quarta-feira, 24 de junho de 2009

40% do desemprego nacional no Norte: 200 000!
Desemprego na Região Norte atinge máximo histórico e está agora nos 10,1 por cento
(Público) 24.06.2009, Luísa Pinto
Boletim de conjuntura revela comportamento negativo na generalidade dos indicadores. Norte representa 40 por centodo desemprego do país
Os números nacionais parecem dar alguns sinais de desagravamento, mas essas novidades ainda não chegaram à Região Norte, pelo contrário. Desde que começaram a ser compilada a série estatística sobre o desemprego nesta região, no início de 1998, que não se atingiam valores desta grandeza: a taxa de emprego no Norte atingiu, no primeiro trimestre de 2009, os 10,1 por cento. Trata-se do valor mais alto de sempre. No período homólogo do ano passado era de 8,7 e no último trimestre de 2008 foi de 8,6 por cento.
Estes números constam do último relatório trimestral Norte Conjuntura, elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), que demonstra, também, que são sobretudo o desemprego masculino e o desemprego jovem aqueles que mais contribuem para o agravamento da taxa.
De positivo "há a referir o crescimento do emprego no comércio e nos serviços às empresas, bem como a queda da taxa de desemprego entre os licenciados", lê-se no boletim divulgado ontem e que foi redigido tendo por base todos os dados disponíveis até ao passado dia 16 de Junho.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística trabalhados pela equipa da CCDRN, a população desempregada na Região Norte representava um crescimento de 16,7 por cento em termos homólogos, correspondentes a mais 29 mil desempregados - dos quais 17 mil são homens e 12 mil são mulheres. Quer a estimativa da população desempregada, quer o número de inscritos nos centros de emprego apontam para cerca de 200 mil desempregados na região, o que significa cerca de 40 por cento do desemprego em termos nacionais. As indústrias transformadoras são as principais responsáveis pela destruição de emprego no Norte, já que no primeiro trimestre deste ano existiam menos 26 mil indivíduos empregados nesta área do que há um ano antes: o sector primário (menos sete mil postos de trabalho); a construção (menos seis mil postos de trabalho) e o alojamento e restauração (também menos seis mil lugares ocupados) são alguns dos sectores em que o desemprego mais se acentuou. O agravamento do desemprego registado concentrou-se nas regiões do Entre Douro e Vouga e no Minho-Lima, "em particular ao longo da fronteira", refere-se no relatório. O salário médio da Região Norte continua abaixo do valor nacional - 8,5 por cento menos, situando-se nos 693 euros - mesmo depois de ter conhecido um aumento real, em termos homólogos, de 1,1 por cento, graças à descida da inflação.

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