A confirmar-se a posição expressa no documento a que o JN teve acesso, como é referido, teríamos uma situação gravíssima. Não há qualquer razão, a não ser das piores, para não autonomizar e lançar a concurso o Aeroporto do Norte. Se depois é um modelo privado, como aquele a que se apresentou a Sonae e Soares da Costa, ou se é um modelo público-privado, como defendeu a FEP, é outra questão. O 1º Ministro veio ao Porto perguntar se havia interessados: tem a resposta. Agora falta a sua, autonomizando o aeroporto e lançando concurso público para a sua gestão. Caso contrário toda a gente perceberia que o "Sá Carneiro" faria parte do bolo ANA a vender para a construção de Alcochete & Pontes. E que a hostilidade à autonomia viria daí.
O modelo que nos interessa para o Aeroporto é o mesmo que para a APDL. Que também tentaram integrar a nível nacional. Podiam os portos deficitários todos do país viver então à custa do de Leixões... PB
Qualquer privatização isolada será rejeitada
(JN) 6.08.08 DAVID DINIS E JOÃO PAULO MADEIRA
Não é apenas a proposta da Sonae e Soares da Costa para a gestão do Sá Carneiro a ser chumbada pelo Governo. Qualquer oferta para um aeroporto individual será rejeitada. Rui Moreira desafia Sócrates a dizer se mudou de opinião.
De acordo com um documento de trabalho elaborado por técnicos da ANA, a que o JN teve acesso, a orientação do Governo na gestão do Sá Carneiro, embora não seja ainda oficial, já está definida: a proposta do consórcio nortenho ou qualquer outra oferta de um outro investidor que seja dirigida a um aeroporto individual "deve ser recusada por atentar contra o interesse nacional e dos contribuintes".
O documento aponta a "perda de sinergias" causada pela separação de um aeroporto de média dimensão (Porto ou Faro) do resto da rede, que provocaria um aumento de 20 a 25% na estrutura de custos do aeroporto, "limitando de forma significativa a sua atractividade". A opção do Governo passa pela privatização da ANA - Aeroportos de Portugal com todos os aeroportos, em que os interessados se candidatam à gestão de todos eles, em rede.
Contudo, foi o próprio primeiro-ministro, num jantar com empresários no Palácio da Bolsa, no Porto, quem lançou o repto: a Região Norte devia mobilizar-se e apresentar propostas para a gestão privada e autónoma do aeroporto Sá Carneiro, um desafio que foi respondido por um consórcio formado pela Sonae e pela Soares da Costa.
Mas esse projecto, enviado ao primeiro-ministro por carta, em Julho, parece não encaixar nas pretensões do Governo, de acordo com outro documento. Nele são elencadas várias fragilidades na oferta, nomeadamente o preço demasiado baixo a pagar ao Estado (800 milhões de euros ao longo de 25 a 30 anos, sem que haja qualquer pagamento à cabeça).
Para o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, está em curso uma "campanha miserável" de desinformação por parte do Ministério das Obras Públicas e da ANA, para inviabilizar a gestão autónoma do aeroporto. Rui Moreira lembra os estudos da Faculdade de Economia do Porto que mostram que a gestão autónoma do Sá Carneiro teria vantagens e, por uma questão de "transparência", apela ao lançamento de um concurso público. Afirmando desconhecer se a "campanha" está a ser feita ou não com o beneplácito do primeiro-ministro, desafia José Sócrates a vir a público esclarecer a posição do Governo e se "mudou de opinião" desde o lançamento do repto à região.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal, José António Barros, insiste também no lançamento de um concurso público. "As forças do Norte querem uma gestão privada e autónoma. Face às manifestações de interesse, o Governo tem de lançar um concurso e dizer quanto vale o aeroporto", frisa.
(JN) 6.08.08 DAVID DINIS E JOÃO PAULO MADEIRA
Não é apenas a proposta da Sonae e Soares da Costa para a gestão do Sá Carneiro a ser chumbada pelo Governo. Qualquer oferta para um aeroporto individual será rejeitada. Rui Moreira desafia Sócrates a dizer se mudou de opinião.
De acordo com um documento de trabalho elaborado por técnicos da ANA, a que o JN teve acesso, a orientação do Governo na gestão do Sá Carneiro, embora não seja ainda oficial, já está definida: a proposta do consórcio nortenho ou qualquer outra oferta de um outro investidor que seja dirigida a um aeroporto individual "deve ser recusada por atentar contra o interesse nacional e dos contribuintes".
O documento aponta a "perda de sinergias" causada pela separação de um aeroporto de média dimensão (Porto ou Faro) do resto da rede, que provocaria um aumento de 20 a 25% na estrutura de custos do aeroporto, "limitando de forma significativa a sua atractividade". A opção do Governo passa pela privatização da ANA - Aeroportos de Portugal com todos os aeroportos, em que os interessados se candidatam à gestão de todos eles, em rede.
Contudo, foi o próprio primeiro-ministro, num jantar com empresários no Palácio da Bolsa, no Porto, quem lançou o repto: a Região Norte devia mobilizar-se e apresentar propostas para a gestão privada e autónoma do aeroporto Sá Carneiro, um desafio que foi respondido por um consórcio formado pela Sonae e pela Soares da Costa.
Mas esse projecto, enviado ao primeiro-ministro por carta, em Julho, parece não encaixar nas pretensões do Governo, de acordo com outro documento. Nele são elencadas várias fragilidades na oferta, nomeadamente o preço demasiado baixo a pagar ao Estado (800 milhões de euros ao longo de 25 a 30 anos, sem que haja qualquer pagamento à cabeça).
Para o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, está em curso uma "campanha miserável" de desinformação por parte do Ministério das Obras Públicas e da ANA, para inviabilizar a gestão autónoma do aeroporto. Rui Moreira lembra os estudos da Faculdade de Economia do Porto que mostram que a gestão autónoma do Sá Carneiro teria vantagens e, por uma questão de "transparência", apela ao lançamento de um concurso público. Afirmando desconhecer se a "campanha" está a ser feita ou não com o beneplácito do primeiro-ministro, desafia José Sócrates a vir a público esclarecer a posição do Governo e se "mudou de opinião" desde o lançamento do repto à região.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal, José António Barros, insiste também no lançamento de um concurso público. "As forças do Norte querem uma gestão privada e autónoma. Face às manifestações de interesse, o Governo tem de lançar um concurso e dizer quanto vale o aeroporto", frisa.
Sem comentários:
Enviar um comentário