População teme consequências da construção que deverá arrancar em 2012
(JN) 1.8.09 ANTÓNIO ORLANDO, HUGO SILVA
A barragem de Fridão só começa a ser construída em 2012, mas há muito que assombra Amarante. A população teme que a cidade fique sob um manto de nevoeiro, que a produção de vinho seja afectada e os efeitos de um eventual colapso.
Afinal, além da barragem principal, que terá uma altura de 90 metros (supera, por exemplo, a Torre dos Clérigos, no Porto) e será construída a meia dúzia de quilómetros de Amarante, a empreitada inclui uma outra, mais pequena - 30 metros de altura -, que ficará apenas a cerca de três quilómetros da cidade. O objectivo é reduzir o impacto das descargas de água que descem o rio Tâmega em direcção ao núcleo urbano.
Eduardo Ribeiro da Silva, da Divisão de Segurança de Barragens do Departamento de Obras, Protecção e Segurança do Instituto da Água (INAG) assegura que o risco de colapso é menor do que aquele que existe nos prédios de habitação. E assegura que a barragem, desde a sua concepção até à sua exploração, será monitorizada, em permanência, pelas autoridades competentes, designadamente o INAG e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
A barragem principal liga Amarante a Celorico de Basto, mas a secundária encontra-se integralmente no concelho de Amarante.
A paisagem vai sofrer uma alteração significativa, com a criação de uma albufeira que inundará umaárea máxima de 800 hectares, que se estendem ao longo de 40 quilómetros para montante da barragem.
"Em caso de um eventual desastre não há tempo para qualquer evacuação", alertam os contestatários, que se reuniram no movimento cívico "Por Amarante, Sem Barragens".
A barragem será explorada pela EDP, responsável pela concessão que engloba, ainda, a construção das barragens de Alvito e de Almourol. Em Fridão, prevê-se um investimento de 242 milhões de euros. A obra avançará em 2012, devendo estar concluída no final de 2016. "No pico da obra, em 2014, empregará cerca de mil trabalhadores", sublinha a EDP.
"O que mais me preocupava era a eventualidade da cota da barragem do Torrão subir, o que iria criar um charco pestilento de águas paradas na cidade. Como é ponto assente que tal não acontecerá, os argumentos inicialmente avançados perdem alguma força.", afirmou o presidente da Câmara, Armindo Abreu, que recusa ter mudado de opinião.
"Se acontecer alguma coisa, seremos avisados com antecedência mínima para que tudo se resolva sem grandes azares", desdramatizou o autarca socialista.
"Temos direito a sentirmo-nos reféns da segurança por causa deste investimento. Os próprios promotores admitem que não existe risco zero", contrapõe Hugo Silva, um dos principais rostos da luta contra a barragem e, actualmente, candidato do BE à Câmara de Amarante.
No entanto, apesar da desconfiança e da incerteza quanto aos reais impactos da construção, na cidade reina um sentimento de conformismo: "A barragem até pode ser má para Amarante, mas não há nada a fazer. Vai ser mesmo construída". Nota-se que, entre a população, há falta de conhecimento sobre a matéria e que a falta de uma opinião clara sobre o assunto também deriva de algum descrédito de quem decide. "Se mete política está tudo estragado", desabafou, em declarações ao JN, José António, comerciante.
O estudo de impacto ambiental do projecto está a ser elaborado e deverá estar em discussão pública até ao final do ano. Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, antecipa graves consequências ambientais para o rio Tâmega. O docente considera que a barragem viola a lei-quadro da água.
Afinal, além da barragem principal, que terá uma altura de 90 metros (supera, por exemplo, a Torre dos Clérigos, no Porto) e será construída a meia dúzia de quilómetros de Amarante, a empreitada inclui uma outra, mais pequena - 30 metros de altura -, que ficará apenas a cerca de três quilómetros da cidade. O objectivo é reduzir o impacto das descargas de água que descem o rio Tâmega em direcção ao núcleo urbano.
Eduardo Ribeiro da Silva, da Divisão de Segurança de Barragens do Departamento de Obras, Protecção e Segurança do Instituto da Água (INAG) assegura que o risco de colapso é menor do que aquele que existe nos prédios de habitação. E assegura que a barragem, desde a sua concepção até à sua exploração, será monitorizada, em permanência, pelas autoridades competentes, designadamente o INAG e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
A barragem principal liga Amarante a Celorico de Basto, mas a secundária encontra-se integralmente no concelho de Amarante.
A paisagem vai sofrer uma alteração significativa, com a criação de uma albufeira que inundará umaárea máxima de 800 hectares, que se estendem ao longo de 40 quilómetros para montante da barragem.
"Em caso de um eventual desastre não há tempo para qualquer evacuação", alertam os contestatários, que se reuniram no movimento cívico "Por Amarante, Sem Barragens".
A barragem será explorada pela EDP, responsável pela concessão que engloba, ainda, a construção das barragens de Alvito e de Almourol. Em Fridão, prevê-se um investimento de 242 milhões de euros. A obra avançará em 2012, devendo estar concluída no final de 2016. "No pico da obra, em 2014, empregará cerca de mil trabalhadores", sublinha a EDP.
"O que mais me preocupava era a eventualidade da cota da barragem do Torrão subir, o que iria criar um charco pestilento de águas paradas na cidade. Como é ponto assente que tal não acontecerá, os argumentos inicialmente avançados perdem alguma força.", afirmou o presidente da Câmara, Armindo Abreu, que recusa ter mudado de opinião.
"Se acontecer alguma coisa, seremos avisados com antecedência mínima para que tudo se resolva sem grandes azares", desdramatizou o autarca socialista.
"Temos direito a sentirmo-nos reféns da segurança por causa deste investimento. Os próprios promotores admitem que não existe risco zero", contrapõe Hugo Silva, um dos principais rostos da luta contra a barragem e, actualmente, candidato do BE à Câmara de Amarante.
No entanto, apesar da desconfiança e da incerteza quanto aos reais impactos da construção, na cidade reina um sentimento de conformismo: "A barragem até pode ser má para Amarante, mas não há nada a fazer. Vai ser mesmo construída". Nota-se que, entre a população, há falta de conhecimento sobre a matéria e que a falta de uma opinião clara sobre o assunto também deriva de algum descrédito de quem decide. "Se mete política está tudo estragado", desabafou, em declarações ao JN, José António, comerciante.
O estudo de impacto ambiental do projecto está a ser elaborado e deverá estar em discussão pública até ao final do ano. Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, antecipa graves consequências ambientais para o rio Tâmega. O docente considera que a barragem viola a lei-quadro da água.
3 comentários:
Tenho as maiores dúvidas sobre o interesse para os cidadãos deste tipo de barragens...
Claro que esta barragem assusta muita gente! Mas mais do que o risco de colapso da mesma, a certeza é que ela vai submergir largos hectares das mais belas paisagens do Tâmega, e com elas parte substancial da identidade desta região.
É rídículo que os responsáveis políticos afundem o futuro das próximas gerações, só para encaixar uns largos cobres nos bolsos da EDP, e de umas quantas empresas de construção. Há até quem já tenha a certeza sobre qual a empresa que vai construir a Barragem de Fridão!!!
Gostava de.saber o que diz o Dr. Assis fala sobre tudo a não ser sobre o que é preciso
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