Reunido na Póvoa de Varzim, o Grupo de Trabalho «aprovou um texto contendo um apelo aos autarcas para que se escusem a negociar a introdução de portagens nas auto-estradas actualmente sem custos para o utilizador das concessões Norte Litoral, Grande Porto e Costa da Prata», disse à Lusa um porta-voz do grupo, José Rui Ferreira.
O grupo acordou em pedir uma audiência ao ministro dos Transportes e Comunicações para lhe dizer que, «mesmo à luz dos critérios do governo, aquelas auto-estradas não devem ser portajadas».
O governo decidiu que seriam portajadas as SCUT que atravessassem zonas com vias alternativas capazes, que servissem concelhos com índice de poder de compra superior a 80 por cento da média nacional e com um produto interno bruto acima dos 90 por cento da média nacional.
«A maioria dos concelhos servidos por estas auto-estradas não cumpre estes critérios.
O governo só chegou a conclusão contrária, porque considerou o concelho do Porto, que nem sequer é atravessado por estas vias. Com isto, distorceu a realidade», afirmou José Rui Ferreira. Se as concessões Norte Litoral, Grande Porto e Costa da Prata deixarem o estatuto de SCUT, a circulação passa a ser paga nas auto-estradas A28 (ligação de Matosinhos a Viana do Castelo), A-29 (Gaia-Estarreja) e A-41/A-42 (Matosinhos-Vale do Sousa).
O grupo que hoje promoveu o encontro da Póvoa de Varzim já realizou três acções de protesto contra a introdução de portagens naquelas auto-estradas. Começou por promover um abaixo-assinado, subscrito por 60 mil pessoas, realizou uma marcha lenta de camiões no Porto e uma série de buzinões.
Desde 2007 que o Governo estuda a eventual introdução de portagens em três das sete SCUT existentes no país, uma medida que também está a ser contestada por autarcas.
O presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, convidou mesmo o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, a fazer Porto/Maia pelas vias municipais e afixou outdoors contra as portagens.
Já o seu homólogo de Viana do Castelo, Defensor Moura, ameaçou 'portajar' a passagem de camiões na cidade se as portagens avançarem na A28.
Comentando notícias de que as portagens nas SCUT avançariam já em 2009, o ministro Mário Lino disse quinta-feira em Braga que a cobrança vai começar «o mais depressa possível», garantindo que tal não sucedeu ainda porque a negociação com as concessionárias «é complicada».
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