Os dias difíceis do líder do PS-Porto
(Público) 24.01.2009, Abel Coentrão
Na pequenez da política à portuguesa, admito que não invejo o papel de quem, por estes dias, tem que escolher candidatos. Mas como quem está no papel de decidir fez, e muito, para ganhar esse poder, também se presume que esteja preparado para as agruras dessa posição. Que nuns dias é grata pela visibilidade que dá, noutros ingrata, pela crítica a que nos sujeita. Acontece que para a liderança da distrital do Porto do PS, no processo de escolha dos rostos para as eleições locais, têm sido mais, ultimamente, os dias para esquecer do que os de boa memória.
(Público) 24.01.2009, Abel Coentrão
Na pequenez da política à portuguesa, admito que não invejo o papel de quem, por estes dias, tem que escolher candidatos. Mas como quem está no papel de decidir fez, e muito, para ganhar esse poder, também se presume que esteja preparado para as agruras dessa posição. Que nuns dias é grata pela visibilidade que dá, noutros ingrata, pela crítica a que nos sujeita. Acontece que para a liderança da distrital do Porto do PS, no processo de escolha dos rostos para as eleições locais, têm sido mais, ultimamente, os dias para esquecer do que os de boa memória.
Político experiente, deputado da nação, o presidente da distrital, Renato Sampaio sabe que, visto de fora, escolher candidatos é um teste à capacidade de liderança, de federação de interesses e de mobilização dos melhores - no terreno do combate político--partidário e no serviço das populações. Mais a mais, num partido como o PS - poderia ser o PSD, não é muito diferente -, de quem se costuma esperar que não corra para perder por poucos. E, nisto de eleições autárquicas, o desafio não é ganhar o que já se tem - que o poder, já se sabe, alimenta o poder -, mas conquistar o que é dos outros.
Dos 18 municípios do distrito, o PS não é poder em dez. Duas câmaras estão na mão de independentes - a ex-socialista Fátima Felgueiras, em Felgueiras, e o "socrático" Valentim Loureiro, em Gondomar - e adivinha-se que assim devem ficar, e as outras oito são PSD. Só que, à tarefa dfícil que o PS terá pela frente nestes casos, Renato ainda conseguiu complicar mais as coisas como se vê no caso de Matosinhos, onde não conseguiu, até hoje, impedir que um histórico do partido, Narciso Miranda, desafie a maioria socialista que lhe sucedeu nesta câmara. Que pode, no limite, até manter-se rosa, mas ingovernável. É óbvio que o deputado não é o único culpado -Narciso poderá sempre ser responsabilizado por um eventual mau resultado do PS -, mas, a chegar às urnas, esta situação não deixa de mostrar alguma incapacidade de Renato na liderança de processos difíceis.
Ainda poderíamos escrever sobre a demora da entronização de Elisa Ferreira como adversária de Rui Rio, no Porto, ou sobre a escolha de Joaquim Couto - "não é Jorge Coelho...", admitiu um ainda assim satisfeito presidente da concelhia de Gaia - para o combate com o peso--pesado Luís Filipe Menezes. E poderíamos ignorar Paredes, Póvoa de Varzim, Trofa ou Maia, onde ainda não há rosto, ou Paços de Ferreira, onde a escolha recaiu sobre uma personalidade ligada ao PSD.
Mais díficil é esquecer Marco de Canaveses: aqui, o líder distrital tentou candidatar pelo PS um antigo braço-direito de Avelino Ferreira Torres, à revelia da concelhia e de todos os princípios que aconselhariam uma distância higiénica de uma gestão autárquica de ruinosas consequências para o município.
Pelo meio de tudo isto, ainda havia Valongo. E, pelo que se soube ontem - dia em que a vereadora e anterior candidata pelo PS, Maria José Azevedo, confirmou que concorrerá como independente -, quando Renato interveio foi para favorecer a candidatura apoiada pelo líder concelhio, Afonso Lobão. Tentando, segundo a agora adversária, comprar a desistência desta com um lugar no Parlamento, ou pelo menos, que ela aceitasse levar Lobão como número dois. Até pode não ser verdade, mas dito assim, por quem deu a cara pelo partido em 2005, soa grave, muito grave, e é indiciador de uma forma de fazer política muito questionável. Ou, às tantas, costuma ser assim, e eu, que não gostaria de estar nesse papel, é que sou ingénuo. a No pátio interior do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC), a Estudantina Universitária deu por terminado o dia de visita da academia aos presos com uma actuação em que se ouviram os clássicos da canção de Coimbra. Algumas dezenas de reclusos, guardas prisionais e jornalistas assistiram à actuação do grupo, até a chuva obrigar à transferência do espectáculo para o interior da prisão. O dia da Associação Académica de Coimbra (AAC) na cadeia aconteceu no âmbito das comemorações dos 120 anos do EPC e teve por objectivo a promoção da reinserção social dos reclusos. "Estamos aqui numa missão cultural e desportiva", afirmou o presidente da AAC, André Oliveira. O dia começou com a disputa da Taça Amizade em futebol, que os reclusos ganharam por 7-1. À tarde, os estudantes inauguraram a Sala AAC na prisão, um ginásio com máquinas doadas pela associação de estudantes. Os responsáveis pela prisão mostraram-se satisfeitos com a melhoria de condições do espaço, que é frequentado, diariamente, por cerca de uma centena de reclusos. André Jegundo A Universidade de Coimbra é a 14.ª universidade europeia com maior visibilidade e presença na Internet e a 43.ª do mundo, numa análise ao comportamento de 200 instituições feita nos mais famosos motores de busca. A notícia, hoje publicadana secção Portugal, pode não dizer muito da qualidade do ensino da universidade liderada pelo reitor Seabra Santos, mas diz bastante da boa percepção que dela tem quem busca informação na rede. E isso também é positivo. Seabra Santos António Magalhaes A entrega dos pelouros - um deles o do Urbanismo - por parte do vereador Júlio Mendes foi uma derrota para o presidente da Câmara de Guimarães, que, a meses das eleições autárquicas, não conseguiu resolver divergências graves no seio da sua equipa. Mendes, um independente, vinha ganhando protagonismo na equipa do PS, que, mesmo voltando a ganhar a câmara este ano, terá de se haver, em 2013, com a impossibilidade de recandidatura de Magalhaes. E a luta pelo protagonismo parece já ter começado. A.N.C. Joaquim Durães O mentor da Lovers & Lollypop, promotora de concertos independentes, tem sido, com os criadores da Amplificasom e da Cooperativa dos Otários, responsável pelo enriquecimento da agenda de concertos no Porto. Uma cidade onde, à falta de interesse da autarquia por qualquer tipo de cultura que não seja mainstream, se torna ainda mais importante o papel destes verdadeiros carolas, que garantem uma diversidade de oferta essencial.
Sem comentários:
Enviar um comentário