Afiam-se as facas...
(DN) 28.08.08 Nos bastidores do PSD há informações que dão conta da possibilidade de um grupo de militantes obter assinaturas necessárias para marcar um congresso anti-Ferreira Leite
Um grupo de militantes do PSD está a ponderar a apresentação de 2500 assinaturas para a realização de um congresso, sabe o DN.
Um grupo de militantes do PSD está a ponderar a apresentação de 2500 assinaturas para a realização de um congresso, sabe o DN.
A informação surgiu esta semana, após a polémica à volta da estratégia do silêncio que tem sido seguida por Manuela Ferreira Leite e que já lhe valeu críticas de vários sectores do partido e de figuras como Pedro Passos Coelho, Pedro Santana Lopes, Ângelo Correia e do ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes.
Este conjunto de militantes, constituído maioritariamente por pessoas "do Norte", tem-se reunido nos últimos dias para discutir a situação interna do partido e não descarta mesmo a apresentação das 2500 assinaturas necessárias para a convocação potestativa do congresso. Muitos destes militantes sociais-democratas são ou foram próximos de Luís Filipe Menezes. Fontes sociais-democratas garantem que o próprio Menezes poderá estar envolvido no abaixo-assinado, embora não o assuma. O DN tentou ouvir o presidente da Câmara Municipal de Gaia, mas este esteve sempre incontactável. Já o seu vice-presidente, Marco António Costa, que na prática é o seu lugar-tenente, fez saber que, como líder da distrital do Porto do PSD, "desconhece esse movimento" e ainda acrescenta: "mesmo que ele exista, não tem nada a ver com isso. Se vier a existir não se envolverá numa acção dessas".
Um desmentido formal que não afasta os rumores insistentes de que o tal grupo do Norte se prepara para pedir um congresso para "Janeiro ou Fevereiro", com o objectivo de "discutir política". Fontes do partido garantem ao DN que a reunião tem como objectivo inicial uma discussão meramente "temática" com uma ordem de trabalhos previamente estabelecida onde constam a regionalização, o cenário pós-eleitoral em 2009 e o que fará o partido perante a possibilidade de um bloco central e ainda as eleições primárias para o grupo parlamentar. Uma ordem de trabalhos que encaixa que nem uma luva no caderno de encargos que Menezes impôs mal foi eleito líder do PSD, em Setembro do ano passado. Embora as hostes menezistas afastem, para já, qualquer envolvimento com o designado "grupo do Norte", a verdade é que não tem passado despercebida a nova atitude do ex-presidente do PSD. Depois de prometer ficar calado até 2009, Menezes surgiu em pleno Verão com uma série de artigos duros para a liderança de Manuela Ferreira Leite. Primeiro no DN, depois no JN. No último (ver texto ao lado), o autarca antecipava mesmo que com a estratégio do silêncio e com as expectativas geradas à volta do discurso da líder na Universidade de Verão, em Castelo de Vide, no dia 7 de Setembro, o discurso será "inevitavelmente pífio".Já depois disso, em várias conversas com ex-dirigentes do PSD, Menezes confidenciou que não irá ficar quieto nos próximos meses.
No sábado passado, na festa dos 50 anos de Rui Gomes da Silva - ex-vice-presidente de Menezes e braço-direito de Pedro Santana Lopes -, a possibilidade de um novo congresso esteve presente em várias conversas. A atitude de Menezes, muito pró-activa, não passou despercebida: "deu a entender que está a afiar as facas", diz ao DN um antigo alto dirigente do PSD. Resta aguardar pelas cenas dos próximos capítulos.
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