Prosegue a discriminação (cada vez mais colonial) E ainda fazem de nós camelos... Mas leiam com atenção, p.f. (PB)
Linha do Douro ganha "camelos" mas perde electrificação
(Público) Hoje Carlos Cipriano
CP alugou 17 automotoras espanholas. O concurso para a electrificação do troço Caíde-Régua foi cancelado
São assim, pintadas de amarelo, as "novas" automotoras que a CP alugou a Espanha e vai pôr a circular nas linhas do Douro e do Minho a partir de Setembro. A primeira composição - de um total de 17 automotoras da série 592 - já foi integralmente renovada nas oficinas ferroviárias de Valhadolid e deverá partir brevemente para Portugal, para as viagens de teste.
Os espanhóis chamam-lhes "camelos" devido às bossas no tejadilho onde estão instalados os equipamentos de ar condicionado. No país vizinho já restam poucas em funcionamento, porque a Renfe foi rejuvenescendo a sua frota. Mas para as linhas do Douro e do Minho, as automotoras representam um grande salto qualitativo em termos de conforto.
Pelo aluguer deste material por cinco anos, a CP vai pagar 5,35 milhões de euros anuais. O contrato inclui uma revisão integral das automotoras a cargo dos espanhóis. As 592 vêm substituir as velhas UTD (Unidades Triplas Diesel), construídas nos anos 80 pela Sorefame, e têm sobre estas a vantagem do ar condicionado, um pormenor nada displicente, sobretudo quando - como agora - as temperaturas no vale do Douro atingem os 40 graus.
Com 200 lugares sentados, as camello podem atingir os 140 km/hora, mas não será por aí que os tempos de viagem se reduzirão substancialmente, uma vez que a infra-estrutura não permite, em grande parte do seu trajecto, velocidades tão altas.
Concurso cancelado
Pior: a Refer desistiu de avançar para já com a modernização da Linha do Douro entre Caíde e a Régua (ver página 18), tendo comunicado às empresas participantes no concurso público para a electrificação do troço Caíde-Marco que o processo foi cancelado. Este é o segundo falso arranque para a modernização da Linha do Douro. O primeiro foi no início do primeiro mandato de Sócrates (o projecto estava completo, mas não avançou) e o segundo ocorreu agora, justificado pelas medidas anticrise do Plano de Estabilidade e Crescimento que não permitem um maior endividamento da Refer.
Para os passageiros do Norte, a única melhoria com que podem contar será, pois, ao nível do material circulante. Os clientes da CP do Douro sentirão mais a diferença do que os do Minho, onde já circulam automotoras UDD (Unidades Duplas Diesel) climatizadas que, por sua vez, serão enviadas para o Algarve. A única consequência negativa deste negócio tem a ver com as oficinas da EMEF de Contumil, que ficarão, assim, com menos trabalho, por já não assegurarem a manutenção das velhas UTD.
Turismo ignora via-férrea
O Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro 2007-2013 não faz nenhuma referência à linha que liga o Porto à Régua, Tua e Pocinho, ignorando o potencial de atracção de turistas da ferrovia. O plano promovido pela Estrutura de Missão do Douro esquece mesmo o comboio histórico que, no Verão, circula entre a Régua e o Tua e a procura existente para as viagens na linha mais bonita do país.
Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro, tem declarado que a via-férrea é indissociável do Douro e tem sido um acérrimo defensor da reabertura do troço Pocinho-Barca de Alva. Mas estas questões estão ausentes do plano.
(Público) Hoje Carlos Cipriano
CP alugou 17 automotoras espanholas. O concurso para a electrificação do troço Caíde-Régua foi cancelado
São assim, pintadas de amarelo, as "novas" automotoras que a CP alugou a Espanha e vai pôr a circular nas linhas do Douro e do Minho a partir de Setembro. A primeira composição - de um total de 17 automotoras da série 592 - já foi integralmente renovada nas oficinas ferroviárias de Valhadolid e deverá partir brevemente para Portugal, para as viagens de teste.
Os espanhóis chamam-lhes "camelos" devido às bossas no tejadilho onde estão instalados os equipamentos de ar condicionado. No país vizinho já restam poucas em funcionamento, porque a Renfe foi rejuvenescendo a sua frota. Mas para as linhas do Douro e do Minho, as automotoras representam um grande salto qualitativo em termos de conforto.
