(Público) 29.8.09 António Arnaldo Mesquita
Procuradores à espera de informações financeiras de Londres, que terão de ser ordenadas pelo Governo de Gordon Brown, e de conclusões da PJ
O despacho final dos procuradores titulares do caso Freeport está dependente da análise dos fluxos financeiros que as autoridades inglesas forneçam e das conclusões dos técnicos do Laboratório de Perícia Contabilística da Polícia Judiciária. Ambos os documentos são considerados indispensáveis para os magistrados do Departamento Central de Investigação e de Acção Penal definirem quem está envolvido na polémica aprovação do outlet de Alcochete.O impasse tem uma óbvia implicação política devido ao facto de, com ou sem fundamento, o nome do primeiro-ministro, José Sócrates, ter sido associado ao caso. Era o ministro do Ambiente quando os limites da zona de protecção do estuário do Tejo foram invadidos pelo empreendimento financiado por investidores britânicos.José Sócrates viu o seu nome referido num depoimento de Charles Smith, um dos representantes da firma que construiu o megaempreendimento de Alcochete. E também é nomeado numa carta rogatória remetida para Lisboa pelas autoridades britânicas.Sócrates acabou assim por ser uma figura central do processo, cujo papel só pode cabalmente ser esclarecido quando Londres enviar para Lisboa o nome das pessoas para quem foi transferido dinheiro. Só esta clarificação poderá definir sem margem para dúvidas se o ex-ministro do Ambiente recebeu ou não luvas.A persistir a incógnita acerca do rasto do dinheiro, os procuradores não estão em condições de aclarar o papel das personagens reais e virtuais deste processo, que se arrasta desde as vésperas das últimas eleições legistativas, em Fevereiro de 2005. Fontes judiciais contactadas pelo PÚBLICO são unânimes em reconhecer a delicadeza da situação, frisando ainda que o principal interessado no cabal esclarecimento dos factos é o próprio José Sócrates. A Procuradoria-Geral da República anunciou que a investigação "por parte das autoridades portuguesas, em território português, está praticamente concluída". O gabinete de Pinto Monteiro acrescenta que os peritos da Polícia Judiciária "continuam a receber documentação solicitada às autoridades britânicas, as quais continuam a prestar valiosa colaboração". Mas o PÚBLICO apurou que persiste a falta de dados sobre o percurso do dinheiro, uma lacuna que afecta o desfecho e só poderá ser preenchida quando o Governo liderado por Gordon Brown ordenar a remessa dos fluxos financeiros.
Procuradores à espera de informações financeiras de Londres, que terão de ser ordenadas pelo Governo de Gordon Brown, e de conclusões da PJ
O despacho final dos procuradores titulares do caso Freeport está dependente da análise dos fluxos financeiros que as autoridades inglesas forneçam e das conclusões dos técnicos do Laboratório de Perícia Contabilística da Polícia Judiciária. Ambos os documentos são considerados indispensáveis para os magistrados do Departamento Central de Investigação e de Acção Penal definirem quem está envolvido na polémica aprovação do outlet de Alcochete.O impasse tem uma óbvia implicação política devido ao facto de, com ou sem fundamento, o nome do primeiro-ministro, José Sócrates, ter sido associado ao caso. Era o ministro do Ambiente quando os limites da zona de protecção do estuário do Tejo foram invadidos pelo empreendimento financiado por investidores britânicos.José Sócrates viu o seu nome referido num depoimento de Charles Smith, um dos representantes da firma que construiu o megaempreendimento de Alcochete. E também é nomeado numa carta rogatória remetida para Lisboa pelas autoridades britânicas.Sócrates acabou assim por ser uma figura central do processo, cujo papel só pode cabalmente ser esclarecido quando Londres enviar para Lisboa o nome das pessoas para quem foi transferido dinheiro. Só esta clarificação poderá definir sem margem para dúvidas se o ex-ministro do Ambiente recebeu ou não luvas.A persistir a incógnita acerca do rasto do dinheiro, os procuradores não estão em condições de aclarar o papel das personagens reais e virtuais deste processo, que se arrasta desde as vésperas das últimas eleições legistativas, em Fevereiro de 2005. Fontes judiciais contactadas pelo PÚBLICO são unânimes em reconhecer a delicadeza da situação, frisando ainda que o principal interessado no cabal esclarecimento dos factos é o próprio José Sócrates. A Procuradoria-Geral da República anunciou que a investigação "por parte das autoridades portuguesas, em território português, está praticamente concluída". O gabinete de Pinto Monteiro acrescenta que os peritos da Polícia Judiciária "continuam a receber documentação solicitada às autoridades britânicas, as quais continuam a prestar valiosa colaboração". Mas o PÚBLICO apurou que persiste a falta de dados sobre o percurso do dinheiro, uma lacuna que afecta o desfecho e só poderá ser preenchida quando o Governo liderado por Gordon Brown ordenar a remessa dos fluxos financeiros.
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