É uma tortura viajar no comboio das 8.24
450 lugares não chegam e sobrelotação chega a provocar falta de ar
(JN) 20.5.2009 NATACHA PALMA
Sobrelotação do comboio das 8.24 horas, em Ovar, com destino a Aveiro, faz vítimas todos os dias, seja por se sentirem mal por irem como sardinhas em lata, seja por nem sequer conseguirem entrar por não haver mais lugar.
Ana Rebelo, de 23 anos, estuda em Aveiro. A viver em Santa Maria da Feira, a jovem apanha, todos os dias, o comboio das 8.24 horas em Ovar. Ainda não se habituou à "tortura" daquela viagem diária.
"É horrível. Nunca, mas mesmo nunca, consegui ir sentada neste comboio. É tanta gente que mete impressão. Todos muito juntos, ombro com ombro. São os hálitos e os suores que se misturam e depois os cheiros das fábricas de celulose de Cacia. Não é bonito de se ver", descreve a estudante.
A jovem é apenas uma das várias centenas de pessoas que diariamente viajam naquele comboio, o mais concorrido durante a hora de ponta, a altura em que, sobretudo os residentes em Ovar e Estarreja, se fazem ao caminho rumo a Aveiro, às empresas onde trabalham e à Universidade.
O comboio tem 450 lugares, 189 dos quais sentados, uma lotação, porém, todos os dias amplamente esgotada e ultrapassada. Proveniente de Campanhã, no Porto, o comboio parte às 7.55 horas, mas é só em Ovar que o problema da sobrelotação começa, ganhando ainda mais evidência em Estarreja, onde entram dezenas de passageiros.
Diz quem faz a viagem todos os dias que são muitos os que se sentem maldispostos, com falta de ar.
"Então as crianças nem se fala. É que muitas mães trazem os filhos para os deixar no infantário ou na pré-primária para depois irem trabalhar. As mães não os conseguem pôr ao colo e eu vejo-os a olhar lá de baixo, rodeados por uma muralha de pessoas, muito apertados", conta Maria do Carmo Telheira, de Ovar. Sorte têm os que ainda vão conseguindo arranjar lugar, mesmo apertados. "As pessoas, sobretudo em Estarreja, tentam entrar, não conseguem, correm para outra porta e acabam por ficar em terra, o que é uma chatice para quem tem de estar em Aveiro às 9 horas e o comboio seguinte é meia hora mais tarde", diz o ovarense João Godinho.
A solução para o problema, referem, passaria por ou haver mais comboios ou juntar dois num só. Uma solução que, segundo fonte oficial da CP, está a ser equacionada. Segundo foi dito ao JN, "a procura dos serviços de comboios urbanos da CP no Porto tem registado um crescimento considerável, em particular no eixo Porto/Aveiro", daí que "a CP acompanhe com atenção essa evolução e analisa neste momento a possibilidade de reforçar a oferta de lugares em alguns comboios, acoplando uma segunda unidade em certos horários".
450 lugares não chegam e sobrelotação chega a provocar falta de ar
(JN) 20.5.2009 NATACHA PALMA
Sobrelotação do comboio das 8.24 horas, em Ovar, com destino a Aveiro, faz vítimas todos os dias, seja por se sentirem mal por irem como sardinhas em lata, seja por nem sequer conseguirem entrar por não haver mais lugar.
Ana Rebelo, de 23 anos, estuda em Aveiro. A viver em Santa Maria da Feira, a jovem apanha, todos os dias, o comboio das 8.24 horas em Ovar. Ainda não se habituou à "tortura" daquela viagem diária.
"É horrível. Nunca, mas mesmo nunca, consegui ir sentada neste comboio. É tanta gente que mete impressão. Todos muito juntos, ombro com ombro. São os hálitos e os suores que se misturam e depois os cheiros das fábricas de celulose de Cacia. Não é bonito de se ver", descreve a estudante.
A jovem é apenas uma das várias centenas de pessoas que diariamente viajam naquele comboio, o mais concorrido durante a hora de ponta, a altura em que, sobretudo os residentes em Ovar e Estarreja, se fazem ao caminho rumo a Aveiro, às empresas onde trabalham e à Universidade.
O comboio tem 450 lugares, 189 dos quais sentados, uma lotação, porém, todos os dias amplamente esgotada e ultrapassada. Proveniente de Campanhã, no Porto, o comboio parte às 7.55 horas, mas é só em Ovar que o problema da sobrelotação começa, ganhando ainda mais evidência em Estarreja, onde entram dezenas de passageiros.
Diz quem faz a viagem todos os dias que são muitos os que se sentem maldispostos, com falta de ar.
"Então as crianças nem se fala. É que muitas mães trazem os filhos para os deixar no infantário ou na pré-primária para depois irem trabalhar. As mães não os conseguem pôr ao colo e eu vejo-os a olhar lá de baixo, rodeados por uma muralha de pessoas, muito apertados", conta Maria do Carmo Telheira, de Ovar. Sorte têm os que ainda vão conseguindo arranjar lugar, mesmo apertados. "As pessoas, sobretudo em Estarreja, tentam entrar, não conseguem, correm para outra porta e acabam por ficar em terra, o que é uma chatice para quem tem de estar em Aveiro às 9 horas e o comboio seguinte é meia hora mais tarde", diz o ovarense João Godinho.
A solução para o problema, referem, passaria por ou haver mais comboios ou juntar dois num só. Uma solução que, segundo fonte oficial da CP, está a ser equacionada. Segundo foi dito ao JN, "a procura dos serviços de comboios urbanos da CP no Porto tem registado um crescimento considerável, em particular no eixo Porto/Aveiro", daí que "a CP acompanhe com atenção essa evolução e analisa neste momento a possibilidade de reforçar a oferta de lugares em alguns comboios, acoplando uma segunda unidade em certos horários".
2 comentários:
Toma lá o TGV! Não tem dinheiro para chinelos e querem saltos altos!
Saltos altos e Meias de Vidro...
Qual TVG?
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