(Público)25.05.2009, Sara Dias Oliveira
Vários subscritores de um abaixo-assinado enviado há quatro anos ao ministério que tutela os transportes, e que reuniu perto de uma centena de assinaturas de passageiros da Linha do Norte em Ovar, decidiram insistir. Esta semana, o grupo voltou a escrever uma carta ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para obter informações e sublinhar problemas, lembrando que a resposta governamental ao abaixo-assinado indicava que as "obras de reconstrução da nova estação de Ovar estariam para breve". "A estação de Ovar é a única nesta região que não sofreu obras e que continua a colocar em perigo os utentes que, todos os dias, têm de embarcar e desembarcar em Ovar", adianta António Macedo ao PÚBLICO (...). "Há mais de 17 anos que as oficinas da CP em Ovar foram desmanteladas, com o propósito de ali ser construído um novo centro coordenador de transportes. Na altura, despediram-se os trabalhadores, mas continua tudo na mesma", acrescenta.
O documento enviado ao ministério tutelado por Mário Lino alerta ainda para a necessidade de mais comboios às primeiras horas da manhã, entre Ovar e Aveiro. "O número de composições é sempre manifestamente insuficiente, em particular no percurso entre Ovar e Aveiro, em que os passageiros vão à 'pinha', ultrapassando todos os limites da lotação das composições, exigindo-se por isso o reforço das mesmas", lê-se no documento.
O projecto delineado há mais de cinco anos para a estação ferroviária de Ovar está, neste momento, a ser refeito pela Rede Ferroviária Nacional (Refer) e pela Secretaria de Estado dos Transportes. "O anterior projecto tinha encargos excessivos, quer para a Invesfer, quer para a câmara", revela o presidente da autarquia, Manuel Oliveira. Só a Câmara de Ovar teria de investir mais de seis milhões de euros num plano que previa a construção de uma nova estação, de um interface rodoviário, de um parque de estacionamento subterrâneo e de um complexo comercial e habitacional que ocuparia cerca de 8500 metros quadrados. "Estamos à espera de uma solução técnica. A anterior previa a demolição da antiga estação e já questionámos se tecnicamente seria possível fazer uma requalificação que preservasse o edifício, sem prejuízo de uma nova estação".
Há cerca de dois anos, a Refer garantiu que não iria demolir o prédio, alegando que a construção de uma nova estação, previsivelmente na parte nascente, não seria incompatível com o actual edifício. Desde então, não houve mais novidades. O presidente da Câmara de Ovar adianta que estão previstas reuniões de trabalho, para abordar o assunto, ainda durante este mês.
Há quatro anos, o ministério de Mário Lino informou que a reconstrução da nova estação de Ovar estava "para breve"
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