Ambulatório chegará aos 70% no próximo ano
(JN) 26.8.09 HELENA TEIXEIRA DA SILVA
Manuel Seca, pai da Unidade de Cirurgia de Ambulatório no Hospital de Santo António, no Porto, será "convictamente suspeito" quando defende este regime. Mas o resultado de uma prática, que ali já tem 18 anos, demonstra que estava certo.
No ano passado, o Hospital de Santo António (HSA), cuja Unidade de Cirurgia de Ambulatório (UCA) entrou em funcionamento em Fevereiro de 1991, realizou metade das cirurgias programadas em ambulatório. Este ano, essa média já foi ultrapassada. E em 2010, com o novo Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório [ver caixa], deverá atingir os 70%, situando-se ao nível das melhores médias europeias. Esta adesão reduziu o tempo médio de espera para uma cirurgia programada de cerca de quatro meses para três semanas.
"Ainda há pacientes que, por desconhecimento, temem o ambulatório. Mas é um falso problema", assegurou ao JN Manuel Seca, especialista em cirurgia geral e coordenador da UCA. "O ambulatório só tem vantagens: as intervenções são realizadas por equipas fixas, o que as dota de uma experiência que eleva a qualidade dos actos praticados; esses actos são personalizados, concentrados no doente, porque a equipa não tem que dispersar a atenção pelas situações mais graves que existem no internamento".
Além disso, continua, "o internamento pode conduzir a infecções que, em casa, longe das enfermarias, não são possíveis. As complicações pós-operatórias, como episódios trombólicos, por exemplo, derivados da inércia do internamento, desaparecem também devido à deambulação precoce (o doente não fica deitado, sai pelo seu pé, mexe-se). E isso acelera o regresso ao trabalho, que é hoje uma das principais preocupações dos utentes, porque o dinheiro da baixa não chega. Uma baixa que antigamente chegava facilmente aos 30 dias é hoje muitas vezes encurtada para 12".
O receio de um acompanhamento deficitário não tem também fundamento. "O cirurgião responsável pela operação solicita um telemóvel ao hospital, cede o contacto ao paciente, e mantém esse aparelho ligado nas 24 horas seguintes". Não é cortesia; é obrigação. E mesmo que não haja qualquer complicação que justifique o telefonema, há mais de um ano que há sempre alguém da equipa que contacta o doente às 9.30 horas da manhã seguinte para aferir o seu estado de saúde. Outra dúvida recorrente prende-se com a medicação habitualmente administrada no hospital para retirar as dores ao doente. "Cedemos a medicação para as primeiras horas", esclarece Manuel Seca. Isto significa que o doente nem sequer tem que preocupar-se em ir à farmácia quando tem alta.
As repostas aos inquéritos de controlo de qualidade são claros: "Temos resultados melhores do que aqueles que são internacionalmente recomendados".
(JN) 26.8.09 HELENA TEIXEIRA DA SILVA
Manuel Seca, pai da Unidade de Cirurgia de Ambulatório no Hospital de Santo António, no Porto, será "convictamente suspeito" quando defende este regime. Mas o resultado de uma prática, que ali já tem 18 anos, demonstra que estava certo.
No ano passado, o Hospital de Santo António (HSA), cuja Unidade de Cirurgia de Ambulatório (UCA) entrou em funcionamento em Fevereiro de 1991, realizou metade das cirurgias programadas em ambulatório. Este ano, essa média já foi ultrapassada. E em 2010, com o novo Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório [ver caixa], deverá atingir os 70%, situando-se ao nível das melhores médias europeias. Esta adesão reduziu o tempo médio de espera para uma cirurgia programada de cerca de quatro meses para três semanas.
"Ainda há pacientes que, por desconhecimento, temem o ambulatório. Mas é um falso problema", assegurou ao JN Manuel Seca, especialista em cirurgia geral e coordenador da UCA. "O ambulatório só tem vantagens: as intervenções são realizadas por equipas fixas, o que as dota de uma experiência que eleva a qualidade dos actos praticados; esses actos são personalizados, concentrados no doente, porque a equipa não tem que dispersar a atenção pelas situações mais graves que existem no internamento".
Além disso, continua, "o internamento pode conduzir a infecções que, em casa, longe das enfermarias, não são possíveis. As complicações pós-operatórias, como episódios trombólicos, por exemplo, derivados da inércia do internamento, desaparecem também devido à deambulação precoce (o doente não fica deitado, sai pelo seu pé, mexe-se). E isso acelera o regresso ao trabalho, que é hoje uma das principais preocupações dos utentes, porque o dinheiro da baixa não chega. Uma baixa que antigamente chegava facilmente aos 30 dias é hoje muitas vezes encurtada para 12".
O receio de um acompanhamento deficitário não tem também fundamento. "O cirurgião responsável pela operação solicita um telemóvel ao hospital, cede o contacto ao paciente, e mantém esse aparelho ligado nas 24 horas seguintes". Não é cortesia; é obrigação. E mesmo que não haja qualquer complicação que justifique o telefonema, há mais de um ano que há sempre alguém da equipa que contacta o doente às 9.30 horas da manhã seguinte para aferir o seu estado de saúde. Outra dúvida recorrente prende-se com a medicação habitualmente administrada no hospital para retirar as dores ao doente. "Cedemos a medicação para as primeiras horas", esclarece Manuel Seca. Isto significa que o doente nem sequer tem que preocupar-se em ir à farmácia quando tem alta.
As repostas aos inquéritos de controlo de qualidade são claros: "Temos resultados melhores do que aqueles que são internacionalmente recomendados".
1 comentário:
Sucesso de alguém com ideias fora dos partidos e até da política onede a única ideia que existe é saber quem vai ser nomeado para o CA e quantos carros novos podem comprar.
Enviar um comentário