Porto, 3 de Outubro de 2008
Renato Sampaio:
V. é actualmente membro do meu partido, mas face ao teor das provocações insultuosas que me tem dirigido de forma insinuada e ao facto de continuar sem responder a nenhuma das minhas cartas nem a nenhum dos meus desafios, começo a ter dificuldade em o tratar por camarada.
Mas vou fazer um esforço, camarada. Afinal para que interessam as minhas emoções?
Renato Sampaio:
V. é actualmente membro do meu partido, mas face ao teor das provocações insultuosas que me tem dirigido de forma insinuada e ao facto de continuar sem responder a nenhuma das minhas cartas nem a nenhum dos meus desafios, começo a ter dificuldade em o tratar por camarada.
Mas vou fazer um esforço, camarada. Afinal para que interessam as minhas emoções?
Interessa é servir as pessoas, em particular as carenciadas, pois é esse o ideal que me move. V., pelo contrário, diz que o seu desiderato é servir o PS. É uma diferença entre nós. Para mim, o partido é um instrumento, as pessoas são o objectivo. Para si, pelo que diz e pelo que tem feito, é o contrário. Claro que V. sabe que um partido que tem como objectivo servir-se a si próprio não passa de uma máfia.
Esse não é o meu partido. O meu PS é o que luta pelas pessoas, pela justiça, pela liberdade, pelo progresso sustentado e equilibrado, pelos mais nobres e avançados ideais.
V. continua sem responder ao meu desafio de debater em público as divergências. Diz que seria um “circo mediático”. V. sabe o que anda a dizer? V. sabe que não deve utilizar as palavras de que não conhece o significado, sob pena de se ridicularizar? Os debates de Sócrates e Santana, que lançaram um e outro, ou da campanha eleitoral, foram circo? Os debates na RTPN, mesmo com um bobo lá pelo meio, serão um circo? Os debates na SIC Notícias são circo? Os debates no Porto Canal são um circo? Os debates nas diversas rádios são um circo? Os debates entre os candidatos e os candidatos a candidatos norte-americanos são um circo? Ou será que pensa que as coisas ficam assim só porque V. participa? V. acha – eu acho que acha mesmo – que a democracia é um circo! Sabe porquê? Porque nunca lutou por ela, aproveitou os seus aspectos mais sombrios – os que qualquer regime tem porque são os umbros do homem – para se alcandorar por corredores, vielas e alçapões da distribuição ou promessa dos poderes, ao controlo soez do aparelho. Por isso não lhe dá valor. Por isso diz que não debate porque o debate de ideias não passa de um circo.
Mas V. sabe que não debate porque não consegue, porque não conhece o significado das palavras, porque não tem razão, nenhuma identidade com o povo do Distrito do Porto, nem nenhuma ideia para o PS-Porto, para o Partido Socialista ou para a democracia.
As suas ideias no Parlamento têm-se resumido a tentar legislar totalitariamente sobre piercings ou em abolir contadores de água que já haviam legalmente sido substituídos por taxas. A suas ideias são ridículas, têm ridicularizado o Porto, tirado ainda mais peso ao Partido Socialista do Porto que ainda há uma dúzia de anos era respeitado em todo o país.
E quanto aos militantes do Partido na mesma. V. despreza-os e todos, exceptuando os que comem da sua travessa, sentem isso. Não quer dizer que todos gostem de mim. A minha forma de ser tanto me dá popularidade como o contrário. Sei-o e não penso mudar. Cada um é como é. E o que V. tem feito é um simulacro de democracia interna, falsos debates, agora sabemos porquê, porque V. considera os verdadeiros debates um circo!
Para si os verdadeiros debates são a exibição de vedetas vindas da capital para virem dar lições técnicas que ninguém está em condições de questionar ou rebater, ouvirem as perguntas convenientes e previstas geralmente de outros “técnicos”, serem aplaudidos, num ambiente em que o debate livre, a expressão dos militantes é impossível . Esses pseudo-debates, não são um circo, são uma farsa completa.
Sabe como é, a memória é como uma cerejeira. V. andou para aí a dizer que eu não participava em debates internos e já se sabe que não vou perder tempo em missas organizadas à sua moda. Mas agora me lembro, que ainda há uns pouquíssimos meses assisti e participei com perguntas aborrecidas e intervenções críticas em três debates sobre a Europa (económica, social e política) no Sheraton e V., em todas elas, abriu o debate com meia-dúzia de palavras de ocasião e desapareceu durante toda a tarde para não mais voltar! V. deve ter realmente qualquer problema profundo em relação aos debates. Mas isso é ter um problema profundo em relação à democracia, ao relacionamento com os militantes, com as bases com que V. não lida porque o que lhe interessa é apenas o aparelho que as controlam. Desconfio que V. se enganou na opção política, mas talvez não seja tanto assim. Talvez V. precise de ajude. É o que estou a fazer ao desafiá-lo, pela terceira vez, numa terceira carta, numa terceira quinta-feira, para dois ou três debates públicos sobre o Porto e o seu Partido Socialista
Entretanto, V. não debate, mas debato eu, mesmo que V. só responda com insinuações torpes. Não me atingem. Quem me conhece, quem segue as minhas intervenções na rádio, nos jornais ou na campanha, sabe como enfrento o Rui Rio. Ao contrário de V., que se fez eleger deputado municipal e nunca lá pôs os pés, nunca abriu a boca contra Rui Rio quando tinha ali um palco privilegiado. E, pior, com o seu servilismo em relação ao poder da capital, foi V., é V. que entrega as bandeiras de luta regionais, que sempre foram do PS, ao Rui Rio e ao PSD. Tudo isto, se não dermos a volta comigo, vai-nos custar caro mas tem um culpado: V.
V. nunca esteve preocupado com a regionalização, deixou que o assunto se enterrasse no PS durante 3 anos, mas agora lembrou-se – ou lembraram-lhe – de se armar em seu paladino, para dar a ideia de ser o que não é.
No entanto V., nas suas intervenções ou na moção que apresentou, não diz nada de útil sobre a Regionalização. V. sabe (ou será que não sabe?) que no estado em que se encontra o texto constitucional nunca haverá Regionalização. Se não houver um acordo de revisão constitucional que retire a cláusula-tampão, a Regionalização nunca se fará, mas sobre isso V. nada diz, limita-se a repetir que na próxima legislatura se fará um referendo.
Para abreviar, vou-lhe transcrever o passo da minha Moção de Orientação Política sobre o assunto: V. não leu, certamente pensa também que já sabe tudo, mas pode ser que desta vez V. ou alguém leia. E enfim, Homem, se não debate, ao menos leia:
“Comprometemo-nos a que a Federação Distrital do Porto se coloque na primeira linha desse combate, pugnando por:
Um acordo de revisão constitucional que retire a obrigatoriedade de referendo ao imperativo constitucional da regionalização, sendo absurdo o referendo de parte de um texto que, por natureza, não pode ser referendado, e depositando na Assembleia da República a plenitude das suas responsabilidades na instituição em concreto das regiões:
Caso não haja condições políticas para o acordo acima referido, pugnaremos por um acordo de revisão constitucional que retire da Constituição a cláusula-tampão que implica a obrigatoriedade de um referendo vinculativo para a instituição em concreto das regiões, ou seja a exigência de que o número de votantes seja superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento, tanto mais que, depois de três referendos nacionais entre nós, nenhum conseguiu tal margem de votantes;
Que a Regionalização seja inscrita como objectivo prioritário e urgente do Partido Socialista no programa eleitoral para as legislativas de 2009, conforme o programa eleitoral de 2005;
Compromissos dos candidatos a deputados do Distrito em defesa deste desiderato;
Pactos interpartidários e acções conjuntas com movimentos cívicos da sociedade, a nível do Distrito, em defesa dos objectivos acima colocados.
Um mapa da regionalização coincidente com as cinco regiões-plano“
Entretanto, o Prof. Vital Moreira já avançou no mesmo sentido propondo a exigência de uma maioria qualificada, salvo erro de dois terços, na AR, em lugar do referendo, como garante da consistência da decisão parlamentar. E V. já reflectiu sobre o sentido de um referendo nacional num país que nunca conseguir fazer nenhum válido, em três tentativas?!
Ora veja bem que belo debate poderíamos ter, todos os candidatos à presidência - fôssemos nós dois ou mais algum - num canal de TV ou na rádio! Veja bem como o partido sairia dignificado perante a opinião pública no seguimento duma troca franca de ideias sobre o assunto! V. continua sem querer? V. tem medo de debater, sabe que não tem razão, sabe que não tem capacidade nem para liderar nem para representar os socialistas do Porto, é a única conclusão, infelizmente, que podemos tirar.
Mas ainda assim, não vamos desistir. Vamos continuar a insistir. V. pode continuar sem responder, mas ainda assim insistiremos sempre.
E V. também não vai responder ao desafio de debate do Marco António do PSD? Acha que debater com ele também é um circo mediático ou será só comigo? Se V. não é capaz de enfrentar o PSD num debate em representação do PS, se V. também foge a isso, então não sei porque se recandidata. V. devia era demitir-se. E candidatar-se nas bases a ser candidato a deputado. Mas ainda assim, na base, teria de debater.
Despeço-me com Fé e Esperança além das habituais Saudações Socialistas.
(Pedro Baptista)
V. continua sem responder ao meu desafio de debater em público as divergências. Diz que seria um “circo mediático”. V. sabe o que anda a dizer? V. sabe que não deve utilizar as palavras de que não conhece o significado, sob pena de se ridicularizar? Os debates de Sócrates e Santana, que lançaram um e outro, ou da campanha eleitoral, foram circo? Os debates na RTPN, mesmo com um bobo lá pelo meio, serão um circo? Os debates na SIC Notícias são circo? Os debates no Porto Canal são um circo? Os debates nas diversas rádios são um circo? Os debates entre os candidatos e os candidatos a candidatos norte-americanos são um circo? Ou será que pensa que as coisas ficam assim só porque V. participa? V. acha – eu acho que acha mesmo – que a democracia é um circo! Sabe porquê? Porque nunca lutou por ela, aproveitou os seus aspectos mais sombrios – os que qualquer regime tem porque são os umbros do homem – para se alcandorar por corredores, vielas e alçapões da distribuição ou promessa dos poderes, ao controlo soez do aparelho. Por isso não lhe dá valor. Por isso diz que não debate porque o debate de ideias não passa de um circo.
Mas V. sabe que não debate porque não consegue, porque não conhece o significado das palavras, porque não tem razão, nenhuma identidade com o povo do Distrito do Porto, nem nenhuma ideia para o PS-Porto, para o Partido Socialista ou para a democracia.
As suas ideias no Parlamento têm-se resumido a tentar legislar totalitariamente sobre piercings ou em abolir contadores de água que já haviam legalmente sido substituídos por taxas. A suas ideias são ridículas, têm ridicularizado o Porto, tirado ainda mais peso ao Partido Socialista do Porto que ainda há uma dúzia de anos era respeitado em todo o país.
E quanto aos militantes do Partido na mesma. V. despreza-os e todos, exceptuando os que comem da sua travessa, sentem isso. Não quer dizer que todos gostem de mim. A minha forma de ser tanto me dá popularidade como o contrário. Sei-o e não penso mudar. Cada um é como é. E o que V. tem feito é um simulacro de democracia interna, falsos debates, agora sabemos porquê, porque V. considera os verdadeiros debates um circo!
Para si os verdadeiros debates são a exibição de vedetas vindas da capital para virem dar lições técnicas que ninguém está em condições de questionar ou rebater, ouvirem as perguntas convenientes e previstas geralmente de outros “técnicos”, serem aplaudidos, num ambiente em que o debate livre, a expressão dos militantes é impossível . Esses pseudo-debates, não são um circo, são uma farsa completa.
Sabe como é, a memória é como uma cerejeira. V. andou para aí a dizer que eu não participava em debates internos e já se sabe que não vou perder tempo em missas organizadas à sua moda. Mas agora me lembro, que ainda há uns pouquíssimos meses assisti e participei com perguntas aborrecidas e intervenções críticas em três debates sobre a Europa (económica, social e política) no Sheraton e V., em todas elas, abriu o debate com meia-dúzia de palavras de ocasião e desapareceu durante toda a tarde para não mais voltar! V. deve ter realmente qualquer problema profundo em relação aos debates. Mas isso é ter um problema profundo em relação à democracia, ao relacionamento com os militantes, com as bases com que V. não lida porque o que lhe interessa é apenas o aparelho que as controlam. Desconfio que V. se enganou na opção política, mas talvez não seja tanto assim. Talvez V. precise de ajude. É o que estou a fazer ao desafiá-lo, pela terceira vez, numa terceira carta, numa terceira quinta-feira, para dois ou três debates públicos sobre o Porto e o seu Partido Socialista
Entretanto, V. não debate, mas debato eu, mesmo que V. só responda com insinuações torpes. Não me atingem. Quem me conhece, quem segue as minhas intervenções na rádio, nos jornais ou na campanha, sabe como enfrento o Rui Rio. Ao contrário de V., que se fez eleger deputado municipal e nunca lá pôs os pés, nunca abriu a boca contra Rui Rio quando tinha ali um palco privilegiado. E, pior, com o seu servilismo em relação ao poder da capital, foi V., é V. que entrega as bandeiras de luta regionais, que sempre foram do PS, ao Rui Rio e ao PSD. Tudo isto, se não dermos a volta comigo, vai-nos custar caro mas tem um culpado: V.
