quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Novo movimento defende voto nulo nas eleições
06.08.2009 - 09h27 Clara Viana
A pista está no zero e no que representa na filosofia mística. "Não é o nada. É a possibilidade de outra coisa", diz ao PÚBLICO o antropólogo Manuel João Ramos, que há dois meses era vereador da Câmara de Lisboa e hoje é um dos promotores de um novo movimento em defesa do voto nulo nos próximos actos eleitorais.
O que ele, o escritor Rui Zink e o responsável pelo Fórum Cidadania Lisboa, Pedro Policarpo, entre outros, têm a propor não é a criação de mais um partido, embora o seu movimento se chame Partido Nulo, mas sim dar voz a um voto que está a crescer e fazê-lo crescer mais.
A inspiração mais recente veio do México. "Naturalmente somos a favor da democracia, mas não achamos que seja justo para os portugueses terem de votar sempre nas mesmas pessoas e nos mesmos programas. Até porque eles são maus", diz Policarpo.
O que se pretende é "uma renovação, que terá de ser protagonizada pelos próprios partidos políticos", acrescenta Manuel João. O que pode ser tentado através de um susto. É que, ao contrário da abstenção, o voto nulo implica uma alteração da proporcionalidade, recorda.
Manuel João Ramos admite que para esta decisão a favor do nulo "contribuiu muito" a sua experiência como eleito na autarquia da capital - renunciou em Junho. Foi eleito pelo Movimento Cidadãos por Lisboa, de Helena Roseta, que agora vai concorrer na lista de António Costa. É um acordo em que não se revê e que também traduz, segundo ele, a "extrema dificuldade que o sistema coloca a candidaturas não-partidárias". Aconteceu o mesmo no seu exercício de funções: "Todas as propostas que fiz foram aprovadas, mas ficaram na gaveta". Em contraponto, foi assistindo a uma "excessiva concentração de poderes" num presidente, António Costa, que só foi eleito "por um em cada dez eleitores". E deu-se conta de "um espartilho" que, segundo ele, é transversal aos principais partidos e candidatos: "A excessiva dependência entre partidos políticos, promotores e grupos financeiros".
O novo movimento não vai ter sede, nem direcção, nem militantes, nem deverá ter registo no Tribunal Constitucional.

7 comentários:

M. Araújo disse...

Lendo o último parágrafo, depreendo que este mítico movimento é mesmo o "Nada" e faz a apologia do "Nada".
No nada não existe nem o espaço, isto é, não há coisa alguma e nem sequer um lugar vazio para caber algo. O conceito de nada inclui também a inexistência das leis físicas a que alguma coisa existente obedeceria, entre elas a conservação da energia, o aumento da entropia e a própria passagem do tempo. Sendo o espaço o conjunto dos lugares, isto é, das possibilidades de localização e da sua inexistência, implica na impossibilidade de conter qualquer coisa. Isto é, não se pode estar no nada. O nada é, pois, um não - lugar.
Se a sociedades tal as conhecemos já se empanturraram do "Tudo" ( definido basicamente como o contrário do "Nada") isto é, não se revêem nesse espaço universal existente, onde é possível o contacto "físico" com as “matérias”, não será certamente no "Nada" que encontrarão objectivamente as respostas para as suas inquietações.
É pois, a meu ver, um movimento do vácuo, que nega a realidade e a existência de um objectivo comum e real, presente nas formas politicas e da política. Isto é: É-o sem o ser. Ou melhor, não o sendo, não o é.

josant disse...

Caro M.Araújo

Boa obra filosófica que "vista" assim, tem consistência.
Mas, sendo o nada igual a coisa nenhuma, existe uma diferença,como aliás reconhece.
"um não", com... lugar para tudo.
E neste caso até pode ser "fisica"
depende da vontade.
É aqui,que se encontra a "matéria" de facto.

M. Machado disse...

Tudo muito bem pensado e bem dito. No entanto esta é uma realidade, que se expressou em força nas europeias e devia mostrar aos partidos do chamado "arco do Poder" que não vão longe, dado o sei desinteresse total erm reformas serias do sistema politico. O voto nulo pode ser negativo mas é activo, a não ser para ops que no poder encolhem os ombros aos sinais do povo como é o caso do PS e do PSD. A sua legitimidade é cada vez menor e um dia a casa cai-lhes em cima. Que não caia ao menos em cima dos que não têm culpa pelo autismo carreirista e videirinho da escumalha que tem destruído a democracia portuguesa e o proprio país.
Portugal é um país muito especial. Parece dormente mas quando acorda fá-lo de repente e em termos imprevisíveis.

