sábado, 23 de fevereiro de 2008

Infelizmente, os factos continuam a dar-nos razão. E entre os "responsáveis" o silêncio e a inacção continuam

Mais desemprego de licenciados a Norte

MIGUEL A. LOPES / LUSA
Eduarda Ferreira JN 23.02.2008

Eram na sua maioria mulheres e concentravam- -se sobretudo na Região Norte as pessoas com um diploma do ensino superior inscritas em finais de Dezembro passado nos centros de emprego com o objectivo de encontrar colocação profissional. No total nacional somavam 39 627, menos cerca de uma centena que no final de 2003. As áreas de estudos mais atingidas pelo desemprego de licenciados têm à cabeça a formação de professores (com 20% dos inscritos), seguida pelas de ciências empresariais e ciências sociais e do comportamento. A Região Norte acumula 41,3% dos desempregados com habilitação superior, o equivalente a 16 005 pessoas. Em todas as áreas, salvo na formação em transportes e matemática, tem o dobro ou o triplo dos desempregados de cada uma das outras quatro regiões. Segundo a análise feita pelo ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, os dados resultantes da confluência de inscrições nos centros de emprego com as áreas de estudo e as escolas são indicadores úteis para escolas e estudantes, mas não expressam obrigatoriamente a inutilidade de alguns cursos para o mercado de trabalho, "pois a maior capacidade de emprego destes tem de ser vista ao longo do tempo". Tudo dependerá também das escolas, afirmou Mariano Gago, que insistiu, ontem, no decorrer da divulgação do relatório, na necessidade de Portugal duplicar o número de diplomados (há agora 900 mil). Nos últimos quatro anos, disse, entraram no mercado de trabalho mais 200 mil licenciados e "não aumentou o número de pessoas à procura de emprego" com esse nível de formação. Em cada ano há cerca de mais 40 mil diplomados. O facto de o serem, frisou ainda o ministro, implica que "têm menos possibilidades de estar desempregados e durante menos tempo e ainda menos tempo em funções não qualificadas". Os dados de 31 de Dezembro de 2007 já incorporam em grande parte a origem dos diplomados inscritos nos centros de emprego por escola e área de formação e centra-se nos diplomados desde há três anos. Cerca de um quarto dos inscritos consta dos ficheiros há mais de um ano; a representatividade do ensino público ou privado nesta situação é idêntica ao número de diplomados (65% e 35%); o ensino politécnico contribuiu em menor escala para este tipo de desemprego. A Região Norte tem a percentagem mais elevada de diplomados inscritos nos centros de emprego (41,3) e o Algarve a mais baixa (2,2). O Centro atinge os 26,1% e a região de Lisboa os 24,7%. Do total, cerca de 25% estão nessa situação há mais de um ano.

Sem comentários: