terça-feira, 21 de outubro de 2008

PS/Porto: Pedro Baptista acusa Renato Sampaio de preparar "chapelada" para eleições de sexta-feira
21 de Outubro de 2008, 18:56
Porto, 21 Out (Lusa) - O candidato à liderança da distrital do Porto do PS Pedro Baptista acusou hoje o líder da federação e seu adversário Renato Sampaio de"campanhas miseráveis de intimidação" e de preparar "uma chapelada" para as eleições de sexta-feira.
"Renato Sampaio (...) V. está furioso por ter oposição, lançou com os seus amigos campanhas miseráveis de intimidação em toda a parte contra os meus delegados, que atingiram as raias do fascismo em Santo Tirso, e prepara já, para o próximo sábado, uma chapelada das do costume", acusou Pedro Baptista, numa carta aberta ao seu adversário.
Numa carta que assume ser "de acusação", Pedro Baptista diz que Renato Sampaio "e os seus amigos manipularam a data desta eleição".
"Só forneceram muito tardiamente as listagens de militantes que tive de arrancar a ferros, impuseram 8 representantes seus na Comissão Organizadora do Congresso contra apenas 1 meu, utilizaram despudoradamente o aparelho partidário para montar as listas de delegados e fazer tomadas de posição nas secções que são ilegítimas e agora pretendem que, ao contrário do definido pelo regulamento, possam "chapelar" à boca das urnas, deixando pagar em numerário, naquela treta que todos bem conhecemos para permitir os papelinhos dos secretariados a dizer que o rapaz tem as quotas em dia quando afinal não tem", escreve Pedro Baptista.
"V. enfiam-me com uma listagem de 18 mil militantes dos quais nem um terço existem com as quotas em dia, e se é normal poderem pagar até à hora da votação, isso tem de ser, nos termos do regulamento, por Multibanco e exibindo o respectivo talão ao lado do cartão de militante, não com o papelucho da secção a dizer que se pode enfiar o chapéu. Se quer enfiar chapéus, ao menos pague-os! Mas no Multibanco!", refere o candidato, para quem a situação irá mesmo permitir pôr "os mortos a votar.
O candidato acusou ainda o seu adversário de ser o "responsável pela situação de Matosinhos", onde Narciso Miranda ameaça avançar nas autárquicas como independente.
"Em dois anos e sete meses de funções, V. nunca fez uma única "démarche" para encontrar luz ao fundo do túnel, enquanto eu em 9 meses estabeleci pontes entre antagonistas, sou respeitado e ouvido por ambas as partes, tenho soluções concretas para que a câmara de Matosinhos se mantenha socialista", afirma Pedro Baptista em carta aberta ao seu adversário.
"Quem está na Câmara [Guilherme Pinto] continua a estar pelo facto de estar, isso seria um princípio socialista. Piada! Então porque não continuou o Narciso Miranda no último mandato? Há pessoas e "princípios" que se apanham mais depressa do que um coxo", afirma Pedro Baptista.
O candidato acusa ainda Renato Sampaio a, "em Valongo, estar à espera que o tempo desta eleição passe, alimentando a esperança dos dois candidatos a candidatos [Maria José Azevedo, que avançou em 2004, e Afonso Lobão] e cujas posições se vão extremando e enquistando".
E reafirma: "Depois virá a guerra e V. também será responsável porque deixou crescer uma situação que não pode dar bom resultado e podemos não ganhar uma das câmaras que se podia ganhar".
Com esta estratégia, afirma o candidato, Renato Sampaio "não ganhará uma única nova câmara e arriscar-se-á a perder algumas caso seja reeleito.
"Consigo, o PS continuará na rota do fundo, continuará a descer ao abismo em que tem vindo a mergulhar", considera Pedro Baptista, para que Sampaio "não aceita que as concelhias que o entendam tenham liberdade para fazer coligações à esquerda contra as coligações da direita o que, neste momento, impede a vitória em vários municípios, nomeadamente no do Porto, onde qualquer dos candidatos que estão na agenda da concelhia ganhará com uma coligação à esquerda".
Para Baptista, o líder distrital "gostaria de ganhar , seria um grande sucesso político (...). O problema é que não se atreve a ter um pensamento próprio, é um pau-mandado de Lisboa, se entendesse que pode fazer coligações à esquerda mas o resto do país não, simplesmente mete a viola no saco e aquiesce".
"Ambição de vencer? Não me faça rir, V. não vencerá nada, como nunca venceu nada. E a sua única ambição é pessoal, não a da região com que não se identifica. V. só é feliz na capital a fazer de pajem. Deixe-se por lá ficar. E deixe-nos aqui pôr o PS no caminho das vitórias, que só podem ser as vitórias da região", diz.
Pedro Baptista acusa Sampaio do "desplante de dizer para os jornais que no Porto há oposição agora e não houve há dois anos, o que demonstrará que a motivação das oposições é o poder"
"O mais significativo da sua personalidade política é que V. acha que ter oposição é mau. Mas V. junta à falta de cultura democrática a nesciência mais básica. Então a oposição havia de ser para quê, senão para lutar pelo poder? Só que há quem lute pelo poder para mudar as coisas que é preciso mudar de acordo com os seus valores, e há quem lute pelo o poder apenas para mudar de residência, se instalar em Lisboa e não procurar mais trabalho", acrescenta.
"Não fosse V. fazer a pior gestão de sempre do PS-Porto, talvez não houvesse oposição nenhuma a candidatar-se (...). Não fosse V. abandonar as suas responsabilidades, fazendo uma gestão de fim-de-semana da maior Federação do País, instalado com quase todo o seu Secretariado em Lisboa, num distrito que é cabeça de metade de Portugal, talvez não houvesse o sentimento de que é preciso mudar a liderança. V. é a razão de ser da sua oposição! Há dois anos não havia V.!", acrescenta.
Contactado pela Agência Lusa, Renato Sampaio afirmou que "o PS é um partido de bem" e que confia nas suas estruturas e militantes.
"Quem não confia...", rematou, sem desenvolver a frase.

1 comentário:

Unknown disse...

"Cá se fazem cá se pagam" Eis o grnde princípio de quem se pretende líder político distrital de um partido democrático(PS).
No PS não são estes métodos de quem acusa por acudar, ataca por atacar ou insulta por insultar. "A vingança como o cá nao se serve frio" simplesmente elimina-se porque em política não há inimigos há adversários que se respeitam auns aos outros. Como se pode aceitar que alguém que não tem base de apoio e se trnou narcisista, na plena acepção da palavra, se candidata a nível distrital e depois não consegue delegados em 80% das secões?
Que significado polítco tem isto? Eu digo: Incapacidade política, incapacidade democrática...e depois atacam-se os outros de fascistas. O que dirão os militantes de Gaia (18 Secções), Baião, Felgueiras, Lousada, Penafiel, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Valongo, Vila do Conde e Sectoriais ( Transpotes, EDP,Emprego(IEFP), Sector Financeiro, Telecomunicações) onde a lista B não apresentou candidatos
Mais respeito democrático exige-se...