Alegre garante que se for eleito manterá cartão de militante do PS
Manuel Alegre força apoio do PS na corrida a Belém
(Público)Margarida Gomes e Nuno Simas
Socialistas divididos entre quem pensa que o partido deve apoiar já o poeta e candidato e quem remete a decisão para mais tarde
(Público)Margarida Gomes e Nuno Simas
Socialistas divididos entre quem pensa que o partido deve apoiar já o poeta e candidato e quem remete a decisão para mais tarde
Manuel Alegre acredita convictamente que o PS o vai apoiar quando anunciar a sua candidatura à Presidência da República. "Quero que o PS e a esquerda me apoiem com entusiasmo", declarou o ex-candidato presidencial, afirmando que a sua "família política é o Partido Socialista". "É uma questão de clarividência", disse, no dia em que o PS de José Sócrates deu os primeiros sinais de que apoiará o deputado e poeta após a formalização da candidatura, no final do mês ou inícios de Maio. E para que não haja equívocos, o ex-presidente da Assembleia da República revelou ontem ao PÚBLICO que se for eleito, em 2011, não pretende entregar o seu cartão de militante do PS como fez Mário Soares.
"Vou seguir o exemplo de Jorge Sampaio. Para mim é uma questão de princípio, de transparência e de clarividência", disse. E, embora compreenda que haja quem opte por entregar o cartão de militante do partido quando assume o mais alto cargo de magistrado da nação, Alegre revela que pensa de maneira diferente. Porquê? Porque "uma pessoa não despe a sua alma, nem as suas convicções quando é eleita para Presidente da República".
Afirmando que caso seja eleito será "presidente de todos os portugueses", Alegre explica que não pretende renegar a sua família política: "Sou socialista e a minha candidatura é suprapartidária, aberta a todos aqueles que não se reconhecem no desempenho do actual Presidente da República." Insistindo no argumento de que não se candidata contra o PS, revela que tem contado com o apoio dos autarcas do partido nas acções em que tem participado em Bragança, no Algarve e em Coimbra.
Determinado a impedir que a direita realize o velho sonho de Francisco Sá Carneiro de "ter um presidente, uma maioria e um governo", Manuel Alegre afirma que se candidata como alternativa a Cavaco Silva. "O meu adversário não é o PS e conto com o apoio dos socialistas, da esquerda e de todos os quadrantes para chegar à vitória."
Condenados a apoiar Alegre
As declarações de Alegre surgiram pouco depois de Capoulas Santos, da comissão política do PS e tido como próximo de Sócrates, ter defendido que os socialistas não deveriam apoiar o mesmo candidato presidencial que o BE. Já José Lello assumiu manter as suas reservas e admitiu, à TSF, que se absterá quando a questão for discutida nos órgãos próprios do partido. Mas há quem pense de maneira diferente. O ex-ministro António Vitorino admitiu que uma posição relativamente à candidatura de Alegre "não deverá demorar, seja ela de apoio ou outra". Mas as resistências a Alegre não se dissiparam. Afinal, nas presidenciais de 2005 concorreu contra a vontade do PS e mesmo contando com o líder histórico do partido, Mário Soares, como candidato oficial conseguiu superá-lo em votos. Cinco anos volvidos, há quem tenha ultrapassado a questão. Osvaldo de Castro, deputado e apoiante de Soares em 2005, admite que, este ano, os socialistas estão "condenados" a apoiar Manuel Alegre. "No momento que apresentar a sua candidatura, considero que o PS não tem grande alternativa e vai apoiá-lo", afirmou ao PÚBLICO.
O ex-porta-voz do PS e actual deputado Vitalino Canas manteve-se reservado, argumentando que o PS "a seu tempo" tomará uma posição, mas não já. Afinal, ainda faltam alguns meses (10), os socialistas estão no Governo e têm de "preservar" as relações com o actual Presidente e evitar um clima de crispação.
O deputado Vera Jardim, conotado com a ala esquerda do partido e que há semanas dissera que "já é tempo" de os socialistas apoiarem o ex-deputado, ficou contente com as notícias de ontem sobre o apoio, a prazo, do PS. "Claro que fico satisfeito", afirmou ao PÚBLICO. "Não tenho nada contra o calendário de Manuel Alegre formalizar primeiro a sua candidatura presidencial e, depois, o PS manifestar-lhe o seu apoio. Acho que essa é, aliás, a solução lógica", disse.
