segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um outro lado da questão marcoense
Artigo de opinião do Camarada José Neves
(A Verdade) 6.1.2008
No PS Marco reina a maior confusão desde que há memória, da responsabilidade do Presidente da Concelhia, Artur Melo, pela teimosia de querer ser, a todo o custo, o candidato do PS à Câmara do Marco.
Desde que acerca de 3 anos aceitei apoiar o Dr. Artur Melo para a Concelhia e por força disso foi eleito seu Presidente, sempre impôs a vontade de ser candidato, afastando os Militantes de referência do PS Marco, substituindo-o por um grupo de amigos e descaracterizando-o, porque no seu secretariado, que é da sua lavra e confiança, tem um militante que veio do PSD e um outro que veio do PCP. Como todos os Socialistas sabem, o PS Marco foi sempre o inimigo número 1 do PCP e este senhor até já foi candidato contra o PS nas listas do PCP à Câmara Municipal.
Com estas decisões afastou os Militantes de referência, ficando o caminho livre para fazer tudo o que lhe apetece dentro do PS Marco.
Na minha opinião, o problema não é o Senhor Norberto Soares. Se fosse outra pessoa do Marco a ser falada para a Câmara pelo PS, o problema seria exactamente o mesmo, o Presidente da Concelhia arranjaria sempre forma de denegrir a sua imagem, impondo a sua vontade.
Hoje os Marcoenses reconhecem que eu tenho toda a legitimidade para dar esta opinião, porque sempre coloquei os interesses do Concelho e do Partido em primeiro lugar; nunca quis nada para mim, assim consegui levantar o Partido da lama, abrindo-o à sociedade e apresentando candidatos independentes, o que contribuiu para fazer do PS Marco um partido respeitado.
O actual Presidente da Concelhia criticou há 4 anos o Engenheiro Luís Almeida por este querer ser candidato do PS à Câmara do Marco, criticando-o também nas suas decisões internas. Contudo o Engenheiro Luís Almeida, mesmo contra a minha vontade de ser o candidato, sempre se comportou correctamente e agiu de acordo com os estatutos, obtendo o aval do Secretariado e depois da Concelhia.
Nestes órgãos, aquando a tomada da decisão indicando o Engenheiro Luís Almeida, só estiveram presentes os membros autorizados; não foi permitida a presença de outras pessoas que não fossem membros da estrutura e também para apadrinhar a sua decisão, esteve presente o Presidente da Federação de então, Dr. Francisco de Assis.
Pelo contrário, desta vez, o actual Presidente da Concelhia, abriu a Sede a pessoas estranhas que nada têm a ver com o Partido Socialista, talvez até votem noutros candidatos, alegando que pode fazer reuniões abertas e que é permitido pelos estatutos, o que é falso, já que os mesmos o referem apenas para reuniões temáticas, não, evidentemente, para a escolha de um candidato.
Estas decisões são de grande responsabilidade, só podem ser tomadas em consciência pelos membros eleitos para os órgãos.
Por outro lado, este Presidente fez duas reuniões da Concelhia para a sua indicação para candidato, mas sempre desrespeitando os estatutos, que só lhe servem para quando lhe dá jeito. Ele sabe muito bem que fui eleito em Congresso no dia 9 de Novembro de 2008 para a Comissão Política Distrital e por força disso, conforme os estatutos, tenho de ser convocado para as reuniões da Concelhia onde tenho lugar por inerência. Foram realizadas duas, uma no dia 15 de Novembro de 2008 e outra no dia 3 de Janeiro de 2009. Ora não tendo recebido nenhuma convocatória para nenhuma delas, em meu entender, estas reuniões têm de ser consideradas nulas pela Federação.
A Federação tem que prevenir o Presidente da Concelhia que a Sede do Partido é para discussões do âmbito político e não de maledicência ou chicana políticas, como aconteceu. Também, a este propósito, estou deveras magoado, porque eu e outros Militantes de referência do PS Marco criámos esta Sede com muitas dificuldades para ser um reduto institucional do PS e da democracia.
Recomendo que haja juízo, serenidade e bom senso porque a democracia não suporta mais ditadores nem tiranos; é tempo de darmos as mãos para se arranjar a melhor solução para o PS Marco e que o mesmo apresente uma candidatura vencedora, tendo a certeza de que se defendeu o PS, o Concelho e a democracia, sem jogos nem interesses pessoais a comandarem.
José Neves
(Ex-Presidente da Concelhia do PS Marco e actual membro da Comissão Política Distrital)

12 comentários:

Anónimo disse...

Sendo presidente da concelhia,agindo de acordo com os estatutos e "obtendo o aval do Secretariado e depois da Concelhia" não terá o Artur Melo condições para ser o candidato à camara?

Joao Monteiro Lima disse...

Estas afirmações do José Neves não me surpreendem nada.
Como militante do PCP do Marco nunca achei que o PS/ Marco fosse o meu inimigo n.º 1. Chegou a ser adversário sempre que apoiou Ferreira Torres, como no caso da medida (apresentada pelo CDS e votada favoravelmente por quem representava na altura o PS) que proibia a utilização do auditório municipal por partidos e por associações sem o aval do Presidente da CM. Quem aprovou esta medida não é membro nem da actual Concelhia do PS/ Marco nem do PCP/ Marco
Aliás defendo um entendimento entre o PS e o PCP para as autárquicas no Marco e no resto do País. Mas não com um PS qualquer onde tudo vale.
Aproveito ainda para esclarecer que a pessoa a quem José Neves se refere é o Dr. Rodrigo Lopes, advogado, que tendo sido candidato da CDU em 3 eleições à CM, nunca foi militante do PCP. O próprio poderá confirmar se assim o entender.

Anónimo disse...

Mas o Sr.Neves aprova ou não o nome de Norberto Soares? Ou só está contra Artur Melo? Seja qualquer for o candidato do PS, será melhor do que AM, para o sr. Neves. Afinal o problema não é AM ser "agarrado ao lugar", o problema é ser AM! Patético este senhor... Patético e amigo de AFT, segundo o amigo do PCP.

Joao Monteiro Lima disse...

Pedro Baptista,
a foto que colocou é de Amarante e não do Marco, a terra a que se refere a notícia

Anónimo disse...

Não SOU Marcoense...Sou globalmente socialista.Como tal,lamento o que se está a passar, que é intrigante e não beneficia ninguém; pelo contrário. Só demonstra a caracerística que continua a caracterizar certos carácteres dentro do PS no Marco, bem à imagem e semelhança da FDP.

Primo de Amarante disse...

Do Zé Neves espera-se tudo (e o seu contrário!). Diz que é uma referência do PS, que criou a sede do PS no Marco, etc., etc. Com Zé Neves é só glórias e como no PS há referências para tudo, só se estranha que o articulista não vá mais longe e não diga que foi fundador do PS. E já que é conhecido pública e notoriamente que tem a família nos partidos do bloco central, também se estranha que ainda não tenha dito que fundou a democracia (sem tendências esquerdistas, naturalmente!). Só não se percebe que seja quase no final deste campeonato de escolha do candidato do PS ao Marco que venha publicamente “lavar roupa suja”, contradizendo-se com o dever, por ele apregoado, de ser entre militantes que as questões internas devem ser tratadas.

Anónimo disse...

De uma coisa todos podemos estar certo, ganhe ou não, no dia seguinte às eleições o Artur Melo continuará do mesmo lado da "barricada" na defesa dos ideais de hoje.

Anónimo disse...

Se fosse por a boca no trambone... cheque do Avelino emitido à ordem da Fazenda Pública para pagamento da dívida desse Sr.; negócio da gasolineira que muito deu que falar; enfim, uma panóplia de factos concretos que fariam que os coelhinhos regressassem às respecivas tocas...

Anónimo disse...

Bom, na minha humilde opinião, e para manter a posição da Distrital do Porto, deverá aquele órgão indicar um candidato de peso! Um candidato consensual que unifique o Partido Socialista de Marco de Canaveses em prol de um único objectivo: Ganhar a Câmara Municipal de Marco de Canaveses!

Agora com o candidato (por imposição do próprio) Artur Melo a coisa não vai lá, isso é que não: 2,9% na sondagem a poucos meses de eleições... convenhamos, né...

Primo de Amarante disse...

Só para desmistificar a questão das sondagens: lembram-se do tempo em que Mário Soares, frente a Lourdes Pintassilgo, só tinha 4%?!...

Naturalmente, o nº 2 de Avelino, o próprio Avelino e o actual presidente já estão em campanha há muito tempo, o que lhes dá vantagens nas campanhas. Mas isso não significa nada. As sondagens, nesta altura, nada podem dizer! No meu entender, em vez de se falar em sondagens, deveria falar-se no perfil que melhor pode servir um projecto socialista para uma determinada autarquia. E isso implica, em primeiro lugar, fazer o levantamento dos problemas dessa autarquia e, em segundo lugar, estudar as respostas que dentro de uma concepção socialista o partido propõe dar para resolver os problemas das populações. Finalmente, pensar no militante socialista que melhor estiver posicionada para credibilizar, junto dos munícipes, esse projecto.

Está-se a fazer tudo ao contrário. Parece que se quer impor candidatos como se impõe sabonetes, procurando populistas para fazer de autarcas meros caudilhos.

Se o que faz a diferença entre os partidos não são as ideias, os valores e os projectos, esvazia-se o papel das ideologias, do que dá sentido á existência dos partidos e, no limite, da própria importância da democracia partidária.

Primo de Amarante disse...

Para João Monteiro Lima, afilhado do meu grande amigo João, comunista convicto:

Dei conta, agora, da defesa que faz do Rodrigo Lopes.

Não haveria nenhum mal na eventualidade do Dr. Rodrigo Lopes ter sido do PC. Não precisava de corrigir a insinuação. Muitos militantes do PS, nomeadamente seus fundadores, foram do PC e há outros que do PS passaram para o PC. Lembro-me de um, de quem fui muito amigo, o Andrade, que esteve preso antes do 25 de Abril, fez parte dos fundadores do sindicato dos bancários e se inscreveu no PS logo no 25 de Abril. Pois, desiludido, passou para a CDU. Foi autarca por esta organização política e esteve ligado à federação das colectividades do Norte e à A25A comigo. Faleceu há pouco. Também me lembro de outro que foi do PSD e, hoje, é do PC. Todos o conhecemos: é o presidente do sindicato dos jornalistas.

Ainda há na política quem pense em causas e não numas migalhas da mesa dos contribuintes! Podemos discordar do comunismo, mas o anticomunismo que anda para aí, é, hoje em dia, uma doença de ignorantes, que desconhecem a história da resistência à tirania e da luta por melhores condições de vida dos portugueses.

As pessoas têm o direito a rever, em consciência, as suas posições. Só devemos combater os oportunistas, os chicos-espertos que nos querem tomar por lorpas!

Um abraço

Anónimo disse...
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