Entre a Câmara e os projectistas venha o Diabo, escolha e leve os dois! Destruiram a zona mais bela da cidade, com jardins que a personalizavam, e transformaram-na num terreiro de feira para eventos que não passam de feiras da ladra. A destruição dos jardins foi um crime. A preservação da estatuária, depois daquele blitzkrieg de calhau a imitar qualquer cidadezeca espanhola, o máximo do ridículo. Depois de destruirem, ou por má consciência ou por não terem que fazer ao nosso dinheiro, querem agora arranjar. Pois que se arranjem. É claro que a responsabilidade principal pela destruição da Avenida dos Aliados é do poder político, da Câmara que é quem manda e quem acedeu aos projectistas.
(Público)02.08.2008, Natália Faria
A O arquitecto Siza Vieira, um dos autores do projecto que mudou a face da Praça dos Aliados e da Avenida da Liberdade, acusou ontem a Câmara do Porto de ter feito alterações ao local sem a respectiva autorização dos projectistas. "Considero absolutamente inacreditável que se façam alterações como as que foram feitas sem dizer nada aos projectistas", declarou ao PÚBLICO. Em causa está a mudança das árvores que para ali foram pensadas (por Siza Vieira, mas também por Souto Moura, parceiro no projecto), bem como a colocação de bancos nos passeios. Quanto aos bancos, Siza Vieira admite ter sido previamente contactado pela autarquia. "Foi uma cedência depois de uma pressão muito grande que sentimos por parte da autarquia." Apesar de considerar que os bancos "não comprometem o projecto", Siza diz que não gosta da solução. "Aquela avenida tem uma pendente e, apesar de os passeios serem largos, não é muito apetecível estar sentado naqueles bancos." Quanto às árvores, o projecto original propunha a colocação de acer platanóides (mais conhecidos como bordos) em redor da fonte e para completar o alinhamento ao longo da avenida, bem como de alguns carvalhos ao fundo da praça. Mas, segundo Siza, "houve árvores contempladas no plano que não foram colocadas", sendo que, "em determinada altura houve ordem para as colocar e depois houve uma suspensão" cujas razões o arquitecto diz não entender. Pior do que isso é que os acer foram substituídos, em Novembro de 2006, por magnólias de folha perene. "É uma espécie absolutamente exótica e estranha ao ambiente da avenida", lamenta Siza, acusando a autarquia de ter desrespeitado o estipulado no respectivo contrato. "Estava especificado que, se alguma árvore morresse, o construtor era obrigado a repor as árvores de acordo com o projecto e isso não aconteceu. Aliás, a câmara procurou foi lançar a ideia de que as árvores tinham sido mal escolhidas."Por causa do ocorrido, Siza Vieira deixa entender que, enquanto o actual executivo liderado por Rui Rio se mantiver, não aceitará novo convite para intervir no espaço público da cidade. "Felizmente, quem está no comando de uma cidade também muda", declarou, adiantando que não pretende, apesar disso, accionar qualquer queixa. "A História registará que o projecto foi alterado sem sequer haver essa coisa elementar de pôr o problema aos projectistas", conclui.
A O arquitecto Siza Vieira, um dos autores do projecto que mudou a face da Praça dos Aliados e da Avenida da Liberdade, acusou ontem a Câmara do Porto de ter feito alterações ao local sem a respectiva autorização dos projectistas. "Considero absolutamente inacreditável que se façam alterações como as que foram feitas sem dizer nada aos projectistas", declarou ao PÚBLICO. Em causa está a mudança das árvores que para ali foram pensadas (por Siza Vieira, mas também por Souto Moura, parceiro no projecto), bem como a colocação de bancos nos passeios. Quanto aos bancos, Siza Vieira admite ter sido previamente contactado pela autarquia. "Foi uma cedência depois de uma pressão muito grande que sentimos por parte da autarquia." Apesar de considerar que os bancos "não comprometem o projecto", Siza diz que não gosta da solução. "Aquela avenida tem uma pendente e, apesar de os passeios serem largos, não é muito apetecível estar sentado naqueles bancos." Quanto às árvores, o projecto original propunha a colocação de acer platanóides (mais conhecidos como bordos) em redor da fonte e para completar o alinhamento ao longo da avenida, bem como de alguns carvalhos ao fundo da praça. Mas, segundo Siza, "houve árvores contempladas no plano que não foram colocadas", sendo que, "em determinada altura houve ordem para as colocar e depois houve uma suspensão" cujas razões o arquitecto diz não entender. Pior do que isso é que os acer foram substituídos, em Novembro de 2006, por magnólias de folha perene. "É uma espécie absolutamente exótica e estranha ao ambiente da avenida", lamenta Siza, acusando a autarquia de ter desrespeitado o estipulado no respectivo contrato. "Estava especificado que, se alguma árvore morresse, o construtor era obrigado a repor as árvores de acordo com o projecto e isso não aconteceu. Aliás, a câmara procurou foi lançar a ideia de que as árvores tinham sido mal escolhidas."Por causa do ocorrido, Siza Vieira deixa entender que, enquanto o actual executivo liderado por Rui Rio se mantiver, não aceitará novo convite para intervir no espaço público da cidade. "Felizmente, quem está no comando de uma cidade também muda", declarou, adiantando que não pretende, apesar disso, accionar qualquer queixa. "A História registará que o projecto foi alterado sem sequer haver essa coisa elementar de pôr o problema aos projectistas", conclui.
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