Estamos com os cidadãos que se opõe às portagens, por todas as razões e também porque essa foi uma deliberação do último Congresso Distrital do PS-Porto"!
Utentes reivindicam o maior protesto de sempre contra as Scut na Região Norte (Público) Hoje Mariana Oliveira
Governo mantém intenção de introduzir portagens nas Scut do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata. Marchas lentas só pararam na Baixa do Porto
Os ecos das buzinas fizeram-se ouvir ontem durante mais de duas horas na Baixa do Porto, em mais um protesto contra a introdução de portagens nas auto-estradas Scut do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata. Catorze marchas lentas que partiram de vários pontos da Região Norte desaguaram na Avenida dos Aliados entre as 16h00 e as 18h30, roubando à Baixa portuense a tranquilidade típica do fim-de-semana.
Os manifestantes reivindicam que este foi o maior protesto de sempre contra as Scut (auto-estradas sem custos para o utilizador) na região, mas não baixam os braços: "Faremos tantos quantos forem necessários". O Ministério das Obras Públicas, contactado pelo PÚBLICO, mantém-se, contudo, intransigente e diz mesmo que a introdução de portagens nestas vias está para breve.
Ontem desfilaram carros, motos, camiões e carrinhas com um objectivo comum: protestar contra a introdução de portagens na A28, A41, A42 e A29. Um cartaz com vários sinais proibidos e a mensagem "Mais portagens? Nem pensar!" era o elemento identificador dos manifestantes. Uma tenda laranja montada na Praça da Liberdade funcionava como o centro de comando do protesto.
Valdemar Madureira, da Comissão de Utentes do Grande Porto, multiplicava-se em contactos com os jornalistas e tentava acompanhar as várias marchas em tempo real. "A marcha que vem da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde com centenas de viaturas ligeiras e muitas dezenas de pesados foi partida e os veículos pesados, creio que na zona da Exponor, foram desviados pela GNR", relatava, indignado.
António Pinto e José Furtado foram dos desviados. Mas não se deixaram enganar. Deram uma volta e seguiram para os Aliados, o destino final do protesto. Chegaram à Baixa pouco antes das 18h00 num grande camião, onde se lia "Produtos Hortícolas da Póvoa, Lda.". "Desta vez foram os patrões que vieram protestar", explicava António Pinto ao PÚBLICO. "Exportamos muito para Espanha, mas se põem portagens na A28 deixamos de ter alternativa sem pagar. Tanto a ponte de Fão como a ponte velha de Viana não aguentam camiões", argumentava.
Nessa altura já Rosinda Meireles, desempregada há quatro anos, chegara ao Porto vinda de Lousada especialmente para a manifestação. "Tenho uma irmã com um cancro e muitas vezes tenho que a vir trazer e buscar ao Instituto Português de Oncologia, no Porto. Desempregada, não dá para pagar portagens".
Sem alternativas
Jorge Machado, deputado do PCP na Assembleia da República, também veio apoiar. "Só queremos que o Governo cumpra o que prometeu no seu programa, onde condiciona a introdução de portagens nas Scut a três requisitos. Dois obrigam que os indicadores de desenvolvimento económico da região fiquem acima da média nacional e o outro exige a existência de alternativas", diz. E acrescenta: "Mas nada disto acontece nesta região, especialmente atacada pelo desemprego e onde o nível dos salários está abaixo da média nacional", sublinha o comunista.
Os movimentos de utentes repetem o discurso. Jorge Passos, do Movimento Naturalmente Não às Portagens na A28, lembra que, segundo os critérios do Governo, uma estrada só é alternativa quando a sua utilização não obriga a despender mais de 30 por cento do tempo de uma viagem na Scut. "Neste caso, a alternativa da A28 seria a EN13, mas aqui não se fala de mais 30 por cento do tempo, mas de três vezes mais".
PSP e GNR garantiram que o protesto decorreu sem incidentes, não tendo contabilizado o número de manifestantes. Carla Fernandes, do Ministério das Obras Públicas, confirma que o pagamento de portagens nestas Scut está para breve, apesar de o arranque não ter ainda data marcada.
