Audição na Comissão de Ética
José Sócrates pressionou o director do "Expresso" para não publicar notícia sobre licenciatura
24.02.2010 - 15:35 Maria Lopes (Público)
O director do "Expresso" contou hoje na Comissão de Ética que na véspera da publicação das notícias sobre a polémica licenciatura de José Sócrates, o primeiro-ministro lhe "telefonou a pedir por tudo que não publicasse" o artigo.
(Daniel Rocha)
Henrique Monteiro, que está a ser ouvido na comissão, afirmou que foi "pressionado e de uma forma bastante clara".
"Na noite de uma quinta para sexta-feira o senhor primeiro-ministro telefnou-me e pediu-me por tudo para não publicar uma notícia sobre a sua licenciatura", contou o director do Expresso, acrescentando que estiveram "mais de uma hora ao telefone", e que questionouvárias vezes José Sócrates se "queria fazer algum desmentido ou correcção".
Mas não, o primeiro-ministro pedia apenas, e reiteradamente, para que o texto não "fosse publicado". "Antes disso", contou ainda Henrique Monteiro, "já várias pessoas, políticos e não políticos me tinham manifestado incomodidade ou estranheza por notícias que tinham saído, mas por notícias que ainda não tinham saído foi a primeira vez".
Henrique Monteiro escreveu depois a José Sócrates uma "carta pessoal, onde disse que lamentava muito estas pressões". "O senhor primeiro-ministro nunca arranjou cinco minutos para me responder", lamentou.
As pressões, afirmou o director do "Expresso", são situações muito desagradáveis. O jornal, disse "pagou um preço": "Passámos a ter mais dificuldade para ter acesso às informações. Henrique Monteiro classificou o episódio de José Sócrates como a segunda maior pressão que alguma vez sofreu. A maior pressão foi, porém, de cariz económico: quando o BES, desagradado com um texto de um jornalista do Expresso, não colocou qualquer anúncio no jornal do grupo Impresa durante um ano e meio.
José Sócrates pressionou o director do "Expresso" para não publicar notícia sobre licenciatura
24.02.2010 - 15:35 Maria Lopes (Público)
O director do "Expresso" contou hoje na Comissão de Ética que na véspera da publicação das notícias sobre a polémica licenciatura de José Sócrates, o primeiro-ministro lhe "telefonou a pedir por tudo que não publicasse" o artigo.
(Daniel Rocha)
Henrique Monteiro, que está a ser ouvido na comissão, afirmou que foi "pressionado e de uma forma bastante clara".
"Na noite de uma quinta para sexta-feira o senhor primeiro-ministro telefnou-me e pediu-me por tudo para não publicar uma notícia sobre a sua licenciatura", contou o director do Expresso, acrescentando que estiveram "mais de uma hora ao telefone", e que questionouvárias vezes José Sócrates se "queria fazer algum desmentido ou correcção".
Mas não, o primeiro-ministro pedia apenas, e reiteradamente, para que o texto não "fosse publicado". "Antes disso", contou ainda Henrique Monteiro, "já várias pessoas, políticos e não políticos me tinham manifestado incomodidade ou estranheza por notícias que tinham saído, mas por notícias que ainda não tinham saído foi a primeira vez".
Henrique Monteiro escreveu depois a José Sócrates uma "carta pessoal, onde disse que lamentava muito estas pressões". "O senhor primeiro-ministro nunca arranjou cinco minutos para me responder", lamentou.
As pressões, afirmou o director do "Expresso", são situações muito desagradáveis. O jornal, disse "pagou um preço": "Passámos a ter mais dificuldade para ter acesso às informações. Henrique Monteiro classificou o episódio de José Sócrates como a segunda maior pressão que alguma vez sofreu. A maior pressão foi, porém, de cariz económico: quando o BES, desagradado com um texto de um jornalista do Expresso, não colocou qualquer anúncio no jornal do grupo Impresa durante um ano e meio.
7 comentários:
O que é mais grave? Este tipo de pressões ou aquelas cartas à administração do JN para correr com o seu director?
Pois é, como foi o Dr. Rui Rio, o homem sério cá do burgo, nada aparece nos jornais...
São as duas coisas gravísimas, da autoria de dois indivíduos sem cultra democrática : Sócrates e Rio!
Existem pequenas diferenças: é que Rui Rio já se queixou dezenas de vezes à ERC, por considerar que o JN distorce, de forma sistemática, as suas palavras e acções recusando, nalguns casos, a publicação do contraditório. E, quando pediu a substituição do seu director, fê-lo publicamente, da mesma forma que José Sócrates criticou, e com a razão, a TVI no último congresso do PS. Rui Rio não colocou boys no aparelho do Estado para calar as vozes discordantes, ao contrário daquilo que as últimas notícias têm vindo a revelar sobre José Sócrates.
Pedro Aroso
Apenas um exemplosinho (entre centenas):
A mana do Castelo Branco (aquela senhora engenheira alimentar que assina(va) as facturas do Rivoli a ganhar... (quanto é mesmo?)) não é um boy?
Claro, disparate o meu...
É uma girl
Boy, é aquele amigalhaço lá na Companhia das águas...
O Poças qualquer coisa, que ganha praí... quanto é mesmo?...
Quer mais quantos?
Mas como é o Rui Rio, que se farta de dizer que é sério, já vale tudo...
Um abraço
António Moreira
Caro António Moreira
A mana do Castelo Branco não é um boy, é uma girl e do CDS.
O amigalhaço da Companhia das águas foi tapar os "buracos" deixados abertos pelo incapaz do Rui Sá, poupando ao erário público muitos milhares de euros todos os meses. Ao contrário dos boys, o Eng. Poças Martins não é um produto saído das "jotas".
Vale a pena lembrar que Rui Rio contratou o Eng. Poças Martins depois do trabalho notável que realizou no concelho de Vila Nova de Gaia, onde deu provas inequívocas da sua competência.
Caro Pedro Aroso
Sabe tão bem (ou muito melhor do que) como eu que apenas apontei dois singelos exemplos.
Podiam apontar-se dezenas se não centenas.
Claro que para caso há sempre uma justificação, uma porque é "girl" e o mano é do CDS, outro porque dizem que é uma competência fora de série :-O, para outros será naturalmente por outras razões mas sempre cada uma ainda mais pertinente que as outras.
Ora é exactamente o mesmo que se passa em relação aos "boys and girls" colocados pelo PS, para cada caso existe sempre uma explicação ou justificação perfeitamente pertinente e, quer num caso quer no outro, as ligações partidárias, familiares, de confiança ou outras, não passam de meras coincidências que, a dar-se o caso de nem existirem, as colocações ocorreriam exactamente da mesma forma, dado que, em cada, um dos casos que se possam apontar, se trata sempre da pessoa indicada para o lugar a qual não pode ser descriminada por ser do partido tal, casada com o sr. tal, ou filha de tal, ou ter sido colega da escola ou vizinho, ou ....
Chegando ao final encontramo-nos na casa de início, ou seja, não há rigorosamente nada do que se possa acusar Sócrates, de que no se possa acusar a maioria dos actuais e antigos "trabalhadores do ramo da política e derivados" e desses pecados (na minha modesta opinião) o seu amigo Rui Rio é um dos expoentes, para mim, mais incomodativos.
É evidente que se Rui Rio fosse presidente da câmara de Reguengos de Alviela e se José Sócrates fosse primeiro ministro da Cazaquistão, eu perderia muito menos tempo com essas personagens e decerto concentraria maior atenção nos ditos cujos que me fossem então mais próximos.
Mas por agora, infelizmente, um é presidente da CM Porto e outro PM de Portugal e, sendo essa a dura realidade, são os actos, as omissões e, acima de tudo, o carácter, desses que temos, agora, que escrutinar (e combater).
Um abraço
António Moreira
a ferreira leite sempre tinha razão.. asfixia democrática.. quantos favores devem ter feito ao socrates para isto se verificar depois das eleicoes
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