É uma atitude da Câmara (maioria e aquele pobre diabo do PS que se absteve) tão caricata, tão rídícula e tão mesquinha que é praticamete inqualificável. O pior é que, se define o grau de estupidez, ignorância e baixeza daquela gente, acaba por ser um epíteto ignominioso atirado para cima dos portuenses que, por via desta Câmara, passarão por pacóvios e ultramontanos, como se a Traulitânia de 1919 não tivesse abortado.
Nunca gostámos, por diversos motivos caracterológicos, ideológicos e políticos, da pessoa do Sr. José Saramago, consideramos que, como escritor, e com respeito por outra opinião, também produziu muito lixo (como por exemplo CAIM), mas escreveu grande livros que o afirmam como um grande escritor nacional e mundial a tal ponto de ter sido o único Nobel literário português o que, por si só, diz mais do que tudo. Os portuenses têm de se revoltar contra esta situação e obrigar a Câmara a recuar. E os socialistas deveriam investigar como e porquê foi metido na lista da Dr. Elisa pelo Sr. Renato, o homem já metido no Instituto do Vinho do Porto, para fazer estas figurinhas de servente do poder. Pergunta da semana: em que é que todos estes elementos jogam uns com os outros. Pelo nosso lado apoiaremos todas as inciativas de protesto contra uma insanidade que envergonha o Porto ! E onde está o presidente da Concelhia do PS-Porto? No lugar dos outros, pois claro, bem longe, pela Lísbia...(PB)
Multiplicam-se críticas à Câmara do Porto pela rejeição de rua dedicada a Saramago
(Público) Hoje Jorge Marmelo
Depois de o PEN Clube Português ter escrito a Rui Rio, várias instituições estão a recolher assinaturas para um documento que pede a revisão de uma decisão considerada "chocante"
Alguns dos mais importantes nomes da cultura portuguesa estão a tomar posição contra a rejeição, na semana passada, de uma proposta que previa a atribuição do nome do escritor José Saramago, recentemente falecido, a uma rua da cidade do Porto. A homenagem ao único Prémio Nobel da Literatura de língua por- tuguesa, sugerida pelo vereador da CDU, Rui Sá, foi inviabilizada pelos votos da maioria PSD/PP na Câmara do Porto, mas, para além de algumas tomadas de posição individuais, existem já pelo menos dois documentos reclamando a reavaliação da proposta.
Ontem mesmo foi tornado público um documento que já foi adoptado por várias instituições, entre as quais a Associação Portuguesa de Escritores (APE) e a Cooperativa Árvore, as quais estão a promover junto dos seus associados uma recolha de assinaturas de apoio a um documento em que se convida o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, "a promover a reanálise da proposta apresentada, com vista a uma decisão que não desonre a cidade, nem ofenda a memória de um compatriota nosso que ficará como vulto maior da Literatura Universal".
O documento que serve de base à recolha das assinaturas considera "chocante" a notícia da rejeição da proposta de Rui Sá e conta já, entre outros, com a assinatura do escritor Mário Cláudio, Prémio Pessoa de 2004 e um dos responsáveis pelo texto da petição. O editor José Cruz Santos, os artistas plásticos Albuquerque Mendes, José Emídio e José Rodrigues, e o arquitecto Alcino Soutinho contam-se também entre os primeiros subscritores do documento.
O presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, disse ao PÚBLICO que subscreve "na íntegra" o teor do documen- to, tendo-o assinado a título individual, enquanto amigo de Saramago, mas também, institucionalmente, enquanto dirigente da APE. Trata-se, acrescentou, de manifestar "profunda indignação" por uma decisão "inqualificável" e "intolerável". "Ou se considera que a decisão da câmara é uma coisa risível, uma vez que a grandeza do José Saramago não está à mercê da estatura das formigas, ou se assume uma posição mais consequente e se procura que a câmara reveja a posição que tomou", explicou José Manuel Mendes.
Segundo este responsável, o docu- mento está a ser adoptado por várias instituições ligadas ao mundo cultural, de modo a não multiplicar iniciativas nem dispersar esforços, tendo já reunido, em poucos dias, um número muito considerável de assinaturas.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da direcção da Cooperativa Árvore, Amândio Secca, explicou que, sendo esta "uma instituição cultural ligada à cidade do Porto por profundas raízes" e com 48 anos de existência, não pode deixar de manifestar "grande perplexidade" por uma decisão que Secca classifica como "insólita e atentatória à divulgação dos nossos valores culturais e dos seus criadores".
Já anteontem, também o PEN Clube Português (associação de poetas, escritores e novelistas) tinha divulgado uma carta enviada a Rui Rio, na qual se apela a que a decisão da última reunião do executivo seja reexaminada "com serenidade e lucidez". Considerando que a "dimen- são universal" de José Saramago "ultrapassa quaisquer divergências de apreciação que possamos ter a respeito da obra, da pessoa e das ideias do escritor", o PEN lamenta "profundamente" a decisão da autarquia.
