Diário de Notícias 24.01.2009 Editorial
Uma polémica que traz incómodo político
Depois das declarações de Júlio Monteiro, o incómodo político do caso Freeport para José Sócrates é evidente. Se na quinta-feira se tinha ficado por um breve comentário ao assunto, ontem viu-se forçado a emitir um comunicado, em que tentou explicar e contextualizar as afirmações do tio e confirmou mesmo, pela primeira vez, ter tido uma reunião com os promotores do projecto Freeport. A pressão política que se abateu sobre o primeiro-ministro é, porém, muito diferente de fazer extrapolações ou tirar conclusões precipitadas sobre a sua culpabilidade neste processo. É preciso respeitar o andamento da investigação e esperar por factos provados. Só depois disso será legítimo fazer juízos de valor sobre a conduta de José Sócrates.Independentemente do que venha a provar-se, é indesmentível que esta convulsão política era a última coisa de que Portugal precisava neste momento. Numa altura em que a união se impunha para fazer frente à profunda crise financeira, o País assiste a sucessivos ataques à estabilidade. Primeiro foi o escândalo BPN que ameaçou salpicar o Presidente da República, Cavaco Silva, agora é o caso Freeport que ameaça abalar a imagem do primeiro-ministro, José Sócrates. A Justiça, no entanto, deve manter-se alheia a tudo isto, mesmo às necessidades de estabilidade do País, e concentrar- -se exclusivamente na busca da verdade e no esclarecimento cabal e inequívoco destes processos. Para garantir que no futuro ninguém faz ressuscitar estes casos sempre que tal lhe for conveniente. (...)
Depois das declarações de Júlio Monteiro, o incómodo político do caso Freeport para José Sócrates é evidente. Se na quinta-feira se tinha ficado por um breve comentário ao assunto, ontem viu-se forçado a emitir um comunicado, em que tentou explicar e contextualizar as afirmações do tio e confirmou mesmo, pela primeira vez, ter tido uma reunião com os promotores do projecto Freeport. A pressão política que se abateu sobre o primeiro-ministro é, porém, muito diferente de fazer extrapolações ou tirar conclusões precipitadas sobre a sua culpabilidade neste processo. É preciso respeitar o andamento da investigação e esperar por factos provados. Só depois disso será legítimo fazer juízos de valor sobre a conduta de José Sócrates.Independentemente do que venha a provar-se, é indesmentível que esta convulsão política era a última coisa de que Portugal precisava neste momento. Numa altura em que a união se impunha para fazer frente à profunda crise financeira, o País assiste a sucessivos ataques à estabilidade. Primeiro foi o escândalo BPN que ameaçou salpicar o Presidente da República, Cavaco Silva, agora é o caso Freeport que ameaça abalar a imagem do primeiro-ministro, José Sócrates. A Justiça, no entanto, deve manter-se alheia a tudo isto, mesmo às necessidades de estabilidade do País, e concentrar- -se exclusivamente na busca da verdade e no esclarecimento cabal e inequívoco destes processos. Para garantir que no futuro ninguém faz ressuscitar estes casos sempre que tal lhe for conveniente. (...)
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