
23 de Janeiro de 2009, 12:26 (Lusa) - Amarante propõe-se construir um grande auditório regional, com capacidade para cerca de 600 pessoas, para consolidar o estatuto de "capital cultural do Tâmega", revelou hoje à Lusa o presidente da autarquia.
O socialista Armindo Abreu afirmou que a concretização do projecto irá consolidar o trabalho na área cultural que a autarquia tem desenvolvido na cidade que é sede da Orquestra do Norte.
"Este é um dos grandes projectos que gostaríamos de poder concretizar nos próximos anos, porque seria uma marca do tipo de gestão autárquica, muito atenta aos recursos imateriais, que temos procurado potenciar", acrescentou.
A construção do grande auditório é o maior projecto incluído numa candidatura ao POROVERE - Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos - apresentada por um consórcio público/privado liderado pela Cooperativa Dólmen que inclui a autarquia de Amarante.
Os serviços técnicos da Câmara de Amarante prevêem que o auditório possa custar cerca de 15 milhões de euros, anunciando-se uma estrutura polivalente, preparada para todo o tipo de manifestações artísticas.
O equipamento, a construir de raiz, assumir-se-ia como a maior sala de espectáculos de uma região com cerca de 500 mil habitantes.
"O auditório com estas características só fará sentido de for perspectivado para toda a região do Tâmega, em que Amarante se assume como capital cultural", sustenta Armindo Abreu.
O autarca recorda que Amarante foi berço de grandes figuras da cultura portuguesa, como Amadeo de Souza-Cardoso, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro e Agustina Bessa Luís.
Para Armindo Abreu, a organização pela autarquia, de dois em dois anos e de forma alternada, dos concursos literário Teixeira e Pascoaes e de pintura Amadeo de Souza-Cardoso são sinal da aposta de Amarante na cultura.
O facto de a cidade ser sede da Orquestra do Norte, nela funcionar um dos museus mais prestigiados do país - Museu Amadeo de Souza-Cardoso - a aqui se poder encontrar um dos mais ricos centros históricos do Norte de Portugal são outras mais-valias que a autarquia que ver valorizadas na futura candidatura aos fundos do QREN.
Mas esta aposta na cultura da autarquia amarantina alarga-se a outros projectos que constam da candidatura ao PROVERE, destacando-se o Centro Interpretativo da Rota do Românico, a executar no Mosteiro de Travanca - monumento nacional.
Amarante, em cujo território se encontra a maior concentração de monumentos românicos (11) de todo o Tâmega, propõe-se investir 14 milhões de euros numa estrutura preparada para coordenar investimentos do projecto Rota do Românico no concelho e na região.
Em paralelo avança outra intenção de investimento, orçada em 100 mil euros, que consta da candidatura ao PROVERE, e prevê a criação de uma rota dos artistas amarantinos, que os turistas poderão percorrer, incluindo casas-museus e locais emblemáticos das vivências de artistas como Pascoaes, Amadeo e Agustina.
Outro projecto complementar passa pela recuperação do barroco amarantino, que permitirá reabilitar obras das três igrejas da cidade, actualmente algo degradadas.
Esta candidatura aponta para 250 mil euros de investimento e poderá traduzir-se, segundo Armindo Abreu, na consolidação de Amarante como o local de excelência para o turismo religioso, tendo como epicentro o Mosteiro de São Gonçalo - monumento nacional.
A autarquia preparou outras candidaturas que pretendem acentuar a ideia de Amarante como capital cultural e turística do Tâmega, como uma rota do artesanato do concelho, um programa de formação em línguas estrangeiras de comerciantes e taxistas da cidade e centros interpretativos da Linha do Tâmega e da Serra do Marão.
No conjunto das intenções de investimento no Tâmega, o município de Amarante lidera com um volume global de candidaturas superior a 36 milhões de euros, sendo ainda o concelho com maior número de projectos.