Ontem, 11 de Agosto, durante a madrugada, um lamentável incêndio, com causas ainda por apurar, devastou duas carruagens Napolitanas, e parte do armazém de mercadorias, na estação do Tua. Algumas fotografias podem ser vistas no site do MCLT: http://www.linhadotua.net/3w/index.php?option=com_content&task=view&id=492&Itemid=37
As carruagens Napolitanas, construídas em 1931 nas Oficinas Meridionais Ferroviárias de Nápoles – de onde o seu apelido – eram o estado da arte em matéria ferroviária à época, e assim perdurou durante décadas, por mérito próprio, e por comparação com escolhas desadequadas da parte da CP, que manteve um penoso anacronismo nas Vias Estreitas, com material circulante do princípio do século ou mais recente, mas todos com baixos níveis de performance e conforto.
Estas carruagens serviram principalmente nas Linhas da PPF - Porto à Póvoa e Famalicão, e do Tua, sendo que a última composição que marcou de forma oficial o fim da Linha de Guimarães como Via Estreita foi formada por algumas destas carruagens. Foram ainda do último material circulante que chegou à estação de Bragança, celebrizando-se nas imagens captadas pela RTP na Noite do Roubo, enquanto içadas pela calada da noite para camiões:
Mais uma parte do património dos Caminhos-de-Ferro Portugueses foi assim destruída, naquilo que é já uma imagem de anos de abandono do nosso património ferroviário e cultural, deixado em estações como a do Tua à mercê do tempo e do vandalismo, esperando como que a pedir desculpa por ainda existir a venda para a sucata ou para o estrangeiro, onde voltam a brilhar em todo o seu esplendor.
Que este fim imerecido alerte tanto a CP, como as gerações que guardam na memória este material, como aqueles que ainda o podem ver a trazer de novo vida e desenvolvimento às regiões, para a tragédia que está a acontecer por inércia e falta de sentido estratégico, que na Espanha, como ficou bem patente recentemente numa peça de grande valor na televisão, é hoje absolutamente impensável deixar acontecer.
Atentamente,
Movimento Cívico pela Linha do Tua
http://www.linhadotua.net/
As carruagens Napolitanas, construídas em 1931 nas Oficinas Meridionais Ferroviárias de Nápoles – de onde o seu apelido – eram o estado da arte em matéria ferroviária à época, e assim perdurou durante décadas, por mérito próprio, e por comparação com escolhas desadequadas da parte da CP, que manteve um penoso anacronismo nas Vias Estreitas, com material circulante do princípio do século ou mais recente, mas todos com baixos níveis de performance e conforto.
Estas carruagens serviram principalmente nas Linhas da PPF - Porto à Póvoa e Famalicão, e do Tua, sendo que a última composição que marcou de forma oficial o fim da Linha de Guimarães como Via Estreita foi formada por algumas destas carruagens. Foram ainda do último material circulante que chegou à estação de Bragança, celebrizando-se nas imagens captadas pela RTP na Noite do Roubo, enquanto içadas pela calada da noite para camiões:
Mais uma parte do património dos Caminhos-de-Ferro Portugueses foi assim destruída, naquilo que é já uma imagem de anos de abandono do nosso património ferroviário e cultural, deixado em estações como a do Tua à mercê do tempo e do vandalismo, esperando como que a pedir desculpa por ainda existir a venda para a sucata ou para o estrangeiro, onde voltam a brilhar em todo o seu esplendor.
Que este fim imerecido alerte tanto a CP, como as gerações que guardam na memória este material, como aqueles que ainda o podem ver a trazer de novo vida e desenvolvimento às regiões, para a tragédia que está a acontecer por inércia e falta de sentido estratégico, que na Espanha, como ficou bem patente recentemente numa peça de grande valor na televisão, é hoje absolutamente impensável deixar acontecer.
Atentamente,
Movimento Cívico pela Linha do Tua
http://www.linhadotua.net/
4 comentários:
Bueno! La culpa es del govierno de Sócrates.
Son uns bandidos...
Pouco ou nada mais a acrescentar ao muito que vou escrevendo em livros sobre o abandono e o desinteresse desde há muito manifestado por parte de quem gere e manda, por este pedaço de país arrumado muito a Norte, a rasar Nordeste onde proliferam os melhores vinhos do mundo e onde a mãe natureza se divertiu a pincelar quadros de beleza inigualável. Pouco ou muito haverá para escrever, desventrando o silêncio político atroz que se abateu por sobre toda a região do Douro como se Pátria já não fosse e, nenhuma alma lusitana lá habitasse. Faça-se silêncio pela perda, pelas imensas e sucessivas perdas que um pouco por todo o lado, o Douro vai sofrendo.
Quem destronará o rei que não conhece o seu reino!?
Buena prosa!!!
Grand caballero.
Deixo-vos um dos melhores textos que já li sobre a beleza da nossa linha e a irresponsabilidade dos nossos políticos.
Há muito que o Bloco de Esquerda se manifesta na defesa desta linha. Qual a opinião dos outros partidos?
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