"Prostituição deve ser legal"
(JN) 29.8.09
Alexandra Oliveira, investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, doutorou-se com uma tese sobre a prostituição de rua no Porto, e defende que esta actividade deve ser regulada como qualquer outra profissão.
(JN) 29.8.09
Alexandra Oliveira, investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, doutorou-se com uma tese sobre a prostituição de rua no Porto, e defende que esta actividade deve ser regulada como qualquer outra profissão.
E tem o nosso acordo. Os trabalhadores ou trabalhadoras do sexo devem ser consideradas profissionais como quaisquer outros ou outras, devem pagar impostos, submeterem-se à regras da saúde pública e serem protegidas não só pelas suas organizações sindicais como pela Lei e, portanto, pelo Estado. Assim se combaterá a humilhação, se obstará à profiferaçã das doenças venéreas, se combaterá o proxenetismo e e lenocício e, sobretudo, acabar-se-á com uma grande hipocrisia da nossa sociedade. (PB)
10 comentários:
A tese defendida pela investigadora Alexandra Oliveira, não tem nada de inédito... Era assim no tempo do Salazar!
Não estou, com isto, a dizer se acho bem ou mal e, muito menos, a desdenhar a importância desta opção, mas apenas a lembrar uma realidade histórica.
S Sr. Arq. está neste ponto,como aliás em outros (o que não quer dizer em todos), equivocado. O que Salazar fez, a partir de determinada altura, foi exactamente o contrário, ou seja, ilegalizar a prostituição em nome de valores morais que se confundiam com os clericais. Salazar proibiu pois a prostituição que, antes dele, na República, era legal.
Isto não quer dizer que tenha sentido defender a legalização da prostituição hoje, nos mesmos termos, da 1ª República, pois só hoje (últimos 50 anos) o tema é colocado a nível europeu sob a agulha da dignidade da mulher ( ou do homem) e da desdramatização do sexo enquanto sexo.
Esteve mal pois o Sr. Arq. se pretendeu dar ao ditador Salazar qualquer toque de modernidade. Segundo as informações que hoje possuímos o ditador guardava para a sua privacidade mais íntima toda a modernidade em matéria de costumes ou de liberdades, se quisermos, viciosas...
Aliás a prostituição já era legal em Portugal antes de 1910. O que não quer dizer que essa legalidade salvaguardasse devidamente a saúde pública e muito menos a dignidade da mulher ou do homem ( hoje encarados como trabalhadores sexuais)
Num inquérito feito pela Marktest em 2007 mais de 50% dos portugueses apoiam a legalização da prostituição.
Caro M. Machado
Não ponha na minha boca aquilo que eu não disse. O pretenso "toque de modernidade atribuído a Salazar", é coisa da sua cabeça. Eu, e toda a minha família, fomos sempre anti-salarazistas, da mesma forma que seremos sempre contra qualquer tipo de ditadura, seja ela de direita, ou de esquerda, como aconteceu durante o famigerado gonçalvismo.
A prostituição está regulamentado em portugal desde o Sèculo XVII! Só em 1963 o Salazar proibiu a actividade sobstituindo, na prática, os velhos proxenetas pelos polícias
Sr. Arq. Pedro:
Não estava a pôr nada na sua boca. Como sabe em política o que parece é, e esta frase tão ciatada pelo Salazar, não é dele, mas sim de Maquiavel, o magistral fundador da política moderna, tal mal ( e sobretudo tão pouco) lido. Mas fiquei satisfeito com a sua irritação. Desejava que não levasse a mal, porque não houve intenção de ultrapassar as palavras proferidas, que mesmo que o Senhor não queira, serão lidas (pelo menos por muitos) da mesma forma que eu li.
O que interessa: Salazar entre todos os erros com que desgraçou este país tem na sua conta também o da ilegalização da prostituição,que, pelo dizer de outros participantes, já estava regulamentada desde o antanho!
Caro Anónimo,
Esta é uma informação importante, que vem ao encontro daquilo que eu escrevi, ou seja, era assim no tempo do Salazar, com excepção dos últimos 5 anos. Vale a pena relembrar que esteve no Poder durante 42!
Afirmar que Salazar proibiu a actividade, substituindo os "velhos proxenetas" pelos polícias, é uma frase sem nexo, que em nada contribui para este debate. Uma coisa é certa: com a ilegalização da prostituição, as mulheres deixaram de ter apoio médico gratuito.
As cidades deviam ter espaços para o comércio sexual tal como em Paris; Hamburgo ou Amsterdão. Pra isso é preciso legalizar. Porque não um referendo, já que os governos não têm coragem de governar, nem os parlamentos de legislar?
Concordo perfeitamente. Nada há mais a dizer além de que a igreja continua a ser a pedra no sapato.
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