A carta está assinada por alguns dos mais respeitados escritores portugueses, entre os quais se contam Mário de Carvalho, Maria Velho da Costa, Ana Luísa Amaral, Hélia Correia, Gastão Cruz, Pedro Tamen e Maria do Rosário Pedreira.
Já na semana passada, também Manuel António Pina, o autor homenageado na última edição da Feira do Livro do Porto, tinha criticado a posição da maioria de direita que governa a Câmara Municipal do Porto. Num artigo de opinião no Jornal de Notícias, Manuel António Pina optou pela ironia e comentou que a rejeição da proposta se ficou a dever ao facto de o vereador Rui Sá não ter explicado a Rui Rio quem foi José Saramago.
(Público) Hoje Jorge Marmelo
Depois de o PEN Clube Português ter escrito a Rui Rio, várias instituições estão a recolher assinaturas para um documento que pede a revisão de uma decisão considerada "chocante"
Alguns dos mais importantes nomes da cultura portuguesa estão a tomar posição contra a rejeição, na semana passada, de uma proposta que previa a atribuição do nome do escritor José Saramago, recentemente falecido, a uma rua da cidade do Porto. A homenagem ao único Prémio Nobel da Literatura de língua por- tuguesa, sugerida pelo vereador da CDU, Rui Sá, foi inviabilizada pelos votos da maioria PSD/PP na Câmara do Porto, mas, para além de algumas tomadas de posição individuais, existem já pelo menos dois documentos reclamando a reavaliação da proposta.
Ontem mesmo foi tornado público um documento que já foi adoptado por várias instituições, entre as quais a Associação Portuguesa de Escritores (APE) e a Cooperativa Árvore, as quais estão a promover junto dos seus associados uma recolha de assinaturas de apoio a um documento em que se convida o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, "a promover a reanálise da proposta apresentada, com vista a uma decisão que não desonre a cidade, nem ofenda a memória de um compatriota nosso que ficará como vulto maior da Literatura Universal".
O documento que serve de base à recolha das assinaturas considera "chocante" a notícia da rejeição da proposta de Rui Sá e conta já, entre outros, com a assinatura do escritor Mário Cláudio, Prémio Pessoa de 2004 e um dos responsáveis pelo texto da petição. O editor José Cruz Santos, os artistas plásticos Albuquerque Mendes, José Emídio e José Rodrigues, e o arquitecto Alcino Soutinho contam-se também entre os primeiros subscritores do documento.
O presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, disse ao PÚBLICO que subscreve "na íntegra" o teor do documen- to, tendo-o assinado a título individual, enquanto amigo de Saramago, mas também, institucionalmente, enquanto dirigente da APE. Trata-se, acrescentou, de manifestar "profunda indignação" por uma decisão "inqualificável" e "intolerável". "Ou se considera que a decisão da câmara é uma coisa risível, uma vez que a grandeza do José Saramago não está à mercê da estatura das formigas, ou se assume uma posição mais consequente e se procura que a câmara reveja a posição que tomou", explicou José Manuel Mendes.
Segundo este responsável, o docu- mento está a ser adoptado por várias instituições ligadas ao mundo cultural, de modo a não multiplicar iniciativas nem dispersar esforços, tendo já reunido, em poucos dias, um número muito considerável de assinaturas.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da direcção da Cooperativa Árvore, Amândio Secca, explicou que, sendo esta "uma instituição cultural ligada à cidade do Porto por profundas raízes" e com 48 anos de existência, não pode deixar de manifestar "grande perplexidade" por uma decisão que Secca classifica como "insólita e atentatória à divulgação dos nossos valores culturais e dos seus criadores".
Já anteontem, também o PEN Clube Português (associação de poetas, escritores e novelistas) tinha divulgado uma carta enviada a Rui Rio, na qual se apela a que a decisão da última reunião do executivo seja reexaminada "com serenidade e lucidez". Considerando que a "dimen- são universal" de José Saramago "ultrapassa quaisquer divergências de apreciação que possamos ter a respeito da obra, da pessoa e das ideias do escritor", o PEN lamenta "profundamente" a decisão da autarquia.
A carta está assinada por alguns dos mais respeitados escritores portugueses, entre os quais se contam Mário de Carvalho, Maria Velho da Costa, Ana Luísa Amaral, Hélia Correia, Gastão Cruz, Pedro Tamen e Maria do Rosário Pedreira.
Já na semana passada, também Manuel António Pina, o autor homenageado na última edição da Feira do Livro do Porto, tinha criticado a posição da maioria de direita que governa a Câmara Municipal do Porto. Num artigo de opinião no Jornal de Notícias, Manuel António Pina optou pela ironia e comentou que a rejeição da proposta se ficou a dever ao facto de o vereador Rui Sá não ter explicado a Rui Rio quem foi José Saramago.
2 comentários:
Não posso deixar de repudiar esta decisão da maioria PSD/CDS. Eu confesso que nunca li nada do Saramago. Como pessoa, achei-o sempre um tipo muito azedo. No entanto, se lhe atribuíram o Prémio Nobel, então o país deve manifestar o seu orgulho, bem como o seu reconhecimento.
O movimento de protesto foi para férias. Os intelectuais do Porto são uns totós! Têm o que merecem!
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