Há certamente 100 boas razões para afastar Rui Rio da Câmara do Porto, todas em torno do marasmo em que ajudou a lançar a cidade e a região e das suas consequências econímicas e sociais. Repare-se que, infelizmente, o papel da Câmara no Porto e região é muito diferente do papel da Câmara em Lisboa. Enquanto cá em cima, a Câmara Municipal, embora organismo autónomo, é praticamente a única organização do estado com legitimidade própria, em Lisboa, há o Governo e todo o aparelho do Estado central preocupado antes de tudo com a região que lhes envolve o olhar. É pois muito mais grave ter um imobilista que estudou economia para se dedicar à contabilidade no Porto, do que seria em Lisboa, isto no que diz respeito aos interesses das respectivas regiões.
Mas além das 100 razões, elas podem ser 1000, porque todos os dias se pode juntar mais uma.
Se olhar a Avenida dos Aliados, onde outrora pontificavam belíssimos jardins, autêntico ex-libris, e vê-la transformada em Feira Popular com carroceis, é já de si aterrador (mesmo que "editem" na TV dos "amigos" um ou dois castiços muito divertidos com os carroceis e se compreenda que as pessoas achem melhor aquilo do que nada), os projectos de Rio para "recuperar" o Bolhão, destruindo-o para o substituir por mais um Centro Comercial Mamarracho, são uma projecção do arrazamento de que o Porto será vítima, se os partidos e os cidadãos não se mexerem no sentido de inverter a situação política no município.
Está a correr, em linha na Internet, uma petição à Assembleia da Repúplica para o impedimento da destruição do Bolhão e para a adopção de um projecto de recuperação que mantenha o mercado nas suas funções a que eventualmente se poderão agregar mais algumas (artesanato, cultura).
Apelo a que todos assinem e se mobilizem em torno dos partidos e dos movimentos cívicos que felizmente despontam, para que o Bolhão se mantenha um marco portuense a enriquecer patrimonialmente a cidade, tal como em tantas grandes cidades europeias, que fazem do seu mercado tradicional um ex-libris não só comercial como cultural.
Cultural, também tem a ver com turismo, também dá tostão, percebeu Sr. Dr. Contabilista Rui Rio! Pode ser que assim, entenda. Porque também só assim...
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
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