sábado, 4 de setembro de 2010

Marcadas 138 manifestações para hoje
Franceses protestam contra expulsão de ciganos
04.09.2010 - 11:54 Por PÚBLICO
O volume de manifestantes, que contestam a expulsão de ciganos de França, foi-se avolumando em Paris desde a primeira hora da congregação, às 14h (locais, menos uma hora em Portugal), e seguia já numa grossa coluna em direcção à praça do município, com dezenas de membros da etnia cigana à cabeça da marcha.
A participação parecia, porém, estar abaixo das expectativas dos grupos anti-racismo que apelaram ao protesto e os quais esperavam umas 30 mil pessoas só em Paris, segundo foi testemunhado pelo correspondente da BBC em França. O número de polícias anti motim era, de início, mesmo superior ao dos manifestantes, na grande maioria imigrantes ilegais oriundos de países africanos, era descrito.
Segundo os organizadores do protesto só em Paris responderam ao apelo umas 50 mil pessoas; mas apenas 12 mil nas contas da polícia.
Outras cidades francesas como Marselha, Lyon, Rennes, Lille e Bordeaux, tinham igualmente alguns milhares de pessoas nas ruas, num total de 138 protestos organizados por todo o país, assim como junto às embaixadas de França em várias capitais europeias.
Os manifestantes estão contra as expulsões levadas a cabo pelo Governo francês – no mês passado, mil ciganos regressaram à Roménia e Bulgária.
A questão provocou fortes críticas internacionais (e até dentro do Governo do Presidente Sarkozy), mas as sondagens sugerem que mais de metade dos franceses apoiam o Governo nesta medida.
A Liga de Direitos Humanos, que apelou para as manifestações, diz que quer contrariar a xenofobia do Governo e o que descreve como os abusos sistemáticos dos ciganos em França. Os protestos são ainda apoiados pelo Partido Socialista e pela Confederação Geral do Trabalho.
De acordo com números oficiais, foram expulsos mais de 11 mil ciganos de França no ano passado. No entanto, no mês passado começou uma campanha de grande visibilidade nos campos de ciganos ilegais, uma medida que o Governo liga à sua promessa de combater a criminalidade e violência.
A acção foi anunciada após uma série de incidentes violentos que tiveram como alvo a polícia, depois de um agente ter morto a tiro um assaltante num tiroteio.

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