31.08.2008 - 17h35 PÚBLICO
As regras exigem que cada avião tenha uma reserva equivalente a cinco por cento do combustível necessário para o voo.
As regras exigem que cada avião tenha uma reserva equivalente a cinco por cento do combustível necessário para o voo.
Os pilotos da companhia "lowcost" Ryanair denunciaram que a empresa está a limitar ao máximo a reserva de combustível necessária para qualquer emergência e mostraram-se preocupados com a situação, noticia hoje o jornal inglês "The Sunday Times".
A companhia aérea de baixo custo poderá estar a violar normas comunitárias aos impor aos pilotos que limitem o combustível reservado para qualquer emergência, com vista a reduzir custos.
Em Maio, foi dito aos pilotos da empresa irlandesa que não ultrapassassem os 300 quilos de combustível extra, uma quantidade que, no caso de um Boing 747, dá para voar apenas cinco minutos.
Vários pilotos, sem se identificarem, denunciaram a situação no site da Associação de Pilotos Europeus da Ryanair e frisaram que é difícil aguentar a pressão da empresa, já que sabem que a poupança coloca em risco a segurança dos passageiros. De acordo com os pilotos, aqueles que solicitarem mais do que o máximo de 300 quilos de combustível recebem uma carta da empresa a exigir justificações e que dizem ter “tom de ameaça”.
Segundo as directivas europeias cada avião deve ter um depósito de reserva equivalente a cinco por cento do combustível necessário para o voo, para responder, por exemplo, a um desvio. Além disso, como medida de segurança extraordinária, o comandante deve pedir também uma quantidade adicional, calculada em função do estado do tempo, para enfrentar ventos ou uma tempestade.
A denúncia dos funcionários da Ryanair surge depois de a Autoridade Britânica da Aviação Civil ter reconhecido que o número de emergências provocadas por falta de combustível nos aviões duplicou nos últimos cinco anos. Segundo os dados britânicos, no ano passado, 27 aviões aterraram de emergência em aeroportos ingleses e 18 enviaram pedidos de socorro.
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