Um PS-Porto sem remédio, em nenhum aspecto... Quem ontem espreitasse as filas de voto vislumbrava milhares de "eleitores"que nunca ninguém viu no Partido Socialista, "militantes" de base ou seja inúmeros instalados em lares de terceira idade controlados pelos cabos de voto que lhes extorquem a liberdade política a troco das sopas que todos em solidariedade social lhes pagamos... Se lhes perguntassem o que estavam ali a fazer, diriam que estavam para pôr o papel como lhes mandaram... Infelizmente de uma candidatura e outra, os cofres do PS encheram-se (?) com as quotas de 10 000 votantes inventados nos últimos meses ou ressuscitados de há 4 0u 6 anos e pagas pelos cabos de voto que entretanto recebem, com lucro, dos que têm o partido às ordens, a oligarquia económico-política. (Pedro Baptista)
No Porto, Renato Sampaio, um indefectível de Sócrates, venceu José Luís Carneiro. Mas a vantagem foi discreta
Público) Margarida Gomes
As 19 federações distritais do PS foram a votos na sexta-feira e sábado e a grande surpresa aconteceu em Lisboa. Marcos Perestrello, secretário de Estado da Defesa e próximo da ala de António Costa, "número dois" do partido, venceu as eleições para a presidência da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, derrotando o histórico Joaquim Raposo, que se recandidatou a um quarto mandato. Perestrello conquistou 50,77 por cento dos votos, enquanto o presidente da Câmara da Amadora alcançou 47,49 por cento. Um pouco mais atrás ficou o professor catedrático do Instituto Superior Técnico de Lisboa António Brotas, com 1,14 por cento.
No Porto, Renato Sampaio, um indefectível de Sócrates, venceu a distrital socialista com 53 por cento dos votos, embora o seu adversário, José Luís Carneiro, presidente da Câmara de Baião, não tenha ficado muito longe, com 46 por cento. Refira-se que a vitória de Sampaio, que se recandidatou à liderança do PS-Porto, era uma aposta de José Sócrates, que escolheu fazer a rentrée política em Matosinhos, em Setembro passado, para demonstrar precisamente o seu apoio ao candidato.
O ex-secretário-geral da Juventude Socialista, Pedro Nuno Santos, é agora o novo presidente da distrital de Aveiro, tendo obtido um resultado esmagador: 53,30 por cento. Os dois outros candidatos, Fernando Mendonça, adjunto do governador civil de Aveiro, e Adriano Martins, obtiveram 34,68 por cento e 10,92 por cento, respectivamente.
Vítor Ramalho continua imbatível. O presidente da distrital de Setúbal confirmou o seu estatuto de líder ao ser eleito com 59,24 por cento dos votos expressos. Com metade dos sufrágios (29,96 por cento) ficou Luís Ferreira, ex-presidente da Comissão Concelhia do Barreiro. Paulo Lopes, ex-vereador da Câmara de Setúbal, ficou com um resultado mais modesto: 10,80 por cento.
Em Coimbra, a disputa foi uma vez mais entre o deputado Vítor Baptista, que se recandidatou a um quarto mandato, e o director do Centro Regional de Segurança Social, Mário Ruivo. Antes de serem conhecidos os resultados, Baptista manifestou, em declarações ao PÚBLICO, a sua perplexidade pelo facto de haver militantes que fizeram prova do pagamento das quotas com recibos emitidos pela direcção nacional do PS. "A prova do pagamento de quotas é feita através de multibanco ou de transferência bancária", disse, notando que "em alguns casos os recibos emitidos pela direcção do partido isentavam os militantes do pagamento de quotas". "Uma coisa profundamente anormal!", insurgiu-se. Aqui as urnas encerraram mais tarde, pelo que os resultados não eram ainda conhecidos até ao fecho desta edição. Em Évora, Capoulas Santos sucede a Norberto Patinha, que não se recandidatou. Tal como em Portalegre, onde Jorge Martins sucede ao deputado Rui Simplício. De resto, Miguel Freitas (Algarve), Pita Ameixa (Baixo Alentejo), Joaquim Barreto (Braga), Mota Andrade (Bragança), Joaquim Mourão (Castelo Branco), Rui Prudêncio (Região Oeste), José Albano (Guarda), João Paulo Pedrosa (Leiria), Paulo Fonseca (Santarém) e Rui Santos (Vila Real) recandidataram-se a mais um mandato, em listas únicas.