sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Camarada Pedro Baptista,


O meu nome é Miguel Castro, tenho 23 anos, sou licenciado em Direito e o militante nº 72597 do Partido Socialista, secção da Sé do Porto.


Onde pára o verdadeiro Partido Socialista?

Optei pelo PS não por tradição familiar, mas por admirar o nosso partido na sua “alegada” vertente pluralista e democrática. Três anos de desempenho autárquico, enquanto membro da Assembleia de Freguesia da Sé do Porto, revelaram-me parte de um fascinante mundo com que vinha sonhando desde criança. Infelizmente, em termos partidários, a experiência tem sido deveras desagradável. Deparei-me com um PS Porto imóvel, avesso à mudança e à renovação, indiferente a quaisquer regulamentos ou estatutos e em que os interesses pessoais se sobrepõem ao interesse geral. Conheci um PS rico em gente oportunista e cínica, que não olha a meios para atingir os fins e disposta a tudo para não perder as vantagens adquiridas. Um partido de gente já tão comprometida que se vê obrigada a encobrir qualquer comportamento desviante de quem integre o seu núcleo, por mais grave que se revele. Falo de um núcleo composto por gente que tem como maiores virtudes, na perspectiva de alguns, o seu seguidismo, a sua incapacidade para gerar ideias e debate. Que partido é este em que o único pré-requisito para se ter sucesso é conseguir mover a cabeça na direcção desejada? Que partido é este em que se beneficia os prevaricadores e se marginaliza quem não alinha em jogos perversos e se revela “demasiado” honesto? Que pseudo-democracia é esta em que candidatos às eleições internas usam até dinheiro que pertence ao partido para comprar os votos e a consciência de quem lhes convém, adquirindo assim uma vantagem inadmissível sobre quem se pretenda opor-lhes? Este é o partido em que se torna evidente uma decadência intelectual e moral dos seus representantes!Independentemente do que escrevi, nunca mal direi a cruz de pensar pela minha cabeça. Uma lufada de ar fresco! Ler continuamente os projectos que vem preconizando para o PS Porto, sentir essa vontade (que também é minha) de ir à luta, de quebrar as rotinas e o marasmo instalado, de devolver à Invicta o estatuto que nunca deveria ter perdido, é um enorme prazer e um foco de esperança. A nossa cidade merece ser “efectivamente” representada por gente despojada de vaidades e que não busque na política mais do que ela deve oferecer. Merece ser respeitado quem tem mérito, quem demonstra vontade de trabalhar e concretiza essa vontade, quem não se deixa corromper pelos seus próprios interesses…As propostas que nos apresenta, comparativamente às dos demais, não fossem ter já o mérito de “existir” são de facto inteligentes e empolgantes. Não basta repetir constantemente uma série de frases feitas e conclusões óbvias, dizer que se pretende recuperar para o PS as autarquias perdidas, que o Dr. Rui Rio é demoníaco e que a oposição interna vendeu a alma ao Diabo. Há que usar o cérebro para conquistar os objectivos a que nos propomos! Vejo na candidatura do Dr. Pedro Baptista à Federação Distrital do Porto um exemplo de “coerência”, qualidade francamente invulgar hoje em dia.


O confronto…


Fiz questão de entrar em contacto, essencialmente para lhe manifestar o meu apoio e o dos que a meu lado vêm travando batalhas nos mesmos moldes da que terá pela frente. Apoio para uma luta que não será fácil (mercê das circunstâncias desfavoráveis) mas sempre admirável por assentar em ideais. Estive presente numa sessão de apresentação da candidatura de um dos seus adversários, realizada na Federação Distrital do Porto, e posso garantir-lhe que nada de relevante para o Distrito lá foi dito. Há um vazio de ideias tão grande e uma falta de consideração por quem as tenha que saí de lá estupefacto…Assim, conte com o meu voto e com toda a solidariedade neste momento de acção, na certeza de que, seguindo o seu exemplo, continuarei a luta por um PS Porto mais livre e respeitado.


Despeço-me com Manuel Alegre (Trova do vento que passa) e …


Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidão

há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.


Fernando Pessoa (D.Fernando, Infante de Portugal) “A Mensagem”

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá

Em minha face calma.

Cheio de Deus, não temo o que virá,

Pois, venha o que vier, nunca será

Maior do que a minha alma!


Um Abraço!

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