e, depreendendo-se pelas palavras de Ana Gomes e nelas confiando, a situação de "atlantismo" com a não subserviência dos Açores aos EUA, o que nem sempre tem acontecido...
Da lista de mensagens ao congresso, na qual não faltou a do Xerife de Bristol, sobressaiu a de Manuel Alegre, que, "orgulhoso na via açoriana para o socialismo democrático", disse ser "reconfortante saber que o governo dos Açores saiba desenvolver a sociedade com fidelidade aos valores socialistas, garantindo a manutenção do Serviço Nacional de Saúde". Também a eurodeputada Ana Gomes enviou um texto, realçando o "bom trabalho" de César e referindo o papel preponderante na negociação do acordo entre Portugal e os EUA.
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