Governo mantém intenção de introduzir portagens nas Scut do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata. Marchas lentas só pararam na Baixa do Porto
Os ecos das buzinas fizeram-se ouvir ontem durante mais de duas horas na Baixa do Porto, em mais um protesto contra a introdução de portagens nas auto-estradas Scut do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata. Catorze marchas lentas que partiram de vários pontos da Região Norte desaguaram na Avenida dos Aliados entre as 16h00 e as 18h30, roubando à Baixa portuense a tranquilidade típica do fim-de-semana.
Os manifestantes reivindicam que este foi o maior protesto de sempre contra as Scut (auto-estradas sem custos para o utilizador) na região, mas não baixam os braços: "Faremos tantos quantos forem necessários". O Ministério das Obras Públicas, contactado pelo PÚBLICO, mantém-se, contudo, intransigente e diz mesmo que a introdução de portagens nestas vias está para breve.
Ontem desfilaram carros, motos, camiões e carrinhas com um objectivo comum: protestar contra a introdução de portagens na A28, A41, A42 e A29. Um cartaz com vários sinais proibidos e a mensagem "Mais portagens? Nem pensar!" era o elemento identificador dos manifestantes. Uma tenda laranja montada na Praça da Liberdade funcionava como o centro de comando do protesto.
Valdemar Madureira, da Comissão de Utentes do Grande Porto, multiplicava-se em contactos com os jornalistas e tentava acompanhar as várias marchas em tempo real. "A marcha que vem da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde com centenas de viaturas ligeiras e muitas dezenas de pesados foi partida e os veículos pesados, creio que na zona da Exponor, foram desviados pela GNR", relatava, indignado.
António Pinto e José Furtado foram dos desviados. Mas não se deixaram enganar. Deram uma volta e seguiram para os Aliados, o destino final do protesto. Chegaram à Baixa pouco antes das 18h00 num grande camião, onde se lia "Produtos Hortícolas da Póvoa, Lda.". "Desta vez foram os patrões que vieram protestar", explicava António Pinto ao PÚBLICO. "Exportamos muito para Espanha, mas se põem portagens na A28 deixamos de ter alternativa sem pagar. Tanto a ponte de Fão como a ponte velha de Viana não aguentam camiões", argumentava.
Nessa altura já Rosinda Meireles, desempregada há quatro anos, chegara ao Porto vinda de Lousada especialmente para a manifestação. "Tenho uma irmã com um cancro e muitas vezes tenho que a vir trazer e buscar ao Instituto Português de Oncologia, no Porto. Desempregada, não dá para pagar portagens".
Sem alternativas
Jorge Machado, deputado do PCP na Assembleia da República, também veio apoiar. "Só queremos que o Governo cumpra o que prometeu no seu programa, onde condiciona a introdução de portagens nas Scut a três requisitos. Dois obrigam que os indicadores de desenvolvimento económico da região fiquem acima da média nacional e o outro exige a existência de alternativas", diz. E acrescenta: "Mas nada disto acontece nesta região, especialmente atacada pelo desemprego e onde o nível dos salários está abaixo da média nacional", sublinha o comunista.
Os movimentos de utentes repetem o discurso. Jorge Passos, do Movimento Naturalmente Não às Portagens na A28, lembra que, segundo os critérios do Governo, uma estrada só é alternativa quando a sua utilização não obriga a despender mais de 30 por cento do tempo de uma viagem na Scut. "Neste caso, a alternativa da A28 seria a EN13, mas aqui não se fala de mais 30 por cento do tempo, mas de três vezes mais".
PSP e GNR garantiram que o protesto decorreu sem incidentes, não tendo contabilizado o número de manifestantes. Carla Fernandes, do Ministério das Obras Públicas, confirma que o pagamento de portagens nestas Scut está para breve, apesar de o arranque não ter ainda data marcada.
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