Jornal de Negócios noticiou ontem que o "Governo começa a fechar [a] porta à entrega do Sá Carneiro à Sonae"
O presidente da Associação Comercial do Porto (ACP) acusou ontem a ANA e o Ministério das Obras Públicas de promoverem, "a conta-gotas", uma "campanha miserável" contra a gestão autónoma do Aeroporto do Porto.
Rui Moreira comentava, em declarações à Lusa, uma notícia ontem publicada no Jornal de Negócios que adianta que o "Governo começa a fechar [a] porta à entrega do Sá Carneiro à Sonae". Referindo um "documento técnico" de análise à proposta do consórcio Sonae-Soares da Costa para a privatização do aeroporto do Porto, que estará a ser analisada pelo ministro Mário Lino, o diário avançou que a oferta era recusada por pagar pouco pela infra-estrutura, não prever qualquer pagamento à cabeça e não cobrir os investimentos já realizados na expansão do Sá Carneiro. Segundo adiantou o mesmo jornal na semana passada, a Sonae e a Soares da Costa estarão dispostas a pagar 800 milhões de euros (a preços correntes) pelo aeroporto, durante 25 a 30 anos, e a contribuir com 200 milhões de euros para um fundo de promoção do Norte como destino. O consórcio não prevê qualquer pagamento inicial ao Estado e disponibiliza-se para investir 500 milhões de euros na infra-estrutura aeoportuária.
Para o presidente da ACP, a notícia de ontem "faz parte da campanha de desinformação montada pela ANA [concessionária dos aeroportos portugueses] e pelo ministério [das Obras Públicas] acerca da questão do aeroporto".
No entanto, frisou, a questão "é um compromisso do primeiro-ministro", a quem compete, exclusivamente, "esclarecer" a posição do Governo.
Segundo referiu Rui Moreira, "mesmo que a proposta da Sonae seja inconveniente", tal não afecta a pretensão da associação e de outras forças do Norte. "O que defendemos é a abertura de um concurso público que permita que quer a Sonae, quer outros interessados, possam concorrer [à gestão do aeroporto]", esclareceu.
Também para a Associação Empresarial de Portugal (AEP) - que com a ACP, as associações Industrial do Minho (AIMinho) e Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) e a Junta Metropolitana do Porto reclamam a gestão privada do aeroporto - "uma coisa é a decisão política e outra é a concessão do aeroporto", e "o que conta" é a primeira.
"A AEP aguarda serenamente uma decisão do primeiro-ministro, que foi quem lançou o repto aos empresários da região norte para encontrarem uma solução que o convença a autonomizar a concessão do aeroporto", disse à agência Lusa fonte da associação.
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