Pelo aluguer deste material por cinco anos, a CP vai pagar 5,35 milhões de euros anuais. O contrato inclui uma revisão integral das automotoras a cargo dos espanhóis. As 592 vêm substituir as velhas UTD (Unidades Triplas Diesel), construídas nos anos 80 pela Sorefame, e têm sobre estas a vantagem do ar condicionado, um pormenor nada displicente, sobretudo quando - como agora - as temperaturas no vale do Douro atingem os 40 graus.
Com 200 lugares sentados, as camello podem atingir os 140 km/hora, mas não será por aí que os tempos de viagem se reduzirão substancialmente, uma vez que a infra-estrutura não permite, em grande parte do seu trajecto, velocidades tão altas.
Concurso cancelado
Pior: a Refer desistiu de avançar para já com a modernização da Linha do Douro entre Caíde e a Régua (ver página 18), tendo comunicado às empresas participantes no concurso público para a electrificação do troço Caíde-Marco que o processo foi cancelado. Este é o segundo falso arranque para a modernização da Linha do Douro. O primeiro foi no início do primeiro mandato de Sócrates (o projecto estava completo, mas não avançou) e o segundo ocorreu agora, justificado pelas medidas anticrise do Plano de Estabilidade e Crescimento que não permitem um maior endividamento da Refer.
Para os passageiros do Norte, a única melhoria com que podem contar será, pois, ao nível do material circulante. Os clientes da CP do Douro sentirão mais a diferença do que os do Minho, onde já circulam automotoras UDD (Unidades Duplas Diesel) climatizadas que, por sua vez, serão enviadas para o Algarve. A única consequência negativa deste negócio tem a ver com as oficinas da EMEF de Contumil, que ficarão, assim, com menos trabalho, por já não assegurarem a manutenção das velhas UTD.
Turismo ignora via-férrea
O Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro 2007-2013 não faz nenhuma referência à linha que liga o Porto à Régua, Tua e Pocinho, ignorando o potencial de atracção de turistas da ferrovia. O plano promovido pela Estrutura de Missão do Douro esquece mesmo o comboio histórico que, no Verão, circula entre a Régua e o Tua e a procura existente para as viagens na linha mais bonita do país.
Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro, tem declarado que a via-férrea é indissociável do Douro e tem sido um acérrimo defensor da reabertura do troço Pocinho-Barca de Alva. Mas estas questões estão ausentes do plano.
4 comentários:
Sempre me pareceu que a Estrutura de Missão do Douro desse tal Ricardo Magalhães era, na realidade, uma Estrutura de Demissão do Douro.
É isso mesmo,caro Pedro Baptista,continuamos com um país dividido em dois,e não é Norte e Sul.É colonizadores e colonizados. Mas há mais:perspectiva-se o fecho das oficinas da EMEF em Contumil,mas as outras,mais a sul,seguramente continuarão a trabalhar. Nada de novo sob o sol,como diziam os romanos!
Um abraço.
Pois bem vamos finalmente ficar livres das incómodas UDD 450, unidades que embora remodeladas continuam com avarias constantes, e mais onde as pendentes são acentuadas nota-se a falta de força destas unidades. Pobres Algarvios vão apanhar com esta sucata do ano de 1965, mas sempre fazem alguma vista e o que interessa é renovar a imagem do material. Nós por cá levamos com o ferro velho que a Renfe está a colocar fora de uso. Vamos então ter Camelas 592 durante algum tempo, e ainda por cima a fazer os internacionais Porto-Vigo os galegos lá se vão ficar a rir uma vez mais das nossas capacidades para gerir uma empresa ferroviária. Talvez por isso eu vejo passar vários comboios de carga da Takargo Rail a sirem por Valença bem como a entrarem, e quando as locomotivas da Takargo foram electricas o que faz a Refer? Aprendam com os privados para bem do serviço Público que é o transporte que a CP presta.
Ja ouvi falar acerca de uma possivel remodelaçao das utd 0600. Para nos era optimo pois iriamos gastar menos dinheiro e assim prolongar o tempo de vida deste tipo dde material circulante, pois elas irao deixar muitas saudades ao caminho de ferro portuguesse saissem definitivamente de circulaçao.
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