domingo, 23 de agosto de 2009

É bem dito, é, evidentemente, certíssimo, mas é tarde para constatar o que, se não fosse a arrogância, o autismo e a cegueira, já devia ter sido constatado há mais de três anos e tido consequências com uma remodelação governamental... Agora? Como diz o povo, tarde piaste! O PS não recuperará em Setembro um único voto dos professores, com posições correctas como esta mas que só surgem agora, a um mês da votação. Sabem que os professores são... professores. À vontade estará o António José Seguro que manteve sempre distância em relação à tragédia que foi a política de educação... Mas infelizmente, não é a pensar no António José que os professores vão votar no próximo dia 27... Se ao menos arranjassem uma declaração a garantir que nenhum dos actuais membros da equipa ministerial será reconduzido em caso de vitória... Mais outra garantindo que a política educativa será feita com os professores e não contra os professores... Ainda outra pedindo humildemente desculpa aos professores portugueses por todas as infâmias que contra eles lforam lançadas... E a garantia que a avaliação será um instrumento para melhorar o ensino, para ajudar os professores na sua formação e não uma paranóia de burocratas incompetentes para os formatar em termos ideológico-administrativos e os explorar em termos financeiros... Talvez com essas garantias, se dadas com convicção, mostrassem que tinham aprendido alguma coisa com os professores e recuperassem alguns votos. Assim, caro Marcos, é um bom esforço, mas é curto e, agora, Inês está morta. (Pedro Baptista)
Direcção do PS tenta fazer pazes com os professores
(DN) 23.8.09 J.P.H.Hoje
Membro da direcção do PS critica "atitude hostil" da ministra e advoga "nova forma de relacionamento" do ministério com os professores.
Dez meses depois de António Costa, n.º 2 do PS, ter reconhecido que a actuação governamental no sector da educação tinha implicado uma "ruptura afectiva" do PS com parte importante do seu eleitorado (os professores), podendo até custar-lhe a renovação da maioria absoluta, Marcos Perestrello, ex-vice de Costa na Câmara de Lisboa, membro do Secretariado Nacional (SN) do partido e agora candidato socialista à Câmara de Oeiras, vem dizer que "o ministério da Educação falhou" na tarefa de "motivar e mobilizar" os professores e os "profissionais não docentes para "as novas exigências escolares", que "dependem muito do seu empenhamento".
Num artigo no Expresso, Marcos Perestrello afirma que "foi uma atitude hostil" da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que "deu aos professores um pretexto mobilizador, acabando por transformar uma luta profissional numa luta também política".
Segundo escreveu, a "imaginação" da equipa governativa nalgumas reformas (por exemplo: na generalização do ensino do inglês no primeiro ciclo do ensino básico ou na implementação dos horários a tempo inteiro) "transformou-se em rigidez quando foi necessário ultrapassar as dificuldades encontradas no sistema de avaliação dos professores".
"E", acrescentou, "a determinação transformou-se em obstinação quando foi precisa coragem para voltar atrás na divisão da carreira entre professores titulares e professores não titulares ou resolver os problemas decorrentes da falta de pessoal não docente."
Para o dirigente socialista, "quando a ministra disse que 'perdeu os professores mas ganhou a opinião pública' considerou indirectamente o seu fracasso neste ponto fulcral". Ou, dito de outra forma: "A partir daí deixou de ser possível às escolas o clima de estabilidade necessário ao êxito das mudanças iniciadas".
De acordo com o candidato do PS à Câmara Municipal de Oeiras, no "tempo que aí vem" é "fundamental assegurar as reformas essenciais, designadamente as de natureza curricular, e manter o ritmo de investimento na construção e recuperação do parque escolar".
Mas "o grande desafio que se tem pela frente é o de encontrar uma nova forma de relacionamento recíproco entre o Ministério da Educação e os professores". Isto porque "de outra forma será difícil acabar com a instabilidade e a conflitualidade e transformar as escolas em espaços de aprendizagem exigentes, criativos, cívicos e seguros".

4 comentários:

M. Araújo disse...

Se quem afirma essa óbvia verdade é o camarada Marcos Perestrello, podemos ter a absoluta certeza de que vamos no caminho certo. Trata-se de afirmações de um reconhecido politólogo, senhor de inúmeros e inabaláveis créditos dentro do partido, saltimbanco na ocupação de lugares mas calado como um rato no imenso espaço de tempo em que a Ministra ia fazendo a sua mortandade. A clarividência chegou póstuma. Como diz o Pedro: tarde piaste!

Anónimo disse...

Nunca é tarde para reconhecer erros.
Esta equipa já deu o que tinha para dar.

Anónimo disse...

Valter Lemos e Pedreira podem dar a vaga.
è preciso dialogar com os professores e com os alunos.

GAVIÃO DOS MARES disse...

E se a lurdinhas, por razões de saúde,pedisse a demissão?