(Público) 08.08.2008, Ana Cristina Pereira
A Sedico já foi autuada por insalubridade e atraso no pagamento de salários. Para os jornalistas de O Primeiro de Janeiro não chega. Recusam ficar sem receber metade do salário de Junho, todo o salário de Julho, o subsídio de férias, os duodécimos do subsídio de Natal, uma indemnização. É como se o desemprego escapasse ainda à jornalista Ana Caridade. Está tão absorvida pela luta. Ela e outros 22 dos 36 profissionais demitidos. De dia, reúnem-se no jardim de São Lázaro ou no jardim do Campo 24 de Agosto. Usam as escadas do Central Shopping como anfiteatro. De noite, trocam mensagens pelo telemóvel, pelo Messenger, pelo correio electrónico. Miguel Ângelo era um dos três chefes de redacção. Trabalhava n' O Primeiro de Janeiro há 14 anos. Começara "a duvidar da viabilidade do jornal a meio do Julho, mas tinha esperança de estar errado". A directora Nassalete Miranda reuniu a redacção e pediu calma, garantiu que o jornal não fecharia. Havia um parceiro, procuravam outro. A 31 de Julho, reunião geral. Miranda anunciou: a empresa falira, o jornal seria suspenso um mês, a redacção seria demitida em bloco, quem quisesse seria contratado para fazer o novo jornal. A 1 de Agosto, uma secretária da administração avisava que, afinal, a empresa não falira. Os postos de trabalho seriam extintos. E, a 4, o diário voltava às bancas, com outro director, com a equipa de O Norte Desportivo. "Nós fomos apanhados nesta situação porque tivemos boa-fé", atira a jornalista Ana Sofia Rosado. Receberão bem menos de subsídio de desemprego do que estão habituados. Pedro Vasco Oliveira, por exemplo, recebia 473 euros de salário e 399,04 de ajudas de custo. Ana Caridade recebia 473 euros de salário e 126 de ajudas de custo. Miguel Ângelo recebia 473 de salário e 922 de ajudas de custo. Não protestavam. Tinham medo. Mas o fisco andava no encalço da empresa. Houve uma inspecção há pouco. Os jornalistas até receberam cartas para pagar IRS em atraso. Ontem um grupo de jornalistas foi falar com a governadora civil. E, por intermédio de Pedro Baptista, do PS, ficaram a saber que "o caso está a ser analisado pelo chefe de gabinete do ministro do Trabalho, pelo secretário de Estado do Trabalho e pelo responsável pelas relações laborais", adiantou o sindicalista Paulo Almeida. Sobre as indemnizações, nada. "Para ter os nossos direitos [cumpridos], temos de ser nós a accionar a justiça", deduz.
A Sedico já foi autuada por insalubridade e atraso no pagamento de salários. Para os jornalistas de O Primeiro de Janeiro não chega. Recusam ficar sem receber metade do salário de Junho, todo o salário de Julho, o subsídio de férias, os duodécimos do subsídio de Natal, uma indemnização. É como se o desemprego escapasse ainda à jornalista Ana Caridade. Está tão absorvida pela luta. Ela e outros 22 dos 36 profissionais demitidos. De dia, reúnem-se no jardim de São Lázaro ou no jardim do Campo 24 de Agosto. Usam as escadas do Central Shopping como anfiteatro. De noite, trocam mensagens pelo telemóvel, pelo Messenger, pelo correio electrónico. Miguel Ângelo era um dos três chefes de redacção. Trabalhava n' O Primeiro de Janeiro há 14 anos. Começara "a duvidar da viabilidade do jornal a meio do Julho, mas tinha esperança de estar errado". A directora Nassalete Miranda reuniu a redacção e pediu calma, garantiu que o jornal não fecharia. Havia um parceiro, procuravam outro. A 31 de Julho, reunião geral. Miranda anunciou: a empresa falira, o jornal seria suspenso um mês, a redacção seria demitida em bloco, quem quisesse seria contratado para fazer o novo jornal. A 1 de Agosto, uma secretária da administração avisava que, afinal, a empresa não falira. Os postos de trabalho seriam extintos. E, a 4, o diário voltava às bancas, com outro director, com a equipa de O Norte Desportivo. "Nós fomos apanhados nesta situação porque tivemos boa-fé", atira a jornalista Ana Sofia Rosado. Receberão bem menos de subsídio de desemprego do que estão habituados. Pedro Vasco Oliveira, por exemplo, recebia 473 euros de salário e 399,04 de ajudas de custo. Ana Caridade recebia 473 euros de salário e 126 de ajudas de custo. Miguel Ângelo recebia 473 de salário e 922 de ajudas de custo. Não protestavam. Tinham medo. Mas o fisco andava no encalço da empresa. Houve uma inspecção há pouco. Os jornalistas até receberam cartas para pagar IRS em atraso. Ontem um grupo de jornalistas foi falar com a governadora civil. E, por intermédio de Pedro Baptista, do PS, ficaram a saber que "o caso está a ser analisado pelo chefe de gabinete do ministro do Trabalho, pelo secretário de Estado do Trabalho e pelo responsável pelas relações laborais", adiantou o sindicalista Paulo Almeida. Sobre as indemnizações, nada. "Para ter os nossos direitos [cumpridos], temos de ser nós a accionar a justiça", deduz.
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