sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Autarcas forçam novo calendário para Metro

Os autarcas têm razão, os calendários propostos não têm qualquer sentido, significam uma menorização colonial do Norte. Compete ao PS-Porto lutar pelo Porto, se não se quer isolar da população e se não quer que as bandeiras de luta justa caiam nas mãos do PSD. O Governo tem razão nos traçados, em particular em lançar a linha do Campo Alegre no lugar da da Boavista, mas os autarcas têm razão nos prazos. Os prazos têm de ser encurtados e muito e em particular a linha pelo Campo Alegre, por todas as razões, tem de avançar já. Sem isso os projectos são nada. O Metro de toda a Área Metropolitana do Porto é muito mais importante para o Norte e para o país do que o TGV Porto-Lisboa. Compete ao PS-Porto existir e pressionar o seu governo. Compete aos deputados mexerem-se em su situ. A mobilidade é fundamental para a produtividade desta região deprimida. A ideia apresentada pelo Governo, nas datas, é a das Kalendas gregas... O Porto, neste momento, parece uma colónia e todos nós parecemos portugueses de segunda! E a Federação do PS-Porto, mais os deputados do Porto, parecem um grupo de "assimilados"(PB).
Governo diz que pode encurtar prazos enquanto câmaras avançam já com alternativa

CARLA SOARES(JN) 3.10.08
Encurtar é, agora, a palavra de ordem nas negociações para o metro do Porto, com o Governo a passar a mensagem de que algumas linhas podem ser antecipadas e os autarcas a exigir outro calendário já na segunda fase.
Para Rui Rio, que rejeitou o plano proposto, esta semana, pela Comissão Executiva, um acordo com o Governo poderia passar por avançar-se, de imediato, com o processo para a construção da linha entre Matosinhos Sul e S. Bento pelo Campo Alegre, uma vez que a da Boavista foi atirada para a terceira fase. Até porque o presidente da Câmara e da Junta Metropolitana do Porto (JMP) tem insistido que não está contra o plano só por causa desta questão mas pela "má-fé" do Governo. Críticas que o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, classificação já de "disparatadas".
A linha do Campo Alegre, de acordo com o plano, entraria em operação em 2014. Igualmente polémica, a segunda linha para Gaia, ligando a Vila d' Este, ficaria para 2022. Ontem, Ana Paula Vitorino, secretária de Estado dos Transportes, admitiu "encurtar" prazos e antecipar ligações da terceira fase, como a de Gaia a Vila d' Este.
Apesar de criticar Rui Rio na "forma" como reagiu e de o acusar de "usar o metro como arma de arremesso político", o socialista Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos e vice-presidente da JMP, admitiu que o calendário proposto deve ser alterado. E também que a linha da Boavista era aquela que "defendia" mas mudou de opinião. Aceita a do Campo Alegre e diz "confiar que os estudos venham a demonstrar" que é a melhor opção.
"O prazo das últimas linhas que constam da segunda fase deve ser antecipado e é aí que temos de concentrar o nosso esforço de negociação", declarou. Questionado sobre que linhas deviam avançar mais cedo, isolou três cujo prazo "é possível encurtar".
"A última de Gondomar, ligando Campanhã por Valbom, deveria ser antecipada três anos (para 2015) e a de S. Mamede, entre Senhora da Hora e Hospital de S. João, dois anos (para 2014)", sugeriu, acrescentando à lista a linha do Campo Alegre, mas sem arriscar em apontar uma data.
Para estas três, "deveriam, de imediato, começar a fazer-se os projectos. Só não o defenderia se me parecesse que poderia provocar algum constrangimento orçamental, mas, tanto quanto sei, isso não foi equacionado", afirmou.
O presidente da Metro, Ricardo Fonseca, indicou, em média, dois anos de construção para cada linha, alegando que distribuíria o esforço financeiro ao longo dos anos e evitaria constrangimentos para a população.
Agora, o presidente da Metro irá reunir com cada autarca. Marco António Costa, "vice" de Gaia e administrador não executivo da empresa, exige que "o concurso lançado para Laborim inclua já a ligação a Vila d' Este". E diz ser "falaciosa" a declaração de Ricardo Fonseca de que a segunda linha de Gaia "está condicionada" pelo interface de Laborim. "São coisas completamente independentes", assegurou o autarca de Gaia.
O presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, reclama, por sua vez, que a segunda linha para a Maia (da terceira fase) surja "em simultâneo com a segunda de Gaia". Isto apesar de deixar claro que, enquanto projecto "antigo", deveria avançar "já" e não depois de outras que "nem sequer estão estudadas". "Tenho 60 anos. O prazo é tão dilatado que não sei se as vou ver construídas", lamentou, em jeito de crítica.
Quanto à Trofa, o presidente da Câmara, Bernardino Guimarães, critica o plano pela "derrapagem no tempo", embora satisfeito com o avanço da linha em via dupla.

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