Ontem, horas antes de Sócrates ir a Cortes (Leiria) participar num jantar-debate, a convite de Mário Soares, o gabinete de imprensa do PS divulgou um comunicado em que "lembra" que André Figueiredo, do secretariado nacional, já tinha desmentido notícias que davam conta que o PS se reuniria para apoiar Alegre, após este formalizar a candidatura. O documento garantia que o partido "não tem a intenção" de marcar reuniões sobre "as presidenciais".
"Vou seguir o exemplo de Jorge Sampaio. Para mim é uma questão de princípio, de transparência e de clarividência", disse. E, embora compreenda que haja quem opte por entregar o cartão de militante do partido quando assume o mais alto cargo de magistrado da nação, Alegre revela que pensa de maneira diferente. Porquê? Porque "uma pessoa não despe a sua alma, nem as suas convicções quando é eleita para Presidente da República".
Afirmando que caso seja eleito será "presidente de todos os portugueses", Alegre explica que não pretende renegar a sua família política: "Sou socialista e a minha candidatura é suprapartidária, aberta a todos aqueles que não se reconhecem no desempenho do actual Presidente da República." Insistindo no argumento de que não se candidata contra o PS, revela que tem contado com o apoio dos autarcas do partido nas acções em que tem participado em Bragança, no Algarve e em Coimbra.
Determinado a impedir que a direita realize o velho sonho de Francisco Sá Carneiro de "ter um presidente, uma maioria e um governo", Manuel Alegre afirma que se candidata como alternativa a Cavaco Silva. "O meu adversário não é o PS e conto com o apoio dos socialistas, da esquerda e de todos os quadrantes para chegar à vitória."
Condenados a apoiar Alegre
As declarações de Alegre surgiram pouco depois de Capoulas Santos, da comissão política do PS e tido como próximo de Sócrates, ter defendido que os socialistas não deveriam apoiar o mesmo candidato presidencial que o BE. Já José Lello assumiu manter as suas reservas e admitiu, à TSF, que se absterá quando a questão for discutida nos órgãos próprios do partido. Mas há quem pense de maneira diferente. O ex-ministro António Vitorino admitiu que uma posição relativamente à candidatura de Alegre "não deverá demorar, seja ela de apoio ou outra". Mas as resistências a Alegre não se dissiparam. Afinal, nas presidenciais de 2005 concorreu contra a vontade do PS e mesmo contando com o líder histórico do partido, Mário Soares, como candidato oficial conseguiu superá-lo em votos. Cinco anos volvidos, há quem tenha ultrapassado a questão. Osvaldo de Castro, deputado e apoiante de Soares em 2005, admite que, este ano, os socialistas estão "condenados" a apoiar Manuel Alegre. "No momento que apresentar a sua candidatura, considero que o PS não tem grande alternativa e vai apoiá-lo", afirmou ao PÚBLICO.
O ex-porta-voz do PS e actual deputado Vitalino Canas manteve-se reservado, argumentando que o PS "a seu tempo" tomará uma posição, mas não já. Afinal, ainda faltam alguns meses (10), os socialistas estão no Governo e têm de "preservar" as relações com o actual Presidente e evitar um clima de crispação.
O deputado Vera Jardim, conotado com a ala esquerda do partido e que há semanas dissera que "já é tempo" de os socialistas apoiarem o ex-deputado, ficou contente com as notícias de ontem sobre o apoio, a prazo, do PS. "Claro que fico satisfeito", afirmou ao PÚBLICO. "Não tenho nada contra o calendário de Manuel Alegre formalizar primeiro a sua candidatura presidencial e, depois, o PS manifestar-lhe o seu apoio. Acho que essa é, aliás, a solução lógica", disse.
Ontem, horas antes de Sócrates ir a Cortes (Leiria) participar num jantar-debate, a convite de Mário Soares, o gabinete de imprensa do PS divulgou um comunicado em que "lembra" que André Figueiredo, do secretariado nacional, já tinha desmentido notícias que davam conta que o PS se reuniria para apoiar Alegre, após este formalizar a candidatura. O documento garantia que o partido "não tem a intenção" de marcar reuniões sobre "as presidenciais".
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