V. nunca esteve preocupado com a regionalização, deixou que o assunto se enterrasse no PS durante 3 anos, mas agora lembrou-se – ou lembraram-lhe – de se armar em seu paladino, para dar a ideia de ser o que não é.
No entanto V., nas suas intervenções ou na moção que apresentou, não diz nada de útil sobre a Regionalização. V. sabe (ou será que não sabe?) que no estado em que se encontra o texto constitucional nunca haverá Regionalização. Se não houver um acordo de revisão constitucional que retire a cláusula-tampão, a Regionalização nunca se fará, mas sobre isso V. nada diz, limita-se a repetir que na próxima legislatura se fará um referendo.
Para abreviar, vou-lhe transcrever o passo da minha Moção de Orientação Política sobre o assunto: V. não leu, certamente pensa também que já sabe tudo, mas pode ser que desta vez V. ou alguém leia. E enfim, Homem, se não debate, ao menos leia:
“Comprometemo-nos a que a Federação Distrital do Porto se coloque na primeira linha desse combate, pugnando por:
Um acordo de revisão constitucional que retire a obrigatoriedade de referendo ao imperativo constitucional da regionalização, sendo absurdo o referendo de parte de um texto que, por natureza, não pode ser referendado, e depositando na Assembleia da República a plenitude das suas responsabilidades na instituição em concreto das regiões:
Caso não haja condições políticas para o acordo acima referido, pugnaremos por um acordo de revisão constitucional que retire da Constituição a cláusula-tampão que implica a obrigatoriedade de um referendo vinculativo para a instituição em concreto das regiões, ou seja a exigência de que o número de votantes seja superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento, tanto mais que, depois de três referendos nacionais entre nós, nenhum conseguiu tal margem de votantes;
Que a Regionalização seja inscrita como objectivo prioritário e urgente do Partido Socialista no programa eleitoral para as legislativas de 2009, conforme o programa eleitoral de 2005;
Compromissos dos candidatos a deputados do Distrito em defesa deste desiderato;
Pactos interpartidários e acções conjuntas com movimentos cívicos da sociedade, a nível do Distrito, em defesa dos objectivos acima colocados.
Um mapa da regionalização coincidente com as cinco regiões-plano“
Entretanto, o Prof. Vital Moreira já avançou no mesmo sentido propondo a exigência de uma maioria qualificada, salvo erro de dois terços, na AR, em lugar do referendo, como garante da consistência da decisão parlamentar. E V. já reflectiu sobre o sentido de um referendo nacional num país que nunca conseguir fazer nenhum válido, em três tentativas?!
Ora veja bem que belo debate poderíamos ter, todos os candidatos à presidência - fôssemos nós dois ou mais algum - num canal de TV ou na rádio! Veja bem como o partido sairia dignificado perante a opinião pública no seguimento duma troca franca de ideias sobre o assunto! V. continua sem querer? V. tem medo de debater, sabe que não tem razão, sabe que não tem capacidade nem para liderar nem para representar os socialistas do Porto, é a única conclusão, infelizmente, que podemos tirar.
Mas ainda assim, não vamos desistir. Vamos continuar a insistir. V. pode continuar sem responder, mas ainda assim insistiremos sempre.
E V. também não vai responder ao desafio de debate do Marco António do PSD? Acha que debater com ele também é um circo mediático ou será só comigo? Se V. não é capaz de enfrentar o PSD num debate em representação do PS, se V. também foge a isso, então não sei porque se recandidata. V. devia era demitir-se. E candidatar-se nas bases a ser candidato a deputado. Mas ainda assim, na base, teria de debater.
Despeço-me com Fé e Esperança além das habituais Saudações Socialistas.
(Pedro Baptista)
NB - Como V. e o seu secretariado da FD Porto se instalaram em Lisboa, estou disponível para os debates nem que seja ao domingo. E se já nem ao domingo cá vier, se quiser que me desloque a Lisboa, que não seja por isso, jogamos em qualquer campo. Até pode ser no Palácio de S.Bento se quiser. Até pode ser no Jamor.
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