quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Cavaco manda fechar espaço aéreo em Albufeira

Alguma vez aconteceu disto em Portugal, desde 1974? Eanes saltou para cima dum jipe quando sobre ele dispararam no Alentejo, Soares ia tomar café, só com a filha, ao café da esquina, depois de jantar, Sampaio ia sozinho com o filho à Expo, ao domingo de manhã, com chuva e no autocarro!
Vem este agora com o poder a subir-lhe à cabeça, com tiques de autoritarismo! Já não bastou usar a lei para obrigar as TV a passarem o pastel recesso do 31 de Julho! Agora quer reservado o espaço acima da cabeça, interditando-o às aeronaves, às gaivotas e às moscas. Ou será que os escaravelhos também voam por ali? Ou será o ruído dos aviões que o incomoda? Agora que está a reflectir sobre o próximo psico-drama constitucional e o tormentíssimo problema de saber quem deve ouvir ou não ouvir? O provincianismo no poder! Ligar os pisca-piscas e as sirenes! Abrir com as motos em V! Afastar a caterva! Estender o tapete, no caso, o tapete voador. Ao que chegamos! Voltamos à choldraboldra!
Os paparazi querem fotos? E qual é o problema, que há para esconder? Privacidade completa? Então para que se candidatou a um cargo público, ao mais exposto e visível dos cargos públicos?

(DN)07.08.08 O Presidente da República (PR) está em férias no Algarve e, por razões de segurança, mandou reservar o espaço aéreo na região de Albuho ar café sozinfeira. Por cima da sua casa, localizada da praia de S. Rafael, ninguém voa. As aeronaves, não autorizadas, têm de passar a uma distância de uma milha (cerca de dois quilómetros).
Para as empresas de aviação, que no Verão vêem aumentar substancialmente o seu volume de negócios, sobretudo no mês de Agosto, a situação é de desespero: fotografia aérea e publicidade estão proibidos desde a praia da Galé até à marina de Albufeira.
A presidência da República, contactada pelo DN, disse que, "por razões de segurança", não comentava. (...)Segundo as fontes do DN, é a primeira vez que um Presidente da República em férias no Algarve manda interditar o espaço aéreo por cima da sua casa. Esta medida de segurança acaba por ter impacto nos negócios das empresas de publicidade e de fotografia aéreas.
Ao que o DN apurou, trata-se de dois tipos de serviço que se tornaram impossíveis de realizar em Albufeira. Com o espaço interdito por cima da praia de S. Rafael, os aviões ao chegar à praia dos Salgueiros são obrigados a deslocar-se dois quilómetros para o mar ou para Norte. No caso da publicidade, "quem consegue ler a uma distância de dois quilómetros?", questionam os empresários contactados pelo DN.
"O PR, em consequência do próprio cargo, representa um grau de ameaça permanente, daí que tenha segurança pessoal. E tem também legitimidade para solicitar outras medidas de segurança que considere necessárias", explicou ao DN o responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança. Frisando que desconhece o motivo que levou o presidente a solicitar a interdição do espaço aéreo, Leonel Carvalho admite que possa estar relacionado com os paparazi. "Naqueles aviões que passam por cima das cabeça das pessoas pode ir muita gente. É natural que o PR, com a sua família, deseje reserva em tempo de descanso". Conforme referiu, "as férias dos famosos atraem muito helicópteros carregados de fotógrafos".
As empresas aeronáuticas, que se dedicam à fotografia aérea e à publicidade, sabem que estão impedidos de sobrevoar áreas militares e edifícios governamentais. Por isso, foi com surpresa que receberam o NOTAM para a zona de Albufeira.

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