A não ser que se dê o caso de agora Inês já estar morta, tomam-se as posições que se deviam ter tomado desde há quatro anos. Mas nada como o Porto! Na Comissão Política Nacional discute-se, nop Grupo parlamentar discute-se, na CP Distrital do Porto não se quer discutir nada! Salvo honrosas e minoritárias intervenções, só baboseiras e recados para fantasmas! Uma Moção trabalhada com afinco, absolutamente na Ordem de Trabalhos, é rejeitada pela maioria obediente ao sinal do chefe. Falava de coisas horríveis: da necessidade de humildade; da necessidade de atitude crítica; da necessidade de identificação do partido com a região; do Aeroporto Sá Carneiro; das remodelações governamentais que deviam ter sido feitas; da necessidade de moralizar a vida política nomeadamente proibindo as escandalosas duplas candidaturas Assembleia da República-Câmaras. Não discutir sequer! Amordaçá-los. Pensando bem, afinal, estes chefinhos são os mesmos que nem queriam que nós falássemos no Congresso Distrital. Esperava-se o quê senão o que vem aí, inexoravelmente, porque no porto não há condições para arrepiar caminho. Como na velha estória, segue alegremente para a berma do precipício e em cada momento destes dá um passo em frente. Ao menos no GP PS começa a discutir-se e a questionar as lideranças até há pouco inquestionáveis. Tal como na Comissão Política Nacional. Caso para dizer que em Lisboa discute-se. Para vergonha do Porto. Outrora capital da liberdade e da inovação.(PB)
(Público)19.06.2009, Leonete Botelho
Houve quem pedisse reuniões, quem defendesse a participação na elaboração do programa e quem dissesse que o PS se tornou um "partido-comité". O líder parlamentar fala em "urgência"
São ainda as ondas de choque da derrota nas europeias: na primeira reunião do grupo parlamentar do PS pós-eleições, vários deputados fizeram reparos e críticas à actuação do Governo e do líder do partido e primeiro-ministro, José Sócrates, e pediram mais participação da bancada nas lutas políticas que se vão travar. No final da reunião, o próprio líder da bancada parlamentar socialista, Alberto Martins, considerou que o actual momento político é "de urgência" e que, a três meses de eleições legislativas e autárquicas, é preciso "ouvir mais o povo".
Houve quem pedisse reuniões, quem defendesse a participação na elaboração do programa e quem dissesse que o PS se tornou um "partido-comité". O líder parlamentar fala em "urgência"
São ainda as ondas de choque da derrota nas europeias: na primeira reunião do grupo parlamentar do PS pós-eleições, vários deputados fizeram reparos e críticas à actuação do Governo e do líder do partido e primeiro-ministro, José Sócrates, e pediram mais participação da bancada nas lutas políticas que se vão travar. No final da reunião, o próprio líder da bancada parlamentar socialista, Alberto Martins, considerou que o actual momento político é "de urgência" e que, a três meses de eleições legislativas e autárquicas, é preciso "ouvir mais o povo".
A acusar o divórcio entre as cúpulas do partido e o grupo parlamentar, deputados como Vera Jardim, Ventura Leite e Ricardo Gonçalves fizeram uma análise à situação e apontaram caminhos diversificados para os próximos tempos.
O deputado Vera Jardim defendeu a participação da bancada na elaboração do próximo programa eleitoral, coordenado por António Vitorino, proposta que foi acolhida pela direcção.
Alberto Martins sublinhou aos jornalistas que a bancada parlamentar está disponível para participar nessa tarefa, aproveitando o trabalho dos deputados nas comissões, que proporcionam "um conhecimento e um contributo temático", cabendo depois ao "grupo como um todo conseguir sintetizar as suas contribuições, as suas experiências, as suas perspectivas, as suas linhas de futuro e de análise decorrentes de uma actividade parlamentar muito forte". Como é que isso poderá ser feito é algo que ainda "será estudado".
Já Ventura Leite destacou-se ao questionar a falta de reuniões com o líder do partido, José Sócrates, que entretanto já reuniu a comissão política na passada segunda-feira, deu uma entrevista televisiva à SIC e vai três vezes ao Parlamento em três semanas, mas não tem previsto nenhum encontro com a maioria parlamentar que suporta o Governo e onde se encontram muitos líderes distritais e candidatos autárquicos, "tropas" essenciais para os combates que se aproximam.
No final, Alberto Martins justificou a ausência com dificuldades de agenda, mas garantiu que "o diálogo com o grupo parlamentar é regular e vai ser intensificado". "Com o líder parlamentar é quase diário", frisou. Martins desdramatizou ainda a crítica, feita por Carlos César na comissão política de segunda-feira, ao apontar que um dos erros do PS foi ouvir pouco Manuel Alegre, que já anunciou não voltar a ser candidato a deputado pelo partido.
"Todos temos de nos ouvir mais a nós próprios e ouvir mais o povo. O grande político é aquele que ouve por antecipação o barulho dos cascos dos cavalos da História", defendeu o socialista, citando Bismarck.
Por seu lado, Ricardo Gonçalves - o deputado que afirma ter sido o único a prever a derrota dos socialistas nas europeias - considerou que o PS cortou "de tal maneira a relação política e afectiva com as pessoas que não lhes deu sequer hipóteses" de votar neste partido "mesmo que quisessem"."Há ministérios que cortaram relações com as pessoas há muito tempo", afirmou, sem querer apontar quais em concreto.O pior, acrescentou Ricardo Gonçalves ao PÚBLICO, é que José Sócrates não parece ter percebido os sinais: "Devia ter feito uma remodelação nos dias seguintes e dar provas da vontade de mudar, mas não o fez e continuou a pôr o Governo a mandar no partido", ao estilo de "um partido-comité em tempos de relações em rede".
Sem comentários:
Enviar um comentário