servir o porto

Escolha do candidato à Câmara não está a ser pacifíca
(o verdadeiro olhar), jornal em linha, 11.1.2009

Humberto Brito cria divisões no PS

Só faltava mesmo mais esta! O cabeça do PS à Câmara de Paços de Ferreira é um homem do PSD! Como se valesse tudo! Por que razão não iremos todos, então, para o PSD? Se fosse alguém que tivesse saído atempadamente do PSD e, na área do PS, fosse capaz de dividir o adversário, admitir-se-ia! Mas assim? Se tal dislate avançasse, se os militantes o permitissem, Pedro Pinto, o presidente da Cãmara laranja, passaria a contar com os vereadores PSD eleitos pelo PSD mais os vereadores PSD eleitos pelo PS! O pleno! E o presidente da Concelhia diz que tem o apoio do presidente da distrital do PS-Porto, mas os militantes pacenses de nada sabem! Como combater o inimigo dormindo com ele? É uma bronca maior do que a do Marco! Ou será que é já o bloco central nacional em marcha??? Tem toda a razão a nossa camarada Albertina Meireles no que diz ! (P.B.)
Não está a ser nada pacífica a escolha do candidato socialista às próximas eleições autárquicas em Paços de Ferreira. Humberto Brito, um advogado militante do PSD, foi o nome que saltou para a praça pública como sendo o cabeça-de-lista do PS, informação, no entanto, não confirmada nem pelo próprio, nem pelo partido.
O VERDADEIRO OLHAR sabe, porém, que Brito é uma das possibilidades que será discutida numa reunião da Comissão Política Concelhia a ter lugar na próxima semana. Mas se conta com alguns apoios importantes, como Paulo Ferreira, Humberto Brito tem também vários anti-corpos entre os socialistas. Albertina Meireles é um deles e garante que não está sozinha.
Humberto Brito
"Há pessoas no PS que não são muito faladas, mas que são óptimos quadros", sublinha Albertina Meireles
Uma coisa é certa: Humberto Brito é uma das hipóteses que o PS tem para apresentar como candidato nas eleições autárquicas deste ano. O advogado que também apareceu ao lado do Movimento M6N – famoso pela contestação às tarifas da água - é a escolha de algumas figuras importantes do partido.
Todavia, há, mesmo dentro da Comissão Política, quem reprove esta solução, sobretudo, pelo passado político de Humberto Brito, um homem que sempre foi militante do PSD. Vários quadrantes do PS/Paços de Ferreira acham inadmissível que o partido apresente um candidato que não seja militante socialista e já mostraram ao presidente da Comissão Política que o mais provável é que esta solução seja reprovada pela maioria dos membros da Concelhia. Esta facção defende mesmo que Paulo Ferreira deve apresentar a demissão caso não avance como candidato à Câmara. "Era a mesma coisa que o Sócrates ser secretário-geral do PS e não ser candidato a primeiro-ministro", compara um membro da Comissão Política.
Albertina Meireles, que concorreu contra o próprio Paulo Ferreira nas eleições para a Distrital do PS/Porto, é uma das que assume a divergência. "Discordo", assume frontalmente. "Se há quadros no PS que seriam bons candidatos porque é que vamos buscar candidatos que não são militantes do partido?", questiona, lembrando que, por ser presidente do PS/Paços de Ferreira, Paulo Ferreira é o candidato mais lógico.
Albertina Meireles recusa, para além do líder concelhio, nomear outros militantes que poderiam assumir o combate contra Pedro Pinto, mas não tem dúvidas sobre a capacidade de alguns socialistas pacenses. "Há pessoas no PS que não são muito faladas, mas que são óptimos quadros", sublinha.
Ao VERDADEIRO OLHAR, Albertina Meireles, que contou com o apoio de Paulo Sérgio Barbosa nas eleições distritais, assegura, até pelos contactos que tem feito, que não é a única a seguir esta linha de pensamento. "Tenho falado com muitos militantes de base e eles também têm este sentimento", garante.