Falências de Verão ameaçam emprego
Acções de insolvência disparam e o pior está para vir, alertam especialistas
(JN)VIRGÍNIA ALVES 24.8.09
O receio de que muitas empresas não abram depois das férias de Verão assola os portugueses. Só em Julho, contabilizam-se 128 falências e 308 pedidos de insolvência. A tendência não é nova, mas este ano os especialistas temem o pior.
Os dados avançados ao JN pela Coface Portugal revelam que em Julho deste ano faliram mais 28 empresas do que em igual período de 2008 - mais 28% - e que entraram mais 100 pedidos de insolvência (pelos próprios, apresentada; ou por terceiros, requerida). Planos de insolvência, isto é, com vista à recuperação da empresa, há apenas a registar dez (menos três face a Julho de 2008).
Dados que confirmam as piores expectativas dos especialistas. Ao JN, o economista Luís Bento disse acreditar que "muitas empresas que nos últimos meses tentaram sobreviver, endividando-se e reestruturando pessoal, vão verificar que vão ter que fechar as portas, porque se mantêm os problemas de tesouraria, com clientes que não pagam e com a banca a não dar apoio".
Explicando que em alguns casos "são microempresas que podem reabrir" mas, noutros, como o segmento "dos componentes automóveis, se fecharem o caso será muito mais sério",
Luís Bento vai mais longe e vaticina um grande problema "caso se cumpram os 15 dias de 'lay-off' da Autoeuropa em Outubro - 40 das 42 empresas que compõem o 1.º anel à volta da empresa fecham as portas".
Sem futurologia, os números praticamente confirmam as teorias (ver info) uma vez que é o no sector da indústria transformadora que se registam mais insolvências (39), logo seguido pela construção (27) e comércio a retalho (17). Tendo em conta estes três sectores, e os últimos cinco anos, verifica-se que são as áreas onde se registaram mais falências nos meses de Verão desde 2004.
Já no que diz respeito a pedidos de insolvência, entra em contabilidade um quarto sector - os serviços registam 40 pedidos de insolvência. Sectores que são igualmente apontados por Luís Bento como os mais críticos: "Basta ver o vestuário, ou têm algum valor acrescentado para exportar ou terão muitas dificuldades, o mesmo acontecendo com o calçado, e mesmo assim basta ver a Aerosoles, que tem esse valor acrescentado e está com sérias dificuldades".
O economista acrescenta ainda um outro dado, "já verificável em Agosto - o encerramento de microempresas de turismo, que nem esperam pelo fim de Agosto, nota-se no Algarve e percebe-se com o aumento do desemprego na Madeira".
Mas o país não é todo igual e há distritos que se destacam no número de insolvências declaradas (que corresponde ao início do processo, podendo ditar ou não o fecho da empresa). É o caso do Porto, que em Julho já registava 31 falências, mais 21 do que em período homólogo. E nos últimos cinco anos foi mesmo o distrito que mais falências teve, num total de 92 para o mesmo espaço temporal. Segue-se Braga com 29 falências declaradas (mais 12) e depois Lisboa num total de 16 insolvências - menos 20 do que em Julho de 2008.
Acções de insolvência disparam e o pior está para vir, alertam especialistas
(JN)VIRGÍNIA ALVES 24.8.09
O receio de que muitas empresas não abram depois das férias de Verão assola os portugueses. Só em Julho, contabilizam-se 128 falências e 308 pedidos de insolvência. A tendência não é nova, mas este ano os especialistas temem o pior.
Os dados avançados ao JN pela Coface Portugal revelam que em Julho deste ano faliram mais 28 empresas do que em igual período de 2008 - mais 28% - e que entraram mais 100 pedidos de insolvência (pelos próprios, apresentada; ou por terceiros, requerida). Planos de insolvência, isto é, com vista à recuperação da empresa, há apenas a registar dez (menos três face a Julho de 2008).
Dados que confirmam as piores expectativas dos especialistas. Ao JN, o economista Luís Bento disse acreditar que "muitas empresas que nos últimos meses tentaram sobreviver, endividando-se e reestruturando pessoal, vão verificar que vão ter que fechar as portas, porque se mantêm os problemas de tesouraria, com clientes que não pagam e com a banca a não dar apoio".
Explicando que em alguns casos "são microempresas que podem reabrir" mas, noutros, como o segmento "dos componentes automóveis, se fecharem o caso será muito mais sério",
Luís Bento vai mais longe e vaticina um grande problema "caso se cumpram os 15 dias de 'lay-off' da Autoeuropa em Outubro - 40 das 42 empresas que compõem o 1.º anel à volta da empresa fecham as portas".
Sem futurologia, os números praticamente confirmam as teorias (ver info) uma vez que é o no sector da indústria transformadora que se registam mais insolvências (39), logo seguido pela construção (27) e comércio a retalho (17). Tendo em conta estes três sectores, e os últimos cinco anos, verifica-se que são as áreas onde se registaram mais falências nos meses de Verão desde 2004.
Já no que diz respeito a pedidos de insolvência, entra em contabilidade um quarto sector - os serviços registam 40 pedidos de insolvência. Sectores que são igualmente apontados por Luís Bento como os mais críticos: "Basta ver o vestuário, ou têm algum valor acrescentado para exportar ou terão muitas dificuldades, o mesmo acontecendo com o calçado, e mesmo assim basta ver a Aerosoles, que tem esse valor acrescentado e está com sérias dificuldades".
O economista acrescenta ainda um outro dado, "já verificável em Agosto - o encerramento de microempresas de turismo, que nem esperam pelo fim de Agosto, nota-se no Algarve e percebe-se com o aumento do desemprego na Madeira".
Mas o país não é todo igual e há distritos que se destacam no número de insolvências declaradas (que corresponde ao início do processo, podendo ditar ou não o fecho da empresa). É o caso do Porto, que em Julho já registava 31 falências, mais 21 do que em período homólogo. E nos últimos cinco anos foi mesmo o distrito que mais falências teve, num total de 92 para o mesmo espaço temporal. Segue-se Braga com 29 falências declaradas (mais 12) e depois Lisboa num total de 16 insolvências - menos 20 do que em Julho de 2008.
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