Paulo MB disse...

Este movimento deverá ser visto com olhos de ver.
Por mim já decidi: votarei nulo se vir o mesmo nome em mais do que uma lista em lugar com possibilidade de vir a ser eleito. Não ajudarei ninguém a ocupar dois lugares. Será que os outros são assim tão fracos que sejam sempre os mesmos a concorrer e a ser eleitos?
Se todos assim procederem, isto ainda pode desaguar numa alteração legal ao processo eleitoral e a democracia rejuvenescerá.

Anónimo disse...

????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

VOTAI NO TINO DE RANS QUE É MAIS SÉRIO QE O LOUÇÃ PORQUE É INGÉNO.

Anónimo disse...

Votar na VERDADE (?) de Ferreira Leite é um imperativo nacional ara isto ao fundo mais depressa.
Em alternativa o Padre Loução é o campeão da demagogia e da aldrabice.
Com capa de santo quer enganar os incautos como os do PRD de triste memória que colocaram a direita de Cavaco no poder durante 10 anos.
Foi melhor?
Foi para os que dirgiram e compraram acções do BPN, BPP, BCP, PORTUCALE eoutros que tais.

Anónimo disse...

A esquerda conservadora e o PS
O PCP e o BE têm-se esforçado por tentar fazer passar a ideia de que lhes é indiferente que seja o PS ou o PSD a governar porque o primeiro pratica uma política de direita. A verdade é que o ódio da esquerda conservadora às correntes social-democratas é mais antigo do que o leninismo e sempre que os comunistas tiveram a oportunidade de o fazer eliminaram os social-democratas. Seo PCP assume cada vez mais este ódio ideológico nas páginas do Avante, já a “esquerda moderna” do BE não assume, da mesma forma que não assume os valores ideológicos dos seus dirigentes.
Nunca um governo português foi tão atacado pela esquerda conservadora, com vagas sucessivas de greves e manifestações, com a intervenção activa de corporações da justiça a promover processos difamatórios. Nem mesmo quando se pôs fim à “reforma Agrária” ou a outras “conquistas de Abril”, um governo português foi tão odiado pela esquerda conservadora. A defesa da bandalhice nas escolas é bem menos importante do que a sustentabilidade da segurança social, a sobrevivência do Sistema Nacional de Saúde ou o aumento dos apoios sociais. A acusação de que o governo de Sócrates é de direita não passa de uma treta que apenas serve para distrair os eleitores mais incautos.

Cavaco conseguiu levar a CGTP a assinar um acordo de concertação social e Manuela Ferreira Leite calou os sindicatos da Administração Pública quando foi ministra das Finanças. Nunca a esquerda conservadora combateu um governo desde a primeira como o fez com o governo de Sócrates. Quaisquer que fossem as políticas a esquerda conservadora faria o mesmo, haveriam sempre argumentos. É necessário eliminar o PS, é mesmo preferível um governo de direita.

Basta ler cós comentários em privado dos militantes do PCP e do BE destacados para encherem as caixas de comentários dos blogues para se perceber que trabalham activamente para que Portugal seja governado pela direita. Esta estratégia foi claramente assumida pelos militantes do PCP e do BE em muitas das “lutas”, como sucedeu com os professores, o apelo ao voto em todos menos no PS foi constante.

Para a esquerda conservadora pouco interessa o país ou quem governa, o que importa é o seu projecto e o PS, hoje como no passado, é o grande obstáculo à sua concretização. É por isso que se omitem todas as conquistas sociais, têm de ser o resultado das grandiosas lutas conduzidas pela esquerda conservadora.

A luta nas próximas eleições vai ser entre o PS e esquerda conservadora e não entre a esquerda e a direita. A direita e a esquerda conservadora estão de acordo na tentativa de colocar Manuela Ferreira Leite no poder., uns porque querem o poder a curto prazo, outros porque sonham com ele a longo prazo. Votar na direita é ajudar a esquerda conservadora, votar na esquerda conservadora é ajudar a direita.

VOLTOU O PREC?