Projecto para o Palácio de Cristal alvo de contestação
(Público) 14.07.2009 - 10h17 Jorge Marmelo
O projecto de transformação do Pavilhão Rosa Mota num centro de congressos, recentemente aprovado pela esmagadora maioria do executivo da Câmara do Porto, está a ser objecto de alguma contestação, considerando os opositores que o plano de intervenção põe em risco um dos mais emblemáticos espaços verdes da cidade, os Jardins do Palácio de Cristal. Num comunicado ontem divulgado, a associação ambientalista Campo Aberto alega que, ao contrário do que afirmou o arquitecto Carlos Loureiro durante a cerimónia de apresentação do projecto, a construção de um novo edifício junto à Capela de Carlos Alberto obrigará ao abate de 13 árvores.Considerando que "nada justifica a construção de um edifício para congressos com cerca de 2500 metros quadrados num dos mais extraordinários jardins de que a cidade dispõe", a Campo Aberto "apela à Câmara Municipal do Porto para que tenha um pouco de bom senso e altere o seu projecto abolindo a construção de edifícios nos Jardins do Palácio de Cristal", e apela ao Igespar para que não aprove o novo desenho daquele espaço.
(Público) 14.07.2009 - 10h17 Jorge Marmelo
O projecto de transformação do Pavilhão Rosa Mota num centro de congressos, recentemente aprovado pela esmagadora maioria do executivo da Câmara do Porto, está a ser objecto de alguma contestação, considerando os opositores que o plano de intervenção põe em risco um dos mais emblemáticos espaços verdes da cidade, os Jardins do Palácio de Cristal. Num comunicado ontem divulgado, a associação ambientalista Campo Aberto alega que, ao contrário do que afirmou o arquitecto Carlos Loureiro durante a cerimónia de apresentação do projecto, a construção de um novo edifício junto à Capela de Carlos Alberto obrigará ao abate de 13 árvores.Considerando que "nada justifica a construção de um edifício para congressos com cerca de 2500 metros quadrados num dos mais extraordinários jardins de que a cidade dispõe", a Campo Aberto "apela à Câmara Municipal do Porto para que tenha um pouco de bom senso e altere o seu projecto abolindo a construção de edifícios nos Jardins do Palácio de Cristal", e apela ao Igespar para que não aprove o novo desenho daquele espaço.
O projecto, recorde-se, tem que ser submetido à aprovação do Igespar uma vez que a calote modernista do Pavilhão Rosa Mota está em vias de classificação, tendo sido a sua transformação em centro de congressos concebida pelo mesmo arquitecto que há cinco décadas desenhou o Palácio dos Desportos que, desde o início da década de 1990, tem o nome da antiga campeã olímpica da maratona. Se tudo correr conforme o previsto, as obras terão início em 2010 e ficarão prontas até ao final de 2011, devendo custar cerca de 19 milhões de euros.
Para além do impacte do projecto nos jardins envolventes, também o modelo de parceria público-privada que permitirá a intervenção tem sido objecto de críticas em vários blogues e fóruns de opinião. Em causa está, nomeadamente, o facto de a autarquia assumir o empréstimo de cerca de dez milhões de euros (serão ainda gastos seis milhões de fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional), entregando depois a gestão do espaço a um consórcio formado pela Associação Empresarial de Portugal, o Coliseu do Porto, a ParqueExpo e o Pavilhão Atlântico, o qual só investe três milhões de euros.
Segundo a Campo Aberto, que recentemente pediu ao município esclarecimentos sobre o projecto, o projecto destrói "de forma irreversível uma parte do jardim com cinco décadas: treze árvores adultas serão derrubadas (3 sóforas e 10 ciprestes-de-leyland) e 17 outras estarão em risco de sobrevivência devido às obras (sete Cedrus deodara, um castanheiro-da-índia, um liquidâmbar, dois salgueiros, um plátano, um Pinus radiata, um acer campestre, um acer negundo e duas magnólias-de-soulange)", "transformando uma zona verde numa muralha de betão".
Salientando que o projecto camarário, caracterizado como "um dislate", não poderá avançar sem uma alteração do Plano Director Municipal, o que obriga à realização de uma fase de participação pública, a Campo Aberto critica ainda a própria criação de um centro de negócios, considerando que a Exponor e o Europarque constituem oferta suficiente nesta área. "Em alternativa, e apenas se isso se justificar em termos de procura, a Campo Aberto sugere a construção de um edifício de raiz numa área deprimida que precise de uma âncora [e de] ser recuperada", lê-se no comunicado.
3 comentários:
Foi uma vergonha o Assis ter votado a favor do projecto por se ter deixando indrominar pelo Rio e pela conversa de ser o mesmo arquitecto. Engraçado foi a Elisa a ser contra e depois, quando a puseram fac a face com o arquitecto, não foi capaz de o enfrentar e baixou a bola. O movimento está a crescer e poderá estar para o Rio como o parque da cidade esteve para o Gomes. Só que quem vai beneficiar em termos eleitoris não vai ser o PS.
Pois não, porque o PS-Porto existe cada vez menos. Não tem posição sobre nada, nem tem um candidato à camara, nem à assembleia municipal e mesmo a juntas não é a todas.
Este projecto é uma vergonha e um atentado.O mesmo arquitecto? Tá bem, foi o que aceitou fazer o pavilhão destruindo o Palácio de Cristal há 50 anos! Olha que mérito! O arquitecto até devia ter vergonha. Quem nos dera ter o antigo Palácio de Cristal. Agora querem destruir o resto.
Aliás o aquitecto mente. Disse que eram duas ou tres árvores e são muitas arvores, zona de jardim e ocupação da parte mais bonite que é sobre o Douro.
Façam em Campanhã que bem é preciso e também tem boasvistas.
Afinal a candidata dita independente (PS) está preocupada em pôr 6 arvores de grande porte na Av dos Aliados, mas aceita a destruição de um dos mais belos jardins que a cidade ainda tem
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