terça-feira, 19 de maio de 2009

Obras de José Rodrigues degradados, vandalizados, furtados ou desaparecidos
(JN) 19.5.2009 INÊS SCHRECK
Três obras do escultor José Rodrigues deixaram de servir o fim para que foram criadas. Uma está vandalizada e degradada, outra foi furtada e vendida e a outra ainda não voltou ao local de onde foi retirada provisoriamente.
Falamos do "miserável" estado do monumento ao Empresário, na Avenida da Boavista, da estátua "A Anja" furtada da Praça de Lisboa e do monumento evocativo de Ferreira de Castro, que ainda não voltou ao molhe da Foz. Perseguição ao artista? Não parece. Tudo aponta para desleixo e uma dose de azar.
"Está tudo ao abandono, num estado miserável", lamenta José Rodrigues. O monumento criado em Homenagem ao Empresário Português, inaugurado em 1992 pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva, numa zona nobre da cidade, é o espelho desse abandono. Os vidros que em tempos reflectiam a água estão oxidados e baços. Também já não há água para reflectir, as fontes estão secas, com as tubagens enferrujadas à mostra e um poço onde cabe uma criança sem qualquer protecção.
A degradação do tempo é evidente, já lá vão quase 17 anos, mas as marcas do vandalismo também são. Além dos vidros partidos, dos grafitos que não merecem o nome, há candeeiros estilhaçados que, à noite, deixam o local escuro e pouco seguro. De dia, também não é muito apetecível, pela concentração de toxicodependentes à espera da metadona do CAT da Boavista. No chão, junto às pedras que servem de bancos, há lixo e marcas daquelas reuniões diárias ao ar livre, um autêntico mosaico de caricas de cerveja cravejadas na terra.
Contactada pelo JN, a Câmara do Porto, através dos serviços de Urbanismo, informou que "está a terminar o mapa de trabalhos e orçamento para a recuperação deste monumento no sentido de a vir a concretizar". Não disse quando tenciona executá-la.
O escultor nunca foi ouvido pela Autarquia sobre o estado das suas obras. Nem sobre o desaparecimento do monumento evocativo da Ferreira de Castro, retirado da Foz durante as obras dos molhes do Douro. A escultura de quase três toneladas que vigiava a Praia das Pastoras foi removida pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, que se comprometeu a reabilitá-la e a devolvê-la. O retorno esteve previsto para 15 de Março, mas ainda não há sinais da obra.

2 comentários:

Manuel Silva disse...

É uma Desgraça...e pensar que existe uma Fundação José Rodrigues, perto da Fontinha, sem Ajudas Camarárias...nem Nacionais.

josant disse...

Manuel Silva, se até a própria Junta e Assembleia de Freguesia a que pertence a desconhece!!!,que fará...