quarta-feira, 10 de março de 2010

Quem diria que o Governo do PS faria de Rui Rio um paladino da Região Norte?
Reunião com ministro deixa Rio seguro de que o Governo vai mesmo "portajar" as Scut
(Público) Hoje Aníbal Rodrigues
Se dúvidas existissem sobre a intenção de o Governo colocar portagens nas auto-estradas sem custo para o utilizador (Scut), tendo em conta a actual crise, o presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), Rui Rio, dissipou-as ontem, após se ter reunido com o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, na sede da JMP. "A minha leitura da reunião é que vai haver portagens", declarou Rui Rio, na dupla conferência de imprensa realizada após a reunião com o ministro.
Mas, se a introdução das portagens nas Scut é, ao que tudo indica, uma inevitabilidade, Rui Rio também deixou claro na conversa que teve com o ministro o que considera imprescindível ter em conta a este respeito. "Só aceitamos se o critério for transversal e universal em todo o país. Não é possível "portajar" no Norte e não "portajar" no Sul, quando as alternativas até são piores no Norte".
Já sobre a gestão do Aeroporto de Francisco Sá Carneiro, que a JMP defende acerrimamente - num eventual cenário de privatização da ANA -, que seja autónoma, independente e desligada dos restantes aeroportos do país, Rui Rio registou uma evolução entre a posição do actual ministro e o seu antecessor, Mário Lino. "O ministro disse que ouviu os nossos argumentos e que ia ponderá-los", afirmou o autarca.
No entanto, antes de Rui Rio falar, o ministro afirmara, quando o autarca não se encontrava na sala, que as preocupações do presidente da JMP "não são válidas, não correspondem à situação". O governante insistiu então que actualmente "já estão previstos mecanismos de gestão tendo em conta os interesses locais" e admitiu mesmo a entrada da JMP por esta via. No entanto, quando questionado sobre se o Governo pretende privatizar a ANA para financiar o futuro aeroporto de Alcochete, António Mendonça afirmou apenas que o "modelo de construção está em estudo".
Já sobre a constituição da futura Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto, Rui Rio ficou bem mais satisfeito. Nomeadamente, ao perceber que esta não terá custos para a JMP, estando previsto o respectivo financiamento em PIDDAC. Nos cálculos de Rui Rio serão necessários 30 dias para encontrar um presidente e outro mês para formar o conselho de administração. Por isso, acredita que nos próximos 60 dias fique formada a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto.
O presidente da JMP avaliou também como "muito positivo" o ponto da reunião com António Mendonça referente ao metro do Porto. "Não há nada a alterar face ao que está no terreno. Assim que a Metro do Porto estiver em condições, pode pedir autorização para lançar os concursos" das novas linhas.
Por último, e segundo Rui Rio, o ministro das Obras Públicas "comprometeu-se a analisar" o recomeço da construção de um acesso a Arouca, cujas obras foram interrompidas. "É uma obra pequena, mas para a área metropolitana é uma obra importante", salientou.
Previa-se que este assunto fosse retomado pelo presidente da Câmara Municipal de Arouca, numa conversa com o ministro durante o jantar.

4 comentários:

Paulo Rocha disse...

Desta vez, não concordo com o comentário introdutório do Pedro Baptista. Não é o Governo PS quem promove o Sr. Rui Rio, são as circunstâncias. São as dificuldades financeiras do Estado que exigem este tipo de políticas. O Sr. Rui Rio limita-se a tentar capitalizar politicamente estas situações com objectivos bem definidos.

O que é estranho é não vermos a estrutura distrital do PS pronunciar-se sobre isto e sobre o PEC porque, no que toca aos investimentos no TGV, tem havido muitas tomadas de posição política e o PS institucional tem-se mantido quase em silêncio

Paulo MB disse...

Mas ainda há um PS Porto?

jesui disse...

Há!!!...um ps para levantar processos disciplinares, cujos são conduzidos e controlados por um bando de lacaios disfarçados em julgadores, quando eram eles que deviam ser julgados.
Oxalá que chegue depressa o dia em que o patrão da fdp, leve um ponta...pé no trazeiro, que o coloque em orbita definitivamente.

Manuel Machado disse...

Então se são as circunstâncias, porque não é todo o TGV congelado e Alcochete, que vão levar a que em 2013, mesmo que a dívida públice baixe, torne a subir em flecha. Aliás toda a gente já percebeu que em qualquer circunstãncia o PS larga o poder em 2011, não deverá ser antes.Porque é congelado o Porto Vigo e o Porto-lisboa e nao o Lisboa Madrid que só interessa a Madrid? E porque as SCUTs pagas só a Norte e não no Algarve. As circunstâncias não aconselhariam que fossem todas as SCUTs? O comentário do Douto Pedro está certíssimo.