Forum Novas Fronteiras é uma missa e, no PS, quem levanta a voz é perigoso, diz Cravinho
21-Jan-2009
João Cravinho, ex-ministro do governo de Guterres, acusa José Sócrates de se ter esquecido da vida interna do PS e lamenta que quem levante a voz dentro do partido seja considerado um indivíduo perigoso.
21-Jan-2009
João Cravinho, ex-ministro do governo de Guterres, acusa José Sócrates de se ter esquecido da vida interna do PS e lamenta que quem levante a voz dentro do partido seja considerado um indivíduo perigoso.
Quanto ao Fórum Novas Fronteiras, um espaço de debate promovido pelo PS, Cravinho considera-o "uma missa, ainda por cima já esgotada" e um "simulacro de participação".
Actual administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento - cargo que foi ocupar depois de abandonar o parlamento devido ao incómodo que as suas propostas sobre combate à corrupção causaram a Sócrates - João Cravinho considera que existe, actualmente, falta de democracia interna no PS e acusa Sócrates de se ter esquecido da vida interna do partido, na moção que vai apresentar ao Congresso. "Do ponto de vista do Partido Socialista, da discussão, da característica intrínseca do PS, da sua vida interna, aí a moção de José Sócrates é omissa" afirma Cravinho, sublinhando que ainda não sabe se estará presente no Congresso do PS.
Actual administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento - cargo que foi ocupar depois de abandonar o parlamento devido ao incómodo que as suas propostas sobre combate à corrupção causaram a Sócrates - João Cravinho considera que existe, actualmente, falta de democracia interna no PS e acusa Sócrates de se ter esquecido da vida interna do partido, na moção que vai apresentar ao Congresso. "Do ponto de vista do Partido Socialista, da discussão, da característica intrínseca do PS, da sua vida interna, aí a moção de José Sócrates é omissa" afirma Cravinho, sublinhando que ainda não sabe se estará presente no Congresso do PS.
Mas o antigo deputado do Partido Socialista vai mais longe: "o que eu vejo é que, de facto, parece que quem levanta a voz para chamar à atenção para isto ou para aquilo é, de certo modo, considerado um indivíduo estranho, perigoso, que não merece confiança. Isto é o contrário da vida democrática interna ou externa".
Quanto ao Fórum Novas Fronteiras - criado pelo Partido Socialista para debater com independentes temas transversais da sociedade portuguesa - Cravinho considera-o um "simulacro de participação" e "uma missa, ainda por cima já esgotada".
4 comentários:
Lembro-me bem dos idos anos de 1974-1975 e da OCMLP no Alto Minho, a FEC (M-L) e do camarada Pedro Baptista, e das lutas que então travámos. Os tempos são outros, mas endereço as minhas sinceras saudações a um lutador antifascista, uma dignidade rara. Felicitações, pelo seu passado de resistente.
Neste PS o "chico-esperto" é rei da selva.
Bem, quando o rei começar a cair, como suponho vir a acontecer brevemente, será interessante ver os (ren)ratos abandomar o barco do amigo. A sua cultura, os seus valores, é o "aparelhês"!
Cravinho tem toda a razão...
Bem, vou levar nas orelhas, mas também não sou pessoa de ter medo. Nestas coisas de criticar, o que me parece é que existem duas opções: quem milita num partido pode ser leal ou aquilo que na minha terra se chama lambe-botas. Ser leal é: quando não se concorda com os dirigentes, democraticamente eleitos, declará-lo de uma forma inequivoca, dentro dos orgãos do partido e só, após esgotados todos estes contactos, fazer públicas as suas criticas. Isto é a lealdade e não deve ser confundida com obediência, pois ninguém deve ser coagido a ir contra a sua consciência. Outra coisa é ser ambicioso cego, olhar apenas para o seu umbigo, utilizar o partido para ascender, económica e socialmente e vir para a comunicação social dizer cobras e lagartos quando deixa de precisar dele.
Tenho como certo que a maioria dos Socialistas, incluido o Pedro Baptista, é assim que aje, com lealdade, mas infelizmente, há todo um conjunto de pessoas que não o fazem. Quando se aproximam eleições os incompetentes têm tendência, por medo, para criticar quem está no poder na tentativa que alguém da oposição os convoque para continuarem a ser incompetentes.
Vamos deixar de ser hipócritas, ser leal não é ser obediente. Se não acreditam, vão ao dicionário.
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