quinta-feira, 25 de março de 2010

PS e PSD negoceiam alterações de última hora ao PEC
LUCÍLIA TIAGO (JN)
PS e PSD encetaram ontem, quarta-feira, negociações de última hora sobre eventuais alterações ao PEC que hoje será votado no Parlamento. Ao que o JN apurou, os sociais-democratas fizeram propostas de alteração, mas receberam dos socialistas algumas contra-propostas.
Se é que ainda havia, esvaneceu-se toda e qualquer demarcação, ou simples diferença entre o PS e o PSD, a não ser a incidência dos investimentos preferidos por uns e por outros (ou seja clientelas empresariais)
Foi confrangedor assistir ao "debate" entre Nuno Morais Sarmento e Francisco Assis, com este a dizer que, para ele (?!), ao Estado competitiria apenas assegurar a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde que, por sinal, tem vindo a desmantelar, e a segurança social, mantendo no resto um função de mero regulador, regulações que, como se sabe, têm sido extremamente eficazes a desmantelar tudo o que foi público, lucrativo e funcional e que foi privatizado para obter recursos para alimentar a despesa político-administrativa da nova clique dominante. Função estratégica reguladora do Estado na economia, com contolo de sectores estratégicas, esse mínimo dos mínimos já foi à urtigas, por causa da conjuntura do défice público e da dívida pública que estes mesmos senhores provocaram com as suas teorias e as suas práticas e agora tentam insinuar que foi causada pelo... mau tempo. As teses, as mais mirabolantes, as mais conservadores ou mesmo as mais reaccionárias, como é o caso, fazem-se conforme é conveniente parlapatar a favor do momento do Deve ou do Haver por este tipo de profissionais da parlapatice. Morais Sarmento saudou gratificado a chegada do Francisco, não ainda à Cova da iria, mas à área do PSD o que este não enjeitou, antes pelo contrário, assegurando que "temos de aprender com a história" ao que outro corroborou com aquela frase inovadora "pois, só os burros não mudam", claro que nenhum deles é burro, pelo contrário, os burros somos nós!
De notar que, desta vez Assis não apareceu ladejado nem pelo eminente Engenheiro da Rua do Breiner José Lelo nem pelo não menos caçador de caudilhas e de piercings , futuro Dr. numa coisa qualquer dum instituto privado portuense, com exames por fax, Renato Sampaio, fax compreensível por ele estar em Lisboa tanto como todos termos de pagar as viagens da Inês por ela estar sediada em Paris mas recenseada na Lísbia, que não rende um tostão em matéria de subsídio de deslocação, a não ser direito ao passe social, cruzes canhoto, andam percevejos nos autocarros.
Pode esperar-se o pior. Depois de nada mais haver a privatizar, porque em 30 anos tudo o "vento" levou, o Bloco Central avança na liquidação de tudo o que resta público e é um instrumentoi fundamental para que o estado do país não entre na derrocada total: a TAP instrumento fundamental da nossa diáspora e política externa; a comparticipação na EDP essencial para o assalto não se generalizar. CTT. Por aí adiante... Sem nenhuma razão estratégica: só porque é necessária massa. A mesma política de Ferreira Leite quando começou a tentar vender o património do Estado que tanto nos indignou a todos nós socialistas. É porque eram receitas extraordinárias para ajudar pontualmente o défice e não estruturalmente. E agora, são o quê? Uma motivação acrescida para pôrmos Manuel Alegre na presidência (Pedro Baptista)

5 comentários:

AM disse...

Caro Pedro

Concordo a 200% com (quase) tudo o que acima escreveu, acho fantástico que esta agremiação ainda tenha a "lata" de usar a designação de "Socialista".

Só não vejo que pôr Manuel Alegre na presidência resolva ou mitigue seja o que for.

Além do mais estou convencido que a referida agremiação "PS" vai fazer de Alegre o seu candidato e vai-se fartar de fingir que o apoia com entusiamo...

Não Pedro Baptista, infelizmente não penso que a solução venha desse lado...

É preciso um "25 de Abril" no PS

Um abraço
António Moreira

Pedro Baptista disse...

Caríssimo António Moreira:

Não será "a" solução mas ajudará a uma solução, nomeadamente ao tal 25 de Abril. Ganhe ou perca a presidência. Nada mais será como dantes.
Um grande abraço
Pedro Baptista

Pedro Aroso disse...

Eu não concordo com o Pedro Baptista e explico porquê:
1. De forma mais ou menos velada, o Eng. José Sócrates e alguns dos seus ministros, têm enviado mensagens para Cavaco Silva, lembrando-lhe que quem governa é o Governo, não é o Presidente da República.
2. O simples facto de Manuel Alegre poder vir a ser eleito presidente, não altera a Constituição. Como tal, os seus poderes são muito limitados, devendo, como faz Cavaco, resignar-se a exercer uma magistratura de influência.

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que o Pedro Baptista escreveu, excepto com a última frase: é que o Alegre na presidência não tem hipóteses de fazer nada, isto dando de barato que ele quer mesmo fazer alguma coisa.

Anónimo disse...

Alegre não é solução, não é difícil perceber porquê. Aliás, não tarda, há uma «Lança» em África fundamentalmente contra ele. Por outro lado, leva já os seus setenta e três anos de idade e aquela história da pensão completa da RDP, por escassos messes de trabalho em rádio, em Portugal, vai ser o diabo. Alegre tergiversa relativamente a Sócrates e este, não se importando talvez de o apoiar, não se importará, igualmente, que lhe malhem em cima em plena campanha. É o maquiavelismo no seu «esplendor de Portugal». Era preciso de facto uma ruptura e não admira que a bandeira azul e branca de oito metros tenha sido colocada, hoje mesmo, no mastro em Lisboa sem sangue, sem pinta de sangue. É uma quimera mas tem significado político relevante e dá bem conta do estado a que chegou a República em Portugal. O mal vem de longe.