(Público) 11.08.2008 - 11h41 Lusa
A TAP Air Portugal está no grupo das nove companhias aéreas europeias que têm qualidades para "sobreviver" no sector da aviação, mas outras têm um futuro incerto, adverte um estudo de um banco de investimento britânico.
A TAP Air Portugal está no grupo das nove companhias aéreas europeias que têm qualidades para "sobreviver" no sector da aviação, mas outras têm um futuro incerto, adverte um estudo de um banco de investimento britânico.
Na opinião de um analista do BlueOtar Securities, o aumento do preço do petróleo vai "transformar a indústria do transporte aéreo" e mais de 50 companhias estão em risco de desaparecer, entre as quais a italiana Alitalia. "As margens de 10 por cento e melhores estão a ser apagadas pelos custo do combustível", afirma Douglas McNeil, num relatório datado de meados de Julho. "O problema é que, para começar, nem muitas transportadoras aéreas tinham margens assim tão boas", escreve McNeil, que coloca um "grande ponto de interrogação sobre o seu futuro".
No primeiro grupo dos sobreviventes, afirma, estão a britânica British Airways, a alemã Lufthansa e a franco-holandesa Air France-KLM, que beneficiam do "poder do preço e a força financeira". Os mesmos predicados são a tábua de salvação das duas principais companhias de baixo custo, Easyjet e Ryanair. E ainda acima da linha vermelha estão, segundo McNeil, a TAP, a espanhola Iberia, irlandesa Aer Lingus e a finlandesa Finnair. O quarteto faz parte de uma "terceira divisão de transportadoras nacionais de média dimensão com nichos de longo-curso relativamente fortes baseados em vantagens geográficas ou relações culturais", descreve o analista.
Segue-se no estudo uma lista de 51 companhias em risco, a maioria das quais pequenos operadores, mas também a Alitalia, a escandinava SAS, a polaca LOT ou ainda Virgin e Monarch. Para a transportadora italiana, McNeil conjectura uma fusão com a concorrente nacional Air One, enquanto a Austrian Airlines poderá ser comprada pela Lufthansa ou pela russa Aeroflot. Sem dúvida que muitas outros membros da 'quarta divisão' vão arranjar uma forma de se aguentarem, talvez com a ajuda estatal", admite o analista. Mas, acrescenta, "não é precisa muita imaginação para pensar o choque petrolífero empurrar para baixo a vasta maioria da quarta divisão". E nem o corte na capacidade, número de voos e de algumas rotas menos rentáveis, bem como o aumento dos preços dos bilhetes e das taxas de combustível e bagagem aplicadas por algumas companhias serão suficientes para este quarto grupo conseguir contrariar o agravamento das despesas com o combustível.
O resultado do desaparecimento destas transportadoras, prevê o anaista do Blue Oar Securities, será menos concorrência e "os preços [das companhias sobreviventes] de bilhetes vão subir". O Blue Oar Securities, fundado em 1992, é o braço de banca de investimento do grupo Blue Oar (criado em 1995) e especializa-se em empresas de pequena e média dimensão em nichos de mercado.
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