sábado, 27 de junho de 2009

Rui Rio considera "um verdadeiro escândalo" gastar em Lisboa fundos destinados ao Norte
Esta bandeira teria de ser do PS e nunca entregue de bandeja a Rui Rio. Uma das pessoas que levantou esta questão, salvo erro há uns dois anos, foi precisamente Elisa Ferreira, e nós próprios, em diversas iniciativas. Só que pelas malasartes do PS-Porto esta bandeira passou para quem nunca quis saber das questões regionais: Rui Rio. Os representantes socialistas do Porto têm de identificar-se com os anseios e interesses da região senão, naturalmente, será uma catástrofe política para os socialistas portuenses, tantos nas legislativas como nas autárquicas.(PB)
27.06.2009, Patrícia Carvalho
Líder da Junta Metropolitana do Porto lamenta morosidade da justiça, dizendo que eventual vitória nos tribunais europeus já não terá efeito práticos
A Junta Metropolitana do Porto acusou, ontem, o Governo de promover um "verdadeiro escândalo" na aplicação das verbas provenientes do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Em causa está a resolução 86/2007 do Conselho de Ministros que permite a transferência, para a capital, de verbas destinadas às regiões de convergência (as mais pobres), desde que se considere que os projectos em causa beneficiarão o país todo.Falando aos jornalistas no final de mais uma reunião dos autarcas, o presidente da JMP, Rui Rio, acusou o Governo de fazer "obras atrás de obras, em Lisboa, com verbas que deveriam ser canalizadas para as regiões mais pobres". Entre estas, frisou, o Norte. O autarca fez distribuir um conjunto de documentos, obtidos graças ao processo judicial que a JMP moveu contra o Estado português, no Tribunal Europeu das Comunidades, em que é elencado um conjunto de projectos financiados pelo QREN. Alguns são totalmente localizados em Lisboa, outros parcialmente e entre eles constam, por exemplo, a qualificação profissional da administração central ou a reorganização dos serviços centrais do Instituto dos Registos e do Notariado.As verbas utilizadas nestes e nos restantes projectos, frisou o autarca, são provenientes das regiões de convergência em proporções diferentes: 50 por cento do Norte, 30 por cento do Centro e 20 por cento do Sul. "Dos 21 mil milhões de euros a aplicar em Portugal, e por decisão comunitária, cerca de 11 mil milhões são destinados ao Norte", explicou Rui Rio, vincando: "Só que grande parte destas verbas está a ser aplicada em Lisboa". E, o mais injusto, acrescentou o autarca, "é que, quando se for fazer a contabilidade, estes 11 mil milhões aparecem como sendo atribuídos ao Norte, porque contabilisticamente, mesmo que a obra seja em Lisboa, aparece como verba do Norte".Rio admitiu que o valor investido em Lisboa, graças à resolução 86/2007, chegue já aos "1500 milhões" e lamentou que, mesmo que a JMP vença o processo judicial em curso, não haja efeitos práticos: "Nessa altura, todo o dinheiro estará aplicado e não se pode fazer nada".

3 comentários:

GAVIÃO DOS MARES disse...

É o dilúvio que aí vem!!!
Vai ser a GRANDE VIRADEIRA.
Já há quem arranque os cabelos de raiva!!!
Já andam a olhar de soslaio para o QUERIDO LÍDER!!!

Anónimo disse...

Rio tem razão com esta questão levantada por outyros antes dele, mas ele nunca apr3esentou projetos em que se pudesse dizer qu8e não foram para a frente por causa do desvio das verbas. É um incomptente.

Pedro Aroso disse...

O Anónimo não tem razão. Dou-lhe um exemplo: Rio levou para a frente a recuperação dos bairros camarários degradados. O Governo comprometeu-se a comparticipar, de acordo com o programa que ele próprio publicitou. Apesar de ter sido assinado um protocolo, até hoje a CMP não recebeu um cêntimo.