domingo, 2 de agosto de 2009

Britânicos no Afeganistão sofrem mês sangrento
Sete anos de combate contra talibãs, número de soldados incapacitados continua a aumentar
(JN)2.8.09 RITA JORDÃO, em Londres
Vinte e dois soldados britânicos morreram, em Julho, no Afeganistão. Médicos do Exército tiveram que pedir ajuda aos norte-americanos para lidarem com o maior número de feridos desde o início das operações no país, em 2001.
Em Julho, 75 soldados estrangeiros foram abatidos no Afeganistão, sendo 22 britânicos. Só nas primeiras duas semanas do mês de Julho, 54 homens ao serviço da rainha foram feridos em combate, 16 dos quais sofreram lesões graves ou muito graves.
Grupos de campanha defendem que os números revelam que a actual situação no Afeganistão está longe de estar resolvida e que este poderá ser um conflito sem solução. Ainda esta semana, o Exército anunciou que terminou, com êxito, a primeira fase da operação "Garra de Pantera", que visa controlar os talibãs em preparação para as eleições do próximo ano. Mas, de acordo com a organização "Stop the war coalition", as afirmações de sucesso das operações provam ser absurdas pelos números de feridos e mortos.
Desde Março de 2006 - quando os números começaram a ser registados -, 2650 britânicos deram entrada em acampamentos hospitalares. A maioria foi evacuada para o Reino Unido. Desde o início das operações no país, 191 soldados britânicos perderam a vida e, ao final de sete anos de combate aos talibãs, o número de soldados incapacitados continua a aumentar.
"Assistimos claramente a uma subida no número de mortes e feridos. É difícil ver jovens soldados, em forma, a terem que sofrer amputações múltiplas. Nós tentamos salvar os membros, mas, ao mesmo tempo, temos que preservar a vida", afirmou um cirurgião militar envolvido na operação "Garra de Pantera".
Mesmo entre os soldados saudáveis, há quem se recuse a regressar às operações no país. Na passada quinta-feira, uma carta assinada pelo soldado Joe Glenton foi entregue em Downing Street, apelando à retirada das tropas britânicas do Afeganistão.
"A minha principal preocupação é que a coragem e persistência dos meus colegas se tenha transformado numa ferramenta da política externa norte-americana", afirma a carta de Glenton, que, amanhã, enfrenta julgamento por se recusar a regressar ao campo de batalha.
Entretanto, ontem, houve registo de que mais quatro soldados da força internacional da OTAN, um francês e três norte-americanos, foram mortos em confrontos no Afeganistão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ocidentais, tirem as patas do